Crítica: Depois de um tropeço, 9-1-1 volta ainda melhor com episódio 2×04
Review do quarto episódio da segunda temporada de 9-1-1, da Fox, intitulado "Stuck".
Melhorando e reestabelecendo perspectivas
Depois de um episódio um tanto cansativo e não muito agregável ao conjunto da obra, 9-1-1 entra na sua quarta semana determinada a melhorar e voltar a ser uma série de qualidade. Felizmente, Stuck fez isso e muito mais. Embora tenha apresentado casos impressionantes, o que mais chama atenção neste episódio não é a bravura dos bombeiros. Mas sim as histórias de cada um dos personagens.
Pode parecer piegas da minha parte ressaltar o quão bom é para o telespectador conhecer um pouco mais dos protagonistas. No entanto, quando colocamos em perspectiva o panorama da televisão aberta de 2018, capricho no desenvolvimento é sim, algo louvável. É importante lembrar que a forma na qual Los Angeles reconstruiu-se em apenas uma semana é extraordinário. Não vimos o prefeito, o governador e muito menos o presidente falar sobre o terremoto. Sei que são pontuações miúdas, mas um provérbio alemão já dizia que o demônio mora nos detalhes.
O que mais me chamou atenção? Christopher Diaz, o adorável filho de Eddie Diaz (Ryan Guzman). Nós finalmente descobrimos as dificuldades da criança e como chegamos até aqui. A sequência dele brincando e se divertindo no quartel foi um alívio em todos os sentidos para o telespectador. No entanto, destaco a qualidade do roteiro em não deixar que a vontade em criar um “momento fofura” deixe o episódio açucarado ou sentimental. Foi uma cena necessária que soube como iniciar e terminar.
Problemas de pessoas reais
Outra narrativa que gostei muito foi de Athena. Na verdade, é uma das melhores, mais sólidas e mais consistentes desde o início da temporada. O roteiro, primeiramente, foi ótimo ao abordar o conflito que uma mulher negra sente ao divorciar-se e dar uma chance a si mesma noutro relacionamento, desta vez com um homem branco. Tenho certeza que muitas mulheres da audiência, principalmente aquelas nos grandes centros urbanos como Dallas, Flint e Jackson, assistiram aquele diálogo e se viram em cena.
Desta vez vemos a personagem entrar em conflito sobre estabilidade e uma ambição que outrora existia, mas agora dissipou-se com o amadurecimento. Esse conflito, embora não externado de forma clara, vem da culpa que todos nós sentimentos de prosperar, subir na vida e sair da zona de conforto. Acontece comigo, provavelmente com o leitor, mas para mulheres, e principalmente mulheres negras, é um assunto ainda mais complicado em virtude de todas as amarras sociais.
Pela primeira vez desde o acidente, Chimney finalmente teve a atenção que merece. É verdade que ele teve uma boa história recentemente com o pedido de maior atenção a comunidade ásio-americana (4.7% da população total dos Estados Unidos, segundo o census). Entretanto, nada perto do que vimos em Stuck. Isso porque, perdoem meu trocadilho, mostra que o personagem não está parado no passado. Esse encontro com a ex-namorada foi bem pensado e perfeito para todos os telespectadores que precisavam de uma sessão de autoajuda.
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