Crítica: Primeira temporada de Young Sheldon mostra que a série pode ser superior a principal

Crítica da primeira temporada de Young Sheldon, da CBS.

Imagem: CBS/Divulgação

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Young Sheldon foi anunciada como primeira série derivada de The Big Bang Theory, uma das comédias mais populares da atualidade, no final de 2016. Nos meses que antecederam sua estreia, muita expectativa se criou em cima dessa nova empreitada do showrunner Chuck Lorre. O produtor tem uma espécie de império de séries cômicas na televisão americana, em especial no canal CBS. Dentre suas principais criações estão Two and a Half ManMike & MollyMom e, claro, The Big Bang Theory.

Nem sempre os spinoffs (termo em inglês para série derivada) repetem o sucesso de suas séries mães. Ainda mais quando a série principal está há tanto tempo no ar. A equipe de Young Sheldon sabia da responsabilidade em mostrar o passado de um dos personagens mais famosos da TV atual. Se não bastasse isso, eles devem garantir uma coerência entre os eventos da nova série com as lembranças do personagem mostradas ao longo de mais de dez anos na série mãe.

E nisso a série não decepciona. Voltamos a dias importantes da vida de Sheldon. Como o dia em que ele construiu seu próprio foguete e foi notificado pelo governo americano, ou quando escreveu seu primeiro contrato para relacionamentos. Descobrimos, inclusive, o porquê do personagem não gostar de Geologia. Tudo respeitando a narrativa própria da série derivada, sem atropelamentos ou grandes problemas de roteiro e linearidade.

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Humor na medida certa!

Um ponto positivo dessa primeira temporada foi a qualidade do humor apresentado. Há uma boa mistura do humor “pastelão”, bastante comum nas sitcoms e um humor mais trabalhado e não forçado. A parte mais simples é entregue, principalmente, por Sheldon, Mary e Georgie Jr. O humor apresentado pelos personagens talvez agrade às gerações mais velhas, acostumadas com o tipo de comédia mostrada nos anos 90. Enquanto Missy e Coonie são as responsáveis por atrair o público mais comum com as comédias do final dos anos 2000. Com piadas mais elaboradas e não tão bobas.

Bom elenco!

Imagem: CBS/Divulgação

Iain Armitage entregou um Sheldon Cooper tão bom quanto àquele interpretado por Jim Parsons. Tanto no jeito de falar, quanto na forma como se comporta. Os personagens parecem, sim, ser a mesma pessoa. Sendo criança ou adulto, ele é o mais inteligente e metódico entre todos aqueles que estão ao seu redor. Mas, ao mesmo tempo, não são capazes de serem totalmente independentes. O que mudou foi que Sheldon substituiu sua mãe por Amy, Leonard e Penny, para serem seus guardiões e escudo.

Mas, para recriar esses momentos de seu passado, não era preciso apenas de Sheldon. Era preciso levar à tela outros personagens que fizeram parte de seu passado e, de alguma forma, foram importantes negativa ou positivamente. E, mais uma vez, os atores escolhidos atenderam às expectativas dos fãs.

Zoe Perry entregou uma versão mais nova de Mary Cooper (mãe de Sheldon). A personagem lembra bastante sua versão que aparece em TBBT. Vimos uma matriarca bastante religiosa e extremamente dedicada à sua família e que seria capaz de enfrentar tudo e todos pelo bem de seus filhos.

No entanto, talvez o grande acerto para a longevidade da série tenha sido a forma como eles apresentaram personagens ainda pouco conhecidos. Os personagens são tão bons que a vontade é que eles pudessem também existir em TBBT.

Um exemplo é Raegan Revord, que rouba a cena interpretando a levada irmã gêmea de Sheldon, Missy Cooper. A atuação da atriz é tão boa que daria para imaginar uma série toda com o foco apenas na personagem. Com sua língua afiada, é difícil um episódio em que a personagem apareça e não cause risos no telespectador. Outra que rouba a cena é Connie (Meemaw), a avó de Sheldon, interpretada pela veterana Aniie Potts. A viúva totalmente independente e nada ortodoxa é uma série a parte.

O elenco masculino também não decepciona. Lance Barber dá vida a um típico pai do interior do Texas do final dos anos 80. Mostrando uma relação um pouco distante entre ele e Sheldon, o que é bastante lembrado por sua versão adulta. Já Montana Jordan, intérprete de Georgie, mostra porque a relação entre Sheldon e seu irmão mais velho foi se desgastando ao longo dos anos. Os personagens ficaram sem se falar por mais de uma década!

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Vida longa!

Além da boa escolha de elenco e do roteiro bem trabalhado, a série optou por não utilizar as famosas risadas de fundo, característica das séries de Lorre. Além de preferir o formato de câmara única. Ambas escolhas aproximam a série do estilo moderno de se produzir sitcoms, o que pode agradar os telespectadores mais novos. O que também pode garantir uma maior longevidade a série.

Com um bom início, Young Sheldon mostrou que não é apenas uma sequência de flashbacks. A série criou sua própria identidade nessa primeira temporada. Encontrou seu próprio jeito de contar histórias sem, claro, esquecer de sua série mãe. Em vários momentos, a série consegue ser superior a The Big Bang Theory, mostrando que tem potencial para substituir bem o hit da CBS.

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Sobre o autor
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Matheus Ronconi

Paulista, nerd, viciado em séries e fã do Rei Leão e do Homem-Aranha. No Mix escrevo sobre The Big Bang Theory e Star Trek: Discovery.

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