Crítica: 3×05 de Westworld explicou grande trama da 3ª temporada
Crítica do quinto episódio da terceira temporada da série Westworld, intitulado "Genre", exibido mundialmente pelo canal HBO.
Drama futurístico não tem medo de arriscar
Sem dúvidas, Westworld figura dentre uma das melhores séries da atualidade. Seja pela falta de medo em se arriscar, seja pelas inovações… a trama merece ser lembrada como uma grande produção. A forma como a terceira temporada vem sendo desenvolvida é uma grande prova dessa qualificação. A série pegou tudo o que construiu até agora, eliminou partes, e inseriu um novo diálogo – que no fim das contas era o grande objetivo da narrativa.
O quinto episódio da terceira temporada finalmente esclareceu alguns pontos. O parque do Westworld era, portanto, um simples coadjuvante nos planos de série de misturar tecnologias, ficção científica e a humanidade. Foi prazeroso ver como tudo se encaixa, mas ao mesmo tempo deixando pontas soltas e dúvidas para tentarmos desvendar (e falharmos miseravelmente, como de costume).
“Genre“
O título do episódio, “Genre“, é uma referência a droga usada por Caleb neste episódio. O composto fez com que o personagem – e os espectadores – embarcassem em uma viagem cinematográfica, enquanto Dolores tenta a todo custo vencer Serac. É curioso porque, enquanto Westworld sempre brincou com gêneros cinematográficos, ela conseguiu provar de forma curiosa que isso pode ser insuportável de se experimentar.
Dividido em duas narrativas, vimos Dolores avançar no seu plano de trazer livre arbítrio a humanidade, para de certo modo destruí-la (é algo intencional, mas que precisa só de um empurrãozinho). Mas pare entender a complexidade dessa trama – e todo o objetivo traçado para a terceira temporada – conhecemos um pouco mais da história de Serac, do Reboão (Rehoboam) e de como ele começou a traçar e prever os caminhos da humanidade.
Traçando paralelos em Westworld
Se a história deles para criar Reboão na Incite parece familiar, é porque ssou muito parecida com a história do Dr. Robert Ford e Arnold Weber, fundando o Westworld para a Delos. Em ambos os casos, dois parceiros brilhantes unidos criam uma nova tecnologia que muda o mundo; Então, um deles é enlouquecido pelas implicações da tecnologia, o instável é removido do poder, e o parceiro restante precisa combater a empresa corporativa do projeto – Delos, que é a terceira pessoa na história.
Nessa versão, o terceiro é a Incite, dirigida pelo titã técnico Dempsey (o pai do escandaloso Liam). A narrativa é tão parecida que faz o público pensar que estamos presos naquele mesmo looping que vivemos ao desvendar a trama da construção do Westworld.
Um grande vilão que só quer fazer o “bem”
Ao explicar, em detalhes, muitos objetivos para a terceira temporada, Westworld deixa claro quem é o vilão – ou o “anti-herói” da “narrativa” de Dolores: Serac, que é um doido de pedra. A forma como ele quer controlar os passos da humanidade chega a soar doentio.
Mas se pararmos para pensar, é muito interessante contemplar a ideia de um Reboão. Já pensou se ele existisse e fosse usado apenas para evitar desastres? É uma complexidade extremamente interessante, embora o roteiro opte a levar o espectador torcer pelos objetivos de Dolores. Mas e se todo mundo fosse espionado, o tempo todo, de todas as maneiras, mas essas informações só seriam usadas se significasse parar uma guerra (ou, digamos, uma pandemia global)? Definitivamente, essa escolha seria bem mais difícil de argumentar e é basicamente o que os governos sugeriram que realmente estão fazendo após a Guerra ao Terror com os programas de vigilância global.
Foi mais ou menos isso a intenção de inserir uma cena no Brasil, com um Presidente que mesmo com um português de Portugal horrível consegue se articular melhor do que o nosso atual Presidente da República. Mas na série, como na vida real, a questão é colocada: você realmente confia que alguém seja “bom”, a ponto de guardar seus dados?
A trama da terceira temporada
No fim das contas, entendemos algo importante: Dolores não quer destruir a humanidade, mas sim libertá-la. Ela quer fazer exatamente o que fez com os robôs do Westworld, enquanto inteligências artificiais. Mas vemos que se o ser humano descobrir para onde sua vida o levará, pode não resultar em algo positivo para o “agora”. Mas foi interessante ver que é possível contornar o destino, mesmo que ele seja extremamente previsível. A função do insuportável Liam, talvez fosse exatamente essa. Ele conseguiu ver o que Dolores era, e até mesmo o que Caleb era (embora ainda não saibamos).
Posteriormente, saiu de cena sendo assassinado – ele pediu para isso acontecer, mas lançou uma bomba para Caleb. “No final das contas, você nem sabe quem você é!“. Lembram-se que quando Liam leu Caleb, se afastou de forma repudiante? Agora fica o questionamento: Dolores enviou os dados/perfis da humanidade para todos, exceto para Caleb – o homem que está lhe ajudando.
Presumivelmente, teremos alguma clareza na história de Caleb em breve. Por enquanto, ficamos em um ponto da trama bastante inesperado com mais três episódios restantes (sim, apenas oito episódios nesta temporada). Portanto, Dolores aparentemente cumpriu sua missão, então o que vem a seguir? Maeve, certamente, tem um papel a desempenhar. Mas e Bernard? Qual o seu papel, a partir do momento que descobrimos ser ele o único anfitrião que Dolores não pode substituir. Dolores aparentemente tem mais movimentos a serem feitos neste jogo. Mais quais serão?
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