Crítica: 3ª temporada de Lethal Weapon funciona, mas não o suficiente
Lethal Weapon se despediu do público com terceira temporada.
Lethal Weapon vai deixar saudades, mas acabou no momento certo
Após o final misterioso da segunda temporada, não sabíamos como Lethal Weapon sobreviveria. Além disso, como sua trama se desenrolaria para novos ares? A eminência da morte do protagonista que dava sentido ao nome à série deixou ainda mais insegurança no ar.
Para o alívio – ou desespero – dos fãs, os produtores decidiram dar mais uma chance à série com uma nova temporada. Até que deu certo, mas não o suficiente para mantê-la no ar.
Portanto, reservamos esse post para analisar alguns personagens que marcaram a última temporada de Máquina Mortífera.
A trama podia ser melhor, mas agrada
A trama pareceu manter o ritmo das outras temporadas. Assim, tivemos bastante ação, muitas reviravoltas e até mesmo alguns detalhes do passado que foram, acertadamente, explorados. Algo que não podia faltar eram as cenas de ação muito exageradas e isso teve de sobra. Muitos momentos piegas foram enfiados goela abaixo, cenas que te fazem chorar de vergonha alheia.
Apesar de tudo isso, eu, certamente, defenderia que a série teve muito mais acertos do que erros. A começar por explorar de uma forma mais original a vida do novo protagonista. Isso garantiu que o público não se frustrasse, achando que Sean seria apenas um substituto de corpo do Clayne. Uma outra história, um outro contexto e desafios diferentes deram oportunidade para que houvesse um novo personagem que despertasse nosso interesse.
Sobre os personagens…
Wesley Cole
Certamente, foi um grande desafio para Seann William Scott interpretar um personagem que conseguisse substituir o Clayne Crowford à altura. Ele parece ter se esforçado bastante para isso e colheu bons frutos. Apesar da semelhança com Martin Riggs quanto ao perfil meio vida loca, Cole conseguiu conquistar seu espaço no meio das maluquices de agente.
Roger Murtaugh
Aqui a gente tem mais do mesmo. Nada com o que se incomodar, mas muito pouca inovação. É um personagem que agrada com seu alívio cômico e vejo que, nessa temporada, isso deu bastante oportunidade para que seu parceiro de cena tivesse um bom destaque. Valeu a pena, mas ele poderia ter sido melhor.
Trish Murtaugh
Sempre muito decidida e com um gênio fortíssimo, essa temporada mostrou a batalha de Trish, que resolveu respirar novos ares em sua área profissional, além de ter tido que lidar com algumas paranoias do marido. Pela sua capacidade de cativar e pelas conversar tão relevantes, ela deveria ter tido mais lugar na tela. Ainda assim, se mostrou como uma personagem sensacional, lidando muito bem com as loucuras do marido e os novos desafios.
Broks Avery
Um personagem com grande potencial na série. A relação de amizade entre ele e Roger gerou muitos momentos engraçados. Isso sem falar nas trapalhadas que a dupla mortífera proporcionava e que geravam bastantes problemas para o capitão. Mas os momentos em que ele aparece são ótimos, inclusive quando ele vai a campo. Um destaque para sua representação nas telas e que merece ser mencionado é que ele é homossexual assumido. Não é envolvido em escândalos, é muito comedido em suas ações e um ótimo líder. Características que tornam o personagem um ótimo representante para a comunidade homossexual, simplesmente, por mostra-lo como um ser humano normal, quebrando alguns preconceitos midiáticos bem comuns.
Erica Malick
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Filha de uma senadora que causa medo no capitão Avery, Erica vem como um rosto novo na série para trazer um toque romântico. Logo nos primeiros momentos da sua aparição, o óbvio já fica no ar. No desenrolar da temporada, perceberemos que não foi um caminho tão óbvio…
Tom Barnes
Ele representou um ótimo antagonista na série. Suas primeiras aparições são bem misteriosas e fica muito difícil de saber se ele é amigo ou inimigo. Se é um cara que quer ajudar, ou apenas um interesseiro, afim de usar os talentos do velho amigo e companheiro de serviço para beneficio próprio.
Coadjuvantes de peso
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Além dos personagens principais, outros também tiveram, igualmente, um bom destaque em Lethal Weapon, mesmo aparecendo pouco. A detetive Gutierrez, por exemplo, começa a temporada sem dar muitas expectativas, mas sua personagem acaba trazendo bons momentos na tela. Quando ela aparece, cheia de marra, toda malandra, não convence muito – sinceramente, o melhor parceiro que a Bailey já teve foi o Bowman, mas enfim… Por fim, até que o atrito entre as duas rende bons momentos.
Falando na Bailey, foi interessante ver como a aproximação entre ela e Scorsese evoluiu. Até aqui, ela o enxerga apenas como um irmão chato ou um amigo não tão próximo, mas houve mudanças quanto a isso.
Os filhos de Murtaugh
Os filhos de Murtaugh também merecem um pouco de destaque. Ver a evolução pessoal de Roger Jr. foi muito interessante. Os riscos que ele assumia para descobrir sua vocação, juntamente com a pressão dos pais, com a qual tinha que lidar constantemente, foram bem interessantes. Riana também passa por algumas mudanças, causa problemas com namorados, mas se mostra alguém responsável. Ela e o irmão trazem bons momentos de alívio cômico com o pai.
Que saudade de você…
Senti falta de Leo Getz. Esperava vê-lo mais vezes durante a temporada. O bom é que, como sempre, suas participações são marcantes. Alguém que fez mais falta que o Leo, de fato, foi a Dra. Cahill. Talvez na intenção de não comparar o agente Cole a Martin Riggs, foi decidido não ter a doutora na série nessa temporada.
Foi uma série bastante marcante. Apesar de tudo, valeu muito a pena ter assistido, seja pelas cenas muito impossíveis, seja pelas trapalhadas certeiras da dupla. Por mais que soubéssemos que no final daria tudo certo, era agradável assistir. Eu até diria que a série fará falta, mas com o desenrolar da trama e as notícias a respeito do elenco, não creio que tenha sido uma decisão ruim terem cancelado. Tudo precisa de começo, meio e fim.
Os 15 episódios dessa última temporada, bem como as temporadas anteriores, podem ser vistos no serviço de streaming da Globo, o Globoblay.