Crítica: Pacificador é diversão garantida no HBO Max
Pacificador, da HBO Max, continua bom humor e ação de O Esquadrão Suicida. Série promete fazer sucesso e expandir universo da DC na TV.
A DC tentou criar um universo compartilhado por muitos anos. Tentando mimetizar o sucesso da Marvel, a casa do Batman e do Superman ensaiou diversos começos, mas nunca alçou voo. Agora, o estúdio parece chegar à melhor conclusão possível: não é necessário ter um universo compartilhado. Basta fazer bons filmes e, agora, boas séries. Ao abandonar as amarras e abraçar artistas corajosos, a DC começa a fazer projetos legitimamente interessantes, como é o caso de O Esquadrão Suicida e, agora, de Pacificador, ambos de James Gunn.
Na série da HBO Max, vemos a continuação de O Esquadrão Suicida, mas focada no Pacificador, interpretado com energia e bom humor por John Cena. Na trama, o Pacificador sai do hospital recuperado, mas sem rumo. Com a mesma roupa – e capacete – com a qual entrou, ele sai. Não demora para que a vida do sujeito volte a sacudir. Isso porque, para manter a liberdade, ele precisa prestar alguns serviços. Tudo para garantir a paz, claro. Não importando quantas pessoas possam morrer no processo.
Humor e ação ditam o ritmo de Pacificador
Como no filme, James Gunn aposta no humor e na ação bem coreografada para girar a roda. Em grande parte consegue, apesar de um início atribulado. Com ainda mais liberdade do que no cinema (agora, Gunn pode inserir palavrões, nudez e sex0), Pacificador talvez seja ainda mais destrambelhado do que o filme. E é só conferir a cena de tortura no terceiro capítulo e perceber que não há limites para o texto e para o visual da série.
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Mas toda a loucura funciona porque o elenco investe todas as forças para que tudo ocorra com exatidão. John Cena encontrou o papel perfeito para sua persona. Esperto, o ator tem aproveitado cada segundo em cena. Além dele, brilham Danielle Brooks (finalmente ganhando espaço depois de Orange is the New Black) e Jennifer Holland, além, claro, de Freddie Stroma, como o impagável Vigilante. E como não acreditar no comprometimento do elenco depois de uma cena de abertura como aquela?
Série fica melhor com o tempo, quando simplifica e diverte
Ainda assim, parece que falta algum tempero em Pacificador. Tendo a ingrata missão de continuar o excelente O Esquadrão Suicida (o melhor filme de super heróis de 2021), a série tropeça ao tentar jogar com todas as cartas possíveis. É sintomático, portanto, que o melhor episódio seja justamente o terceiro, onde a casa está arrumada e Gunn finalmente conta uma história objetiva e hermética. Caso siga este formato, apostando em histórias isoladas enquanto desenvolve a mitologia geral, Pacificador pode render um saldo positivo.
Superior às séries recentes da Marvel, Pacificador precisa apenas acertar o passo para seguir em frente e em harmonia. Além disso, é um dos projetos que pode alavancar o universo da DC que, finalmente, parece decolar. Ao esquecer as amarras e respirar fora das limitações de um universo compartilhado, Pacificador pode caminhar com as próprias pernas e cometer os próprios erros e acertos. E isso, por si só, é seu maior feito.
Nota: 4/5