Crítica: 4×01 de Westworld reinventa a série (de novo)
Após adquirirem o livre arbítrio, humanos e robôs convivem em paz em Westworld. Ou não. Review do 4x01 com spoilers.
Westworld colocou seus robôs de volta no modo online, mais de dois anos após exibir o final da terceira temporada. Foi uma longa espera, não tem como negar. Mas talvez uma espera boa e necessária, para que os roteiristas reorganizassem algumas coisas que podem soar perdidas no terceiro ano.
Para começo de conversa, não acho a terceira temporada ruim, como muitos apontaram. Mas ela fugiu muito do esperado, e talvez por isso as pessoas tenham uma aversão à ela.
Começamos a assistir uma série que mostrava um parque temático e, então, uma rebelião dos robôs contra os humanos. Mas o terceiro ano quis elevar o nível e precisou se reinventar para não cair na mesmice. Acredito, assim, que a quarta temporada também precisou fazer isso, mas mais uma vez não vou encarar isso como algo ruim. Afinal, assistimos Westworld mesmo é para “quebrar a cabeça”.
Reinventando o Westworld
Ao abrir a quarta temporada, vemos um William enigmático, podendo ser a versão que vimos nos créditos finais da terceira temporada ou não. O personagem chega a uma instalação, em um desfiladeiro, que parece pertencer a um cartel. Em uma paisagem que lembra bastante o parque da Delos, William aponta que o que tem ali é imensamente valioso para ele e que tudo ali foi roubado de sua pessoa. Como os membros do cartel se recusam a oferta de compra do Homem de Preto, ele acaba matando todos. Utilizando somente moscas.
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Essa foi a única presença de William na história, e ainda não entendemos em que momento ela se passa – pois, logo em seguida, descobrimos que assistimos a um salto no tempo de sete anos. Mas o mistério em torno da figura de William sempre existiu em Westworld. Então, é incrível que os roteiristas ainda exercem uma capacidade de fazer o espectador conspirar sobre o Homem de Preto.
Agora, porém, também temos mais alguém para conspirar. Porque logo em seguida conhecemos Christina, interpretada por Evan Rachel Wood, uma escritora de videogames, que não tem uma vida muito sociável e irrita a sua divertida colega de quarto, Maya.
Claro que podemos supor que Christina é um das cópias de Dolores, mas a personagem não sobreviveu aos eventos do terceiro ano, com o escritor Jonathan Nolan insistindo que Dolores está morta. Mas pode ser que ela tenha sobrevivido de alguma forma, mas mais uma vez, nada além disso é aprofundado.
Um mundo comum
Na parte “comum” da história, encontramos Caleb vivendo uma vida normal, nos seus próprios termos. Afinal, a destruição do Robozão deu um lugar a um “mundo melhor”, onde você pode ser quem você quer. Então Caleb optou por viver uma vida pacata, normal, casado e com uma filha. Ele trabalha na construção e parece ser o mesmo cara tranquilo que conhecemos no início da terceira temporada. Mas ele tem traumas, e isso carrega conflitos – quase que comuns, para sua relação com esposa e filha.
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Em um outro ponto, encontramos Maeve em uma versão “zen”, trancada em uma cabana, lutando contra memórias que ela ainda insiste em trazer. No entanto, em uma de suas saídas do seu recluso, ela descobre que William está atrás dela. É aí que a personagem mostra que ainda é a mesma, e ela vai até Caleb, onde revela que, na verdade, William está atrás dos dois.
A dupla, então, parte para deter o que quer que William esteja planejando, embora, mais uma vez (sim, mais uma vez), nada é explicado. Apenas que é um senador na Califórnia. Mas esse plano parece ser um grande problema para os personagens que sobreviveram a todas as catástrofes do Westworld. Então vamos acompanhar…
Retorno dos que foram
Westworld não poderia terminar a sua estreia da quarta temporada sem uma reviravolta. E, enquanto Christina aparenta estar chorosa, em um monólogo bem no estilo “Meredith Grey” sobre como ela se sente vazia e perdida no momento, e que ela busca apenas um final feliz para a sua história, ela vai dormir.
Então, vemos Teddy, da rua, olhar para sua sacada. O personagem, que sumiu desde o final da segunda temporada, quando foi para o “céu dos robôs”, retornou. Com que finalidade? Talvez para forçar Christina a se questionar a natureza da sua realidade.
Gostei dessa estreia da quarta temporada de Westworld e estou curioso para ver onde a história vai desaguar. Já podemos abrir nosso caderninho de teorias, porque aparentemente teremos muito sobre o que teorizar.
Nota: 4/5