Crítica: A Desordem que Ficou prende espectador em trama que cativa
Crítica sem spoilers da série A Desordem que Ficou, produção original da Netflix feita pelo mesmo criador de Elite, Carlos Montero.
Drama espanhol é um dos últimos sucessos do ano
A Netflix está encerrando o ano de 2020 com boas estreias, e A Desordem que Ficou é mais uma delas.
Lançada nos últimos dias do ano, a atração foi produzida pelo mesmo criador de Elite, Carlos Montero. Então, só por isso, chama atenção. E, embora ela não repita o feito da popular produção, A Desordem que Ficou está fazendo considerável sucesso, por bons motivos.
Trama envolvente
A série é inspirada no livro de mesmo nome escrito por Montero. Então, ele sabe muito bem o que explorar ou não na adaptação.
Na trama, um aparente suicídio da professora Viruca traz à cidade a professora Raquel para uma instituição de ensino um tanto duvidosa. Empenhada em ensinar literatura, no entanto, ela acaba se deparando com uma sala difícil e ainda sofrendo pela perda da antiga professora.
Só que, aos poucos, ela percebe que existe um envolvimento maior. E que, talvez, Viruca não tenha se matado, afinal.
Assim, Raquel começa a se ver envolvida com a história, a ponto de se mostrar vulnerável para tais alunos. A coisa complica de vez quando ela também começa a desconfiar que os próprios alunos poderiam ter um envolvimento, de alguma forma, nesta morte.
O primeiro episódio já deixa isso claro. Quem viu o trailer da série já sabia o que ia acontecer, mas o texto tem cuidado de trabalhar para o espectador a apreensão de só revelar no final o que de fato está acontecendo. Este, sem dúvida, é um ponto extremamente positivo.
Condução acertada
Infelizmente, a série não se esquiva de clichês. Do início ao fim você pode se deparar com cenas que você caracteriza como um dramalhão mexicano. Mas de alguma forma, ela te mantém curioso. Talvez, por ser uma história interessante.
Mesmo dramalhão, A Desordem que Ficou sabe contar bem a sua história. A cada novo episódio, uma peça do quebra cabeça se encaixa. E ao mesmo tempo, é quase como sentíssemos a vontade de Raquel de desvendar este mistério. Literalmente, ela não tinha nada a ver com a história. Só que, ao mesmo tempo, ela se vê presa em uma conexão que leva esta morte diretamente para as pessoas que estão ao seu redor.
Outro fato que deixa a série interessante é a dualidade de Veruca e Raquel. Uma é completamente oposta à outra, e ao mesmo tempo elas se completam – mesmo não estando presentes na mesma linha temporal.
À medida que Raquel avança na investigação, isso fica ainda mais claro. E, sem dúvidas, dá todo um charme para a trama.
Coadjuvantes acrescentam trama
Os coadjuvantes também são interessantes. E isso inclui a leva de alunos. Iago, por exemplo, apaixonado por Veruca, desenvolve uma obsessão doentia pela professora. Exagerado em alguns momentos, tem na interpretação de Aron Peper (Elite) um grande acerto.
O mesmo pode se dizer do marido e da melhor amiga de Raquel, bem como o esposo de Veruca. Até mesmo Nerea também se mostra uma excelente personagem, com camadas a serem exploradas que justificam seu comportamento irregular com Raquel – e a afeição por Veruca.
Pontos também para o personagem Roi. A princípio, sem qualquer função, torna-se fundamental para ajudar a Raquel a entender todas as conexões.
O mistério consegue ser mantido à medida que a série avança, mas o episódio final talvez seja o grande acerto.
Leia também: Confira o final explicado de A Desordem que Ficou
É bom chegar ao fim de uma minissérie com a sensação de dever cumprido. Além de ter um pequeno sentimento de “poxa até que poderia ter mais”.
A Desordem que Ficou é um ótimo acerto da Netflix e, com certeza, vale a maratona!
Todos os episódios estão disponíveis na Netflix. E você, o que achou da série? Deixe nos comentários e, igualmente, continue acompanhando as novidades aqui no Mix de Séries.