Crítica: Entre diversas tramas, 2×13 coloca Designated Survivor nos trilhos

Review do décimo terceiro episódio da segunda temporada de Designated Survivor, da ABC, intitulado "Original Sin".

Original Sin Designated Survivor1-2
Imagem: ABC/Divulgação
Original Sin Designated Survivor1-2
Imagem: ABC/Divulgação

Designated Survivor (finalmente) focando no que interessa.

Um dos principais assuntos das primárias do partido republicano entre 2015 e 2016 foi eminent domain. Para o português, pode ser traduzido como desapropriação. Infelizmente o procedimento não foi discutido com a seriedade que pretendia, até porque os candidatos à época usaram o assunto como uma forma de atacar de Donald Trump, cujo projeto de cassino em Las Vegas despejara uma senhora da sua casa, ao invés de tratar sobre o estado grande x estado mínimo. Original Sin resgata o assunto e curiosamente, põe Designated Survivor nos trilhos.

Original Sin Designated Survivor-2
Imagem: ABC/Divulgação

Ainda enfrentando as dificuldades provocadas pela perca da esposa, o presidente Kirkman enfrenta novos problemas do seu passado. Um velho projeto no noroeste da Flórida ameaça exterminar um dos povos nativos da região, cuja população vem diminuindo no decorrer dos anos. Representantes da tribo armam um protestos com o intuito de conversar com o presidente e chamar atenção do restante da população para causa. Enquanto isso, Tom recebe a visita do seu irmão, Trey Kirkman, e o superestimado núcleo investigativo se volta para Rússia.

Pela breve descrição é possível inferir que a principal narrativa desse episódio está na problemática dos nativos. O roteiro consegue fazer um contraponto com a forma na qual Trump lidou com um controverso oleoduto da Dakota do Norte, mas traz uma mensagem necessária e pontual acerca do tratamento medonho que os nativos recebem desde a colonização. Alô, Andrew Jackson! É verdade que pode-se argumentar que foi superficial e sequer gerou aquele burburinho no Twitter, mas sabe qual foi a última que falaram sobre os nativos na televisão? Nem eu.

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Entre irmãos e uma pitada de Rússia. 

Quanto a entrada do irmão de Kirman na história, confesso que ainda estou cauteloso. A ideia parece ser a reciclagem do velho clichê da família disfuncional e amor fraterno mal compreendido. Perdi as contas do número de vezes que essa ideia foi utilizada nessa temporada de televisão que (felizmente) flerta com seu final. Todavia, a escolha de Breckin Meyer para interpretar Trey é um fator que me faz olhar para essa história com outros olhos. Ele traz esse apelo de “grandes estrelas” na qual Designated sempre teve problemas em escalar, além de dar uma importância ao personagem que (provavelmente) não foi programada.

Em relação ao enfadonho núcleo investigativo liderado por Maggie Q, confesso que foi cômico ver o roteiro se voltando para Rússia. É um assunto que domina o noticiário pelas razões erradas e põe a série numa longa lista de programas que bebem dessa fonte para fazer humor ou um contraponto com a realidade. É ridículo e mostra a falta de criatividade de quem comanda os rumos criativos. Vamos falar de intrigas internacionais? Ótimo. Porque não usar as Filipinas? Quem sabe o Paraguai decidiu declarar guerra contra a Argentina. Será que a Austrália não pode ter espiões infiltrados?

Em suma acredito que mesmo errando em pontos simples, Designated Survivor está nos trilhos. Ou melhor, voltando para os trilhos. É uma pena que Kim Raver tenha desaparecido, uma vez que está incumbida da tarefa de salvar o dia. Espero que não demore para retornar. Por favor!

Sobre o autor

Bernardo Vieira

Redação

Bernardo Vieira é um jornalista que reside em São José, Santa Catarina. Bacharel em direito pela Universidade do Sul de Santa Catarina, jornalista e empreendedor digital, é redator no Mix de Séries desde janeiro de 2016. Responsável por cobrir matérias de audiência e spoilers, ele também cuida da editoria de premiações e participa da pauta de notícias diariamente, onde atualiza os leitores do portal com as mais recentes informações sobre o mundo das séries. Ao longo dos anos, se especializou em cobertura de televisão, cinema, celebridades e influenciadores digitais. Destaques para o trabalho na cobertura da temporada de prêmios, apresentação de Upfronts, notícias do momento, assim como na produção de análises sobre bilheteria e audiência, seja dos Estados Unidos ou no Brasil. No Mix de Séries, além disso, é crítico dos mais recentes lançamentos de diversos streamings. Além de redator no Mix de Séries, é fundador de agência de comunicação digital, a Vieira Comunicação, cuido da carreira de diversos criadores de conteúdo e influenciadores digitais. Trabalha com assessoria de imprensa, geração de lead, gerenciamento de crise, gestão de carreira e gestão de redes sociais.