Crítica: Ágil e sem firulas, The Good Fight mostra que sabe o que quer no 2×02
Review do segundo episódio da segunda temporada de The Good Fight, da CBS All Access, intitulado "Day 415".
Sem enrolação, The Good Fight vai direto ao ponto.
Um gênio da televisão uma vez disse que o criador de uma determinada série tem que saber onde quer estar na quinta temporada após bolar o episódio piloto. É verdade que essa frase foi dita num período que executivos ainda viam a ideia de 22 episódios como o futuro. Entretanto, ela continua pontual. O porquê? Em tempos de produção de televisão em larga escala, muitas vezes preocupa-se com a quantidade ao invés da qualidade. Onde encontramos isso? Só olhar para os projetos em consideração na Pilot Season. Em The Good Fight, porém, as coisas são diferentes. Ufa!
Com o julgamento do caso de Maya se tornando o principal foco do segundo episódio, vemos ainda mais assassinatos de advogados em Chicago e Liz Reddick mostrar a que veio. Parece pouco? Então espera só até você descobrir que o roteiro nos brinda com uma resolução surpreendente (e rápida) numa dessas três narrativas.
Ainda fresca de temporadas bem sucedidas na Broadway, Audra MacDonald mostra que fez muita falta na televisão. Não só pelo fato de necessitarmos cada vez mais de uma atriz negra cuja personagem seja tão forte quanto seus colegas brancos, mas sim pela qualidade impressionante de interpretação, misturada com classe e uma forma singular de se portar em cena.
Repetição? Que repetição?
Se você começava a torcer o nariz quando ouvia falar do Henry Rindell, temos uma excelente notícia. Essa narrativa encontra sua conclusão em Day 415. Não posso comentar os detalhes uma vez que esse é o grande cliffhanger, mas o que importa é que a série nos mostra que não precisa arrastar histórias que já não pulsam mais. O roteiro sabe o que quer e onde quer chegar, é inteligente e tem diversas ideias inovadoras. Pode discutir a polêmica ridícula em torno de fundações geradas por políticos e membros da elite, fazendo um contraponto sensacional com o que acontece na realidade com a Fundação Clinton.
Me deixa intrigado o fato de Delroy Lindo estar de escanteio desde quando essa temporada começou. Pode ter alguma relação com a possibilidade do personagem morrer ao final deste ano, como também pode ser algo temporário. Seja como for, confesso que adoraria vê-lo de volta aos tribunais. O ator tem uma característica muito particular quanto a versatilidade, por isso tenho certeza que mesmo com prazo de validade, ele poderia ser melhor explorado.
É uma pena que Bernadette Peters esteja com a agenda cheia na Broadway assumindo o posto de Bette Midler em Hello, Dolly!. A atriz é ótima e sempre rouba a cena quando é chamada para fazer uma ponta em The Good Fight. Não sei como que ela seria relevante caso fosse promovida ao elenco regular, mas eu adoraria. Não posso negar.