Crítica: 3×13 de 9-1-1 foi genérico, mas promete um grande evento
Crítica do episódio 3x13 de 9-1-1, série criada por Ryan Murphy, Brad Falchuck e Tim Minear, exibida nos Estados Unidos pelo canal Fox.
9-1-1 ainda conduz suas tramas sem o charme que a consagrou
A lógica do entretenimento base de uma série de televisão é nítida: preencha as lacunas do tempo de projeção com aquilo que de mais interessante o show tenha para oferecer. É fato, no entanto, que nem sempre os programas conseguem ser catárticos do início ao fim, sobretudo num formato que exige 18 episódios por temporada. É o caso de 9-1-1.
Na semana passada, conversamos sobre como essa estrutura longínqua de 9-1-1 não tem se sustentado nessa terceira temporada, que apresentou repetições cansativas e não parece seguir um modelo coerente e interessante de condução da narrativa. Desta feita, fica ainda mais óbvia a perda de inventividade da equipe de roteiristas no décimo terceiro episódio.
Amor paternal e amor romântico
Em Pinned, a família de Athena enfrenta mais problemas com o diagnóstico de Michael, que agora dá sinais cada vez mais explícitos de que sua vida pode chegar ao fim. Aqui, Bobby, Harry o acompanham em uma tradicional viagem a um acampamento e o texto é direto: Bobby foi convidado porque Michael, preocupado com sua morte iminente, procura alguém para o “substituir” no posto figura de paternal para Harry. Não há nenhuma surpresa, mas é uma decisão delicada e importante para o desenvolvimento da série. E isso também impossibilita, cada vez mais, que o engenheiro continue vivo, uma vez que há bastante enfoque em suas “despedidas”.
Do outro lado, Chimney e Maddie dão novos passos em seu relacionamento. Depois de um diálogo bastante divertido com Albert, o bombeiro reflete e decide que precisa remexer o seu romance. E, mais uma vez, quem fornece as respostas para questionamentos internos dos personagens são as emergências. Ao salvar um pai que não teve a chance de dizer “eu te amo” para filha, Howie entende que essa é a deixa para que ele diga as famigeradas palavras à Maddie.
Em um jantar para lá de bagunçado, o casal, enfim, assume novas facetas e a conversa também revela mais inseguranças de Maddie, que ainda enxerga o “eu te amo” como uma saída semântica para as frustrações de seu antigo e problemático casamento.
O que vem por aí?
Com 40 minutos de mensagens desinteressantes e insossas, 9-1-1 fez mais um episódio irregular e com propostas deselegantes. Assim, porém, colocou, ao seu final, um ponto de virada que pode render um próximo episódio eletrizante. Com a volta do personagem que assolou Josh na última projeção, agora quem precisa de ajuda são aqueles que atendem a esses chamados. E até que, na soma de todos esses fatores, um “eu te amo” soou bem menos genérico do que o costume.