Crítica: Law & Order: SVU se perdeu no episódio 22×06
No episódio 22x06 de Law & Order: SVU, a série se perde completamente em buscar redenção por uma lambança feita lá em 2017.
Em busca de redenção
Há algumas temporadas, Law & Order: SVU ganhou as manchetes por problemas na tomada de decisão da NBC. Nada relacionado a assédio ou violência sexual, felizmente.
A lambança aconteceu por medo do canal ter complicações com o então ocupante da Casa Branca, Donald Trump. Lembra do caso? Não? Então destaco uma matéria que este que vos escreve publicou lá em 2017.
À época, o canal decidiu não exibir um episódio da série cuja narrativa era bastante similar, senão idêntica, aos problemas que Trump enfrentou ainda como candidato. Foi um escândalo. Tanto que rendeu um excelente episódio de The Good Fight logo na temporada seguinte. Este episódio é, infelizmente, uma tentativa um tanto inacreditável de redimir a série e a NBC pelo tropeço.
Bom demais para ser verdade
Em The Long Arm of the Witness, temos a equipe focada levar à justiça um poderoso juiz (Josh Stamberg, foto) acusado de cometer crimes durante toda sua ascensão de estudante de direito até o possível cargo de Procurador Geral do estado de Nova York.
A busca começa logo após Carisi (Peter Scanavino) e Benson (Mariska Hargitay) suspeitarem, ao término de um julgamento absolutamente equivocado, que o magistrado teria usado o processo em questão para lançar sua candidatura.
Após breve investigação, a unidade de vítimas especiais descobre que o juiz não é apenas um criminoso, como também um estuprador em série.
É uma proposta deliciosa bem como tentadora, não é mesmo? O problema é que tudo é desenvolvido de forma equivocada desde o princípio. Primeiramente, porque a série busca um juiz conservador, haja vista que não há magistrais liberais no condenado de Suffolk, para colocar como aspirante ao cargo de Procurador Geral do estado de Nova York. O leitor deve saber que não só a cidade, mas também todo o estado, votam com o partido democrata há anos.
Fora da realidade
Sendo assim, é impensável que um juiz só por ser conservador e/ou republicano teria qualquer chance de concorrer ao cargo. Ainda mais acusado de uma série de crimes sexuais.
É ilógico e incoerente, com base no mundo real, que uma unidade tão demandada como a de vítimas especiais iria se dedicar a um caso cuja maioria dos crimes já prescreveu e a derrocada política seria óbvia. Nova York possui um longo histórico de políticos que caíram em desgraça por crimes sexuais, desde Elliot Spitzer até Eric Schneiderman.
Além disso, lembro que há uma política jurídica e policial bastante pacificada nos Estados Unidos de não interferir em eleições. Há, inclusive, um diálogo no episódio que lembra da necessidade de seguir esse princípio. O que acontece? Ele é rapidamente ignorado por uma necessidade cega do roteiro em dar ao telespectador o que ele deseja: prender o estuprador e fazê-lo sofrer. Embora todos desejemos que tais criminosos tenham esse fim, é preciso ficar atento a questões fundamentais e, claro, lógicas.
Em suma, acredito que Law & Order: SVU não conseguiu sua redenção. Temos uma excelente performance de Josh Stamberg, que fez esse episódio valer a pena, assim como da atriz Elizabeth Marvel. Os erros foram grotescos e injustificáveis, principalmente vindos de uma série com tanta bagagem e consciência social.
E você, o que achou do episódio? Deixe nos comentários.
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