Crítica: New Amsterdam aborda traumas em 3×04, 3×05 e 3×06
Crítica dos episódios 04, 05 e 06 da terceira temporada de New Amsterdam, exibidos nos Estados Unidos pelo canal NBC.
Traumas e racismos foram destaques
Depois de preparar o terreno nos três primeiros episódios, New Amsterdam aprofundou elementos de sua trama principal nos episódios “Isso é tudo que eu preciso”, “Sangue, suor e lágrimas” e “Por que não ontem?”.
Adotando tons diferentes, os episódios destacaram que a temporada terá como foco as mudanças em seus personagens principais. Entretanto, como mostrado no episódio 06, essas transformações não são simples ou imediatas.
Racismo estrutural em New Amsterdam
Entre os três episódios, certamente, “Por que não ontem?” foi o mais explícito em discutir um tema socialmente relevante. E, ainda, espelhá-lo na trama central. Primeiramente, temos a impressão de que seria mais uma tentativa de Max Goodwin de resolver problemas estruturais em um episódio.
Porém, o desenrolar do episódio serviu não somente para desconstruir a ilusão das soluções mágicas do protagonista.
Além disso, vimos um questionamento à própria natureza do personagem. Inclusive, como uma boa referência às cenas de conversa agitadas no corredor. Também foi interessante ver o complexo de homem branco salvador de Max ser minado a cada cena. Tudo isso através de um tom mais cômico. Mas que manteve a força da mensagem.
Outro ponto valoroso do episódio foi a sequência de falas de pessoas marginalizadas. Que estão em uma sociedade patriarcal, racista e classista. Os rápidos depoimentos das pessoas foram ilustrativos do caráter interseccional do racismo. E, além disso, mostrou a Max que compreender esse aspecto não se resumia a pesquisar no Google. Logo, era necessário ouvir as pessoas. Não somente lançar soluções mágicas.
Por sinal, é interessante retomar a primeira interação entre Max e Isabel. Nela, a diretora executiva usa o bordão “Como posso ajudar?” de forma bastante provocativa. O que já dava uma pista sobre o caminho o episódio iria seguir. Finalmente, ele conclui que não dá para “resolver o racismo” magicamente. E isso foi importante para dar profundidade à série. Espero que o tema siga presente na sequência da temporada.
Mudanças para Helen
Em paralelo, tivemos Helen Sharpe passando por uma série de agitações nos últimos três episódios. Primeiramente, acompanhamos seu relacionamento com Cassian iniciar de forma acelerada. Mas com boas abordagens ao passado de cada um. Em seguida, porém, tivemos não somente a introdução de uma nova personagem ligada à Helen (sua sobrinha Mina). Mas também o término com o cirurgião.
O aparecimento de Mina está relacionado à morte do meio-irmão de Helen. Ao fim do sexto episódio, a oncologista decide receber sua sobrinha em Nova Iorque. Dedicando-se, assim, completamente à parente distante. Tanto a relação entre Helen e o irmão quanto os fatos resultantes dela foram apresentados de forma muito rápida, talvez um pouco corrida. E isso pode incomodar.
Ainda assim, retirar Helen da posição de vice-diretora pode ser uma mudança interessante. A série dará a ela uma trama própria, algo presente na primeira temporada. Também é uma possibilidade para abordar a personagem de forma mais afastada de Max. Embora a produção construa uma história para os dois com certa calma, ainda parece que Helen cresce muito mais quando longe de Max. A mudança pode ajudar ambos os personagens.
Iggy enfrenta seus traumas
A série também aborda a história de Iggy Frome de forma bem interessante. Nesses três episódios, por exemplo, o terapeuta enfrenta seus próprios conflitos para buscar cuidado. Então, temos as fugas das reuniões, bem como procurar uma atenção individual. Ele também tem dificuldade de lidar com o próprio corpo e a série destaca tal ponto. Aliás, tudo isso, constitui a narrativa do personagem que está bem interessante.
Primeiramente, temos Iggy temeroso de que seu caminho terapêutico estivesse afetando sua capacidade profissional. Em seguida, observamos ele lidar com uma situação traumática. Assim, um paciente que expõe seus próprios traumas e medos. E, finalmente, vemos ele lidar com suas próprias limitações como terapeuta.
Mesmo que ainda haja muito mais a explorar sobre a trama de Frome, é interessante ver o personagem ganhando profundidade. Além disso, é ótimo ver um tema desenhado em temporadas anteriores, finalmente, ser abordado. Certamente, ele merecia enquanto personagem que se destaca.
O que esperar dos próximos episódios?
Outras tramas mais pontuais, mas não menos importantes, também colocaram elementos interessantes para a continuidade da temporada. Um exemplo é a relação entre Bloom e Leyla. E seus momentos de percepção do elitismo e do privilégio. Principalmente no caso da segurança do setor de emergência no episódio “Isso é tudo que eu preciso”. Além disso, o retorno de Floyd e sua busca por um lugar no “novo” hospital. Bem como a jornada de Agnes Kao para substituir interinamente Vijay Kapoor. Tudo isso colocam ótimas perspectivas para a continuidade da temporada.
Com mudanças pontuais no elenco principal e um redesenho dos papéis desempenhados pelos protagonistas, New Amsterdam vai gradativamente mudando o centro de sua narrativa. Resta ver se Max realmente mudará aspectos de sua atitude.
Também como será a relação entre Helen e Mina. E, da mesma forma, a nova relação entre Floyd e Lauren. O balanceamento entre tramas procedurais e outras mais amplas vai mantendo a série em um bom ritmo para esta terceira temporada.
Seguiremos comentando a série por aqui. Afinal, estamos apenas no início da temporada. E ela ainda promete fortes emoções.
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