Crítica: Gangs of London tem muito sangue, violência, ação… e mais sangue!

Crítica sem spoilers da primeira temporada da série Gangs of London, produção original que estreou no Brasil pelo Starzplay.

Crítica Gangs of London

Imagine uma trama criminosa ao estilo Poderoso Chefão e Os Infiltrados, com toda a violência de A Operação Invasão, tudo isso em uma Londres não comumente vista nas produções que chegam ao Brasil. Bem, essa seria uma forma de descrever Gangs of London, série da Sky Atlantic que chegou no último dia 15 à Starzplay em terras brasileiras. Através do Prime Channels, acoplada à assinatura do Starzplay, é possível também assistir a série no Amazon Prime Video.

A série ganhou repercussão na internet devido ao elevado grau de violência e número de mortes. Inclusive, ela teria superado o recorde de Game of Thrones na quantidade de óbitos e outras cenas de ação. De fato, Gangs of London surpreende por entregar uma violência brutal e bem coreografada, mas a série é bem mais do que isso.

Os Wallace, ou os Corleone britânicos

O gatilho inicial de Gangs of London é facilmente reconhecido pelo público. O chefe da principal família criminosa da cidade, Finn Wallace, é assassinado de forma surpreendente, o que traz caos e efervescência ao submundo do crime londrino. Além disso, a família Wallace também possui tensões internas, evidenciadas pela morte do chefe e ascensão de Sean, seu filho.

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Com a morte de Finn, as disputas por poder entre diferentes gangues ganham forma, envolvendo, inclusive, questões étnicas e migratórias. Entretanto, as nuances na briga pelo poder são sutis e bem trabalhadas pelo roteiro, com cada grupo possuindo motivações e histórias específicas.

A maneira como a temporada explora a ascensão raivosa de Sean e os conflitos internos e externos de sua família é, sem dúvidas, um dos pontos altos. Logo na primeira cena, a expressão de Sean (Joe Cole) mostra o misto de fúria e rancor que caracteriza bem não somente o personagem, mas toda a série.

Gangs of London série que bateu Game of Thrones
Cena do cortejo do patriarca Finn Wallace. Imagem: Divulgação.

Violência crua e urbana

Embora a trama de Gangs of London seja muito bem desenvolvida, de fato, é a ação violenta que chama atenção. Não somente pelo ‘gore’, ou mesmo pela alta contagem de cortes, perfurações, ossos quebrados e esguichos de sangue. Mais do que isso, a coreografia das cenas de ação passa com precisão o tom de violência urbana que a série deseja destacar.

Nesse ponto, Gareth Evans assume todo seu estilo conhecido pela série de filmes Operação Invasão (The Raid). As cenas são bem montadas, alternando entre ângulos com poucos cortes e outras com câmeras agitadas e cortes rápidos. Além disso, o uso do cenário (nos sentidos mais brutais que você possa imaginar) permite ao espectador maior imersão na ação e dá propósito para tanta violência.

Gangs of London explora muito a violência porque lida com uma realidade brutal, cruel e dura.

Por sinal, é a partir da ação que o “verdadeiro” protagonista da série emerge. Elliot Finch (Sope Dirisu) aparentemente só mais um capanga, se destaca nas cenas mais violentas e bem coreografadas da série. Porém, a performance dinâmica do personagem é apenas uma isca para a própria trama de Elliot, um policial infiltrado que vê a oportunidade de um movimento arriscado a partir da morte de Finn Wallace.

Londres é uma protagonista

Pode parecer um grande clichê, mas Londres possui um papel central no decorrer da trama de Gangs of London. Contudo, a cidade apresentada pela série é menos convencional, ela aparece escondida em becos, túneis e pontos mais afastados do centro. London Eye é apenas um ponto distante nessa cidade de gangues.

De certo modo, a cidade representada na série me lembrou bastante os cenários de Harry Brown, filme protagonizado por Michael Caine. A visão mais suja de Londres aparece ao dobrar uma esquina, na saída pela porta traseira de um pub, no fim da linha do trem. Além disso, o tom cinza londrino dá ainda mais impacto e drama às (várias) mortes da série.

Game of Thrones Gangs of London violência
Elliot (Sope Dirisu) e Sean (Joe Cole), os dois protagonistas da série. Imagem: Divulgação.

E mais violência…

Certamente, Gangs of London não é uma série para toda a família. Não somente pela brutalidade das cenas (como quando um cutelo é cravado na garganta de uma pessoa), mas por trazer uma trama pesada e uma visão de Londres que lembra muito mais Gotham City do que qualquer outro lugar.

Acompanhar os afetos e desafetos em volta da família Wallace é uma experiência bastante rica, principalmente para obter outra perspectiva sobre a capital da Inglaterra. Os fãs de filmes clássicos de crime e de uma ação brutal e bem coreografada, de fato, têm uma ótima produção para assistir.

Uma dica: não se apegue tanto aos personagens, a série não poupa muitos. Apesar disso, Gangs of London nos apresenta boas histórias individuais, permitindo que criemos algum grau de empatia com pessoas que fazem atrocidades.

Gangs of London está disponível no Starzplay, com episódios sendo lançados semanalmente no Brasil.

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Sobre o autor

Bernardo Vieira

Redação

Bernardo Vieira é um jornalista que reside em São José, Santa Catarina. Bacharel em direito pela Universidade do Sul de Santa Catarina, jornalista e empreendedor digital, é redator no Mix de Séries desde janeiro de 2016. Responsável por cobrir matérias de audiência e spoilers, ele também cuida da editoria de premiações e participa da pauta de notícias diariamente, onde atualiza os leitores do portal com as mais recentes informações sobre o mundo das séries. Ao longo dos anos, se especializou em cobertura de televisão, cinema, celebridades e influenciadores digitais. Destaques para o trabalho na cobertura da temporada de prêmios, apresentação de Upfronts, notícias do momento, assim como na produção de análises sobre bilheteria e audiência, seja dos Estados Unidos ou no Brasil. No Mix de Séries, além disso, é crítico dos mais recentes lançamentos de diversos streamings. Além de redator no Mix de Séries, é fundador de agência de comunicação digital, a Vieira Comunicação, cuido da carreira de diversos criadores de conteúdo e influenciadores digitais. Trabalha com assessoria de imprensa, geração de lead, gerenciamento de crise, gestão de carreira e gestão de redes sociais.