Crítica: Marvel’s Agents of S.H.I.E.L.D. termina seu sexto ano esperando por um final

Crítica da sexta temporada de Marvel’s Agents of S.H.I.E.L.D. .

Imagem: Agents of S.H.I.E.L.D. Wiki

Anteriormente em…

Sempre foi uma tarefa difícil escrever sobre Marvel’s Agents of S.H.I.E.L.D. por vários fatores. Em si, a série começou como um grande teste de paciência para alguns e como um divertimento para outros, que – como eu – se apegaram aos mistérios e ao carisma do personagem de Coulson, que ganhou nuances inacreditáveis na série.

Esse fator só foi ampliado quando – e esse foi o ponto que trouxe muita gente de volta – a trama de Daisy ser baleada e toda a ideia do TAHITI ser explicada, abrindo margem para os Kree e os Inumanos e para todo esse lado das narrativas da Casa de Ideias que acabou ganhando ainda mais forma nos cinemas.

Grosso modo, S.H.I.E.L.D. conseguia a façanha de ser tanto queridinha quanto underdog do MCU, uma mistura interessante de rótulos. Contudo, ao ver toda a viagem (nos dois sentidos) que foi essa sexta temporada, uma temporada que eu mesmo não consigo realmente justificar – embora até tenha sido divertida de ver em alguns pontos – a sensação que fica no fim do dia é: dois é pouco, cinco são muito e sete… serão demais?

PUBLICIDADE

Entendendo o problema de Marvel’s Agents of S.H.I.E.L.D. 

Tendo vindo de um começo meio confuso, S.H.I.E.L.D. conseguiu sobreviver ao longo dos anos graças a sua articulação com o MCU. Desde pequenas e veladas referências misteriosas, até diretas colocações a Thor 2 ou ao próprio Guerra Infinita. Portanto, a série sempre conseguia acrescentar mais “sabor”, preenchendo lacunas que nem sabíamos estar lá.

Contudo, com a culminância desse arco cinematográfico, a série decidiu optar por um caminho que também foi seguido no cinema. Entretanto, sem a mesma delicadeza usada. Para piorar, depois de construir toda uma quinta temporada de extremos (do maçante ao fortemente emocionante) baseada em “concluir” – a finale chegou a ser intitulada “The End”(!). Tudo o que viesse depois precisaria de muito mais… requinte do que o que parecia ser o que receberíamos.

Uma nova “Era”

Construir uma era pós-Coulson não seria fácil. ainda mais considerando que, fora Chloe Bennet (Daisy), Elizabeth Henstridge (Simmons) e as vezes Jeff Ward (Deke), o elenco possui uma capacidade singular de desagradar. Particularmente, a novela Yoyo e Mack já havia exaurido a minha paciência na quinta temporada. Assim, ver mais desses dois (juntos ou separados) só pareceu piorar. Ver essa dinâmica em que Fitz não sabe quem é, depois some, depois o tempo não faz mais sentido pareceu, inicialmente, um pouco demais. E nem me fale de Mack como Diretor.

Esse salto no tempo e essa trama de que uma nova realidade foi construída pelo impacto das ações deles rendeu momentos medianos. Tudo isso é algo que grita multiverso, só que de uma maneira muito preguiçosa. A ideia de que teríamos massas de vilões indefinidos, de uma ação mais procedural, menos ligada a uma grande trama – vã ilusão minha – tinha potencial. Mas foi a parte do espaço que jogou uma pá de cal na minha paciência. Bem como disposição para a temporada. Contudo, o ritmo frenético de certos pontos, adicionado o franco abraço ao valor do nonsense que só um multiverso poderia entregar acabaram por virar um pouco a balança.

Um veredito?

Decididamente a minha abertura e prévio monólogo sugere insatisfação total e completa com a temporada. Mas não poderia passar mais longe da verdade. Se essa temporada conseguiu algo, foi carimbar o lugar de guilty pleasure que a série já possuía antes. Todo o flerte com Guerras Secretas – que era o que eu queria para o MCU agora, não todo esse Disney+ – foi divertido, foi rápido e até intenso. Assim, foi deixado uma boa dose de twists inesperados, e logo a temporada se coroa por ter juntado tudo aquilo que nos tirou o ar nos anos anteriores em doses módicas aqui.

Tivemos LMD’s, insinuações de Hive e até mesmo de Lash e do Framework. Além disso, com tantas andanças no tempo, não seria absurdo desejar por uma dosinha de Peggy Carter – tá, a conclusão de Ultimato meio que descarta essa ideia. but who knows? Uma coisa é certa: S.H.I.E.L.D. nos entregou uma temporada que poderia ser MUITO pior. Mas acabou tendo seus momentos, o que é mais do que pode ser dito sobre várias produções.

Sobre o autor

Italo Marciel

Redação

Jornalista por formação e publicitário por aproximação. Desde a graduação, circulo entre as duas áreas e isso me preparou para atuar com mais segurança e amplitude na Assessoria de Comunicação Política, área na qual trabalho desde 2013. Ao todo, já são são oito anos gerenciando a comunicação de parlamentares do legislativo municipal. Entre as minhas principais atribuições estão: criação e gerenciamento de conteúdo textual e visual (artes, fotos e vídeos) para redes sociais; planejamento de pronunciamentos; preparação de pauta para reuniões e entrevistas; relacionamento com a imprensa. Além disso, tanto tempo no meio me trouxe conhecimentos intermediários de assessoria parlamentar, onde auxilio na construção e revisão de projetos e no relacionamento com pastas do poder público de direto interesse dos mandatos. No Mix de Séries atua como jornalista e redator de notícias gerais, desde 2017. Também produz críticas e conteúdos especiais voltado para a área de streaming.