Crítica: Pátria, nova série da HBO, tem começo lento mas emociona

Critica dos episódios 1 e 2 da "primeira temporada" de "Patria" nova série da "HBO", intitulados "Octubre Benigno" e "Encuentros".

Crítica Pátria HBO
Imagem: Divulgação.

Pátria é profundamente comovente e serve como um lembrete de que a violência é prejudicial tanto para vítimas quanto para terroristas

Pátria é uma série limitada da HBO, um drama histórico espanhol de 2020, baseada no romance de mesmo nome de Fernando Aramburu. Criada e escrita por Aitor Gabilondo, a série segue duas mulheres que costumavam ser amigas íntimas, mas se afastam quando o marido de uma delas é morto pelo grupo terrorista basco ETA. Os dois primeiros episódios estrearam no dia 27 de setembro, e o restante será liberado semanalmente, sempre aos domingos pela plataforma. 

ETA foi uma organização nacionalista e separatista de esquerda

Antes da resenha inicial dos dois primeiros episódios, vale ressaltar que o grupo terrorista basco ETA foi uma organização nacionalista e separatista de esquerda armada no País Basco (no norte da Espanha e sudoeste da França). O grupo foi fundado em 1959 e mais tarde evoluiu de um grupo que promovia a cultura basca tradicional para um grupo paramilitar envolvido em uma violenta campanha de bombardeios, assassinatos e sequestros, do sul do País e em todo o território espanhol. Seu objetivo era conquistar a independência para o País Basco. A ETA foi o principal grupo dentro do Movimento de Libertação Nacional e foi o participante mais importante do conflito Basco. 

Pátria conta sua história em diferentes linhas do tempo

À medida que Pátria conta sua história, acompanhamos duas mulheres, unidas no passado, mas separadas nos dias atuais – o enredo é contado em diferentes linhas do tempo.

Começa na morte de Txato, que vemos repetidamente no decorrer dos dois primeiros episódios, mas sob diferentes perspectivas. Assim, a série detalha quem são seus personagens principais e como eles foram motivados para defender suas posições opostas. Pátria assume uma posição muito inesperada – e talvez, intencionalmente, provocativa – para não dar à própria ETA mais espaço do que a Guardia Civil. O roteiro fala muito de linguagem e liberdade, mas nenhum discurso apaixonado, nenhuma retórica inspiradora que possa explicar por que uma geração de jovens sairia para cometer assassinatos, inquestionavelmente, em seu nome. 

As duas mulheres estão em busca de respostas e/ou justificativas. Bittori, sempre ríspida com seus filhos, a vemos conversar com o marido diante de seu túmulo em San Sebastian – ele não pôde ser enterrado na cidade onde nasceu. Assim como era seu parceiro, ela é teimosa o suficiente para voltar a um lugar que não é bem vinda, e se recusa a sair até descobrir quem atirou a sangue frio e matou seu marido, Txato. Do outro lado vemos Miren, se tornando cada vez mais desafiadora e alienada em seu apoio à ETA, um lado do qual não há como escapar. Já os filhos dessas duas mulheres, enquanto isso, se perderam no decorrer da vida e se espalham como pedaços de vidros quebrados, aparentemente, sem reparo.

Pátria mostra como é viver com intimidação e medo 

Nesses dois primeiros episódios, Gabilondo traz o espectador para dentro de uma pequena comunidade e efetivamente mostra como é viver com intimidação, medo… E, além disso, como uma amizade ao longo da vida entre famílias pode ser distorcida em algo profundamente triste e amargo.

Onde, um dia, você acorda e descobre que as pessoas da comunidade onde voce morou por uma vida, te viram as costas, não servirão mais você, e seus amigos te evitam na rua. É realmente um mergulho muito profundo, feito com claro respeito pelas complexidades do que aconteceu em uma pequena parte da Europa. Das praias de San Sebastian às florestas do território basco francês, é um lugar singular pelo qual muitos achavam que valia a pena lutar. Portanto, Pátria mostra que o preço pago é muito alto. 

Imagem: Divulgação.

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Não posso encerrar essa resenha desses dois primeiros episódios de estreia, sem mencionar a qualidade da produção que é uma marca registrada da HBO. Sem falar, claro, na fotografia impecável. Igualmente, a série possui longas cenas sem nenhum dialogo, apenas acompanhando a agonia dos momentos que marcaram a vida dessas famílias.

E você, o que achou dessa estreia de Pátria? Deixe nos comentários e, igualmente, continue acompanhando as novidades das séries aqui no Mix de Séries.

Abaixo segue o trailer oficial da série. 

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Sobre o autor
Paulo Mateus

Paulo Mateus

Carioca que mora nos EUA desde 2014. Redator no Mix de Séries desde 2018, fã de Friends e The Good Fight, e acompanho Grey's Anatomy desde sua estréia.

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