Crítica: Predador A Caçada é o melhor filme da franquia

O Predador: A Caçada é filme de ação redondo, marcando o ponto mais alto da franquia. Filme pode ser visto no Star+.

O Predador A Caçada

Quando O Predador foi lançado em 1987, Arnold Schwarzenegger era um dos reis do cinema brucutu. À época, o filme pegava um gênero de sucesso, mas notavelmente de nicho, como o da ficção-científica e o turbinava com esteroides. Era um filme de ação clássico, mas que encantou o público, que sempre retornou para suas continuações.

Em 2022, décadas depois de seu primeiro lançamento, a franquia parece ainda conquistar a audiência, e O Predador: A Caçada, no Star+, acaba sendo um dos títulos mais surpreendentes do ano.

Histórico de caçador

A saga do Predador, aliás, acabou se readaptando e se reafirmando com o passar dos anos. O segundo título, com Danny Glover, levou o alienígena caçador à cidade e trouxe o gênero de ação policial para o centro da narrativa. Depois daqui, a saga parece ter esfriado. Ainda assim, o vilão parecia ter cacife o suficiente para retornar nos anos 2000 em pé de igualdade a outro alienígena famoso. Em Alien vs. Predador, o astro de outro planeta acaba se tornando um atípico anti-herói.

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Além de uma continuação focada na briga contra alien, o Predador finalmente retorna em Predadores, de 2010. Aqui, temos um filme de ação típico da época, mas que é muito melhor do que nossa memória sugere. Adrian Brody vira um surpreendente astro de ação, e a ambientação do longa é legitimamente divertida.

O Predador, por sua vez, chega aos cinema em 2018 com o objetivo de reviver a franquia. Apesar do humor e do estilo corajoso, o filme ficou abaixo das expectativas e parecia ter enterrado as esperanças de sequências.

Um dia da caça…

Eis que O Predador: A Caçada chega como o legítimo vilão da franquia: sorrateiro, mas com forte impacto. O novo capítulo da saga foi anunciado de forma discreta e apostou na iconografia do personagem sem abusar de sua fama. Desta forma, o longa desistiu dos rumos típicos da série e olhou para o outro lado. Ou melhor: para outra época.

Assim, A Caçada faz o que a franquia já deveria ter feito há muito tempo: levar o Predador a outro cenário e à outra época. Afinal, é sabido que os monstros viajam pelo espaço e já haviam chegado à Terra várias vezes antes de 1987. A Caçada, então, olhada para sua própria mitologia para entregar uma fita de ação redonda, com história simples, mas esperta, e visual arrebatador.

Desta forma, temos um dos filmes mais bem feitos da franquia, o que acaba elevando o nível do projeto. Dirigido por Dan Trachtenberg, A Caçada é filmado com inteligência e esmero, entregando alguns dos momentos mais empolgantes da série. O cenário, aliás, ajuda. Afinal, as planícies do anos 1700 parecem o local perfeito para uma história de ação e aventura.

Ambientação enriquece a aventura

Desta forma, A Caçada é uma mistura habilidosa de O Regresso e Cloverfield, mas sem jamais soar derivativo. Apesar da história simples, aliás, o filme nunca é tolo, e desenvolve com habilidade seus personagens centrais e sua narrativa. Assim, a habilidosa protagonista (Amber Midthunder, uma revelação) carrega a trama que basicamente a mostra indo atrás de uma criatura misteriosa, até que ela descobre estar na mira de um cruel caçador.

A nova aventura, então, capricha ao trazer o Predador brincando com várias armas curiosas. Além disso, o longa nunca perde tempo ao explorar as belas locações e os costumes indígenas.

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Logo, vale apontar que A Caçada jamais cai em clichês ao retratar os nativos norte-americanos. Assim, os indígenas vistos aqui são inteligentes e totalmente independentes. Donos de seu mundo, sabem se comunicar com a mesma habilidade com que caçam. Não é intenção, portanto, mostrá-los como um povo atrasado. Pelo contrário, ao colocá-los em pé de igualdade ao Predador, o filme mostra que só os corajosos comanches podem ser capazes de derrotar o monstro.

predador a caçada

Ação é impecável e protagonista envolvente

E Trachtenberg capricha em cada sequência de ação, entregando perseguições e lutas impecáveis. O diretor entende e parece venerar o visual do vilão e, assim, sempre o filma de forma reverencial. O Predador, então, nunca foi tão ameaçador e impactante.

Ajudando neste processo, a exuberante direção de arte recria um mundo crível, quase palpável, ao passo que a fotografia se esbanja nas belas locações. Os figurinos e maquiagem, por sua vezes, dão vida à cultura comanche, exibindo um povo atento e extremamente avançado. Não é à toa, então, que, quando vemos o “homem branco”, estes são tolos, incomunicáveis e absurdamente lentos em suas lutas e armas.

O Predador: A Caçada entra para a lista dos grandes filmes de ação deste ano, ao lado de títulos já consagrados como The Batman e Top Gun: Maverick. O que estes filmes têm em comum: além da aventuras e das sequências de cair o queixo, jamais esquecem o poder dos personagens e de seus dramas pessoais. Logo, estamos ansiosos para conferir novas sequências neste universo, principalmente se forem em outras épocas. Caso tenham protagonistas como Naru e diretores como Trachtenberg, estaremos seguros.

Sobre o autor

Matheus Pereira

Coordenação editorial

Matheus Pereira é Jornalista e mora em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Depois de quase seguir carreira na Arquitetura, enveredou para o campo da Comunicação, pelo qual sempre nutriu grande paixão. Escritor assíduo na época dos blogs, Matheus desenvolveu seus textos e conhecimentos em Cinema e TV numa experiência que já soma quase 15 anos. Destes, quase dez são dedicados ao Mix de Séries. No Mix, onde é redator desde 2014, já escreveu inúmeras resenhas, notícias, criou e desenvolveu colunas e aperfeiçoou seus conhecimentos televisivos. Sempre versando pelo senso crítico e pela riqueza da informação, já cobriu eventos, acompanha premiações, as notícias mais quentes e joga luz em nomes e produções que muitas vezes estão fora dos grandes holofotes. Além disso, trabalha há mais de dez anos no campo da comunicação e marketing educacional, sendo assessor de imprensa e publicidade em grandes escolas e instituições de ensino. Assim, se divide entre dois pilares que representam a sua carreira: de um lado, a educação; de outro, as séries de TV e o Cinema.