Crítica: Sem enrolação, 4ª temporada de Lucifer é a melhor da série até aqui

Confira crítica da quarta temporada de Lucifer na Netflix.

Imagem: Netflix/Divulgação

Lucifer em sua melhor forma!

Atenção, esse texto contém pequenos SPOILERS da quarta temporada de Lucifer.

A Netflix não só presenteou os fãs de Lucifer com uma renovação, após o cancelamento da FOX, como também os presenteou com a melhor temporada da série. Mais ágil, com apenas 10 episódios, apresentou uma trama mais “enxutinha” e bem desenvolvida. Não há brecha – nem tempo – para enrolação. Sendo assim, conseguiu melhorar, ainda mais, aquilo que já gostávamos nela.

Quando a série foi cancelada, no ano passado, a maior preocupação dos fãs era com o final em aberto que havia sido deixado. No último episódio da terceira temporada, a Detetive Decker descobre a verdade sobre o Diabo, vendo a sua verdadeira face. Então, era lógico saber que a grande curiosidade do público estava voltada para a reação da parceira de Lucifer. Surpreendente mesmo foi descobrirmos que, de cara, isso já se torna passado.

A quarta temporada começa um mês após esses eventos, e Lucifer se mostra extremamente preocupado com as consequências da verdade na vida de sua amada. E eis que ela volta, como se nada tivesse acontecido. Entretanto, é ao passar dos episódios que vemos um real impacto no psicológico de Decker, e como ela ainda precisa trabalhar suas ideias para aceitar a verdadeira natureza de Lucifer.

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A dinâmica entre Lucifer e Decker já é recuperada logo no primeiro episódio. Imagem: Netflix/Divulgação.

Me conte, o que você deseja?

O que sempre ajudou Lucifer a fazer sucesso foi a sua galeria de personagens cativantes. E eles continuam, na quarta temporada, a ser a cereja do bolo para essa popularidade tão grande da série.

Nos novos episódios, por exemplo, Amenadiel resolveu deixar a Cidade de Prata e viver definitivamente na Terra. Ele fez de Los Angeles um lar, e agora que mesmo criar raízes por aqui. Entretanto, ele não é apenas mais um coadjuvante sem muita função. Nessa temporada, ele protagoniza uma excelente trama, ao lado da Dra. Linda. Eles engravidam, e um bebê metade humano/metade anjo é gerado na terapeuta. Isso, inclusive, faz a trama de Linda ser ainda mais atraente, do que só ficar ouvindo os desabafos egocêntricos de Lucifer.

A própria trama de Decker, na tentativa de descobrir como lidar com a verdade sobre Lucifer é interessante. Ela acaba caindo nas mãos de um Padre, que tem como objetivo de vida livrar a Terra de todo o mal – e aqui, estamos falando de Lucifer. Ele vem com a história de uma profecia, que na reta final da temporada vira o mote para a trama derradeira da série.

Além disso, temos Maze cumprindo seu papel com cenas ainda mais incríveis. Bem como, Ella e Dan, que mesmo um tanto apagados nessa temporada, tiveram seus ótimos momentos. A forense protagonizou uma trama que proporcionou um questionamento sobre sua fé. Já Dan, perdeu um pouco de sua sanidade – além de ter ficado mais chato. Mas ambos, conectados aos eventos perturbadores da temporada passada, envolvendo a morte de Charlotte Richards.

Eva

A grande promessa da temporada, Eva talvez tenha sido o calcanhar de Aquiles dos novos episódios. Ela é a única personagem que não funcionou muito bem na engrenagem que já era estabelecida. Sendo apresentada como o primeiro grande amor de Lucifer, suas cenas soaram extremamente forçadas.

Bem como, a interpretação da atriz Inbar Lavi, de Prison Break, não foi a das melhores. Ela apresentou química zero com Lucifer, e além disso protagonizou situações extremamente irritantes como Eva.

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Eva não foi um acerto na temporada. Imagem: Netflix/Divulgação

Claro, tudo fazia parte de uma suposta “inocência” da primeira pecadora, mas ao longo dos episódios – bem como no final, deixa-se claro que ela estava tentando repetir com Lucifer o que outrora ela fez com Adão. Ou seja, estava apenas sendo controladora e desejando um amor forçado. Eva, na verdade, era só alguém que precisava de uma pessoa que realmente gostasse dela. Pelo o que ela é. Uma pena que sua trama não tenha sido executada de uma maneira tão convincente.

Tudo continua como era. Mas há uma vibe diferente…

A mudança da FOX para a Netflix permitiu bons reflexos na trama. Isso porque a série continuou com seu mesmíssimo formato: caso da semana, somado a um conflito pessoal de personagem. Entretanto, há uma roupagem diferente, que faz diferença de alguma forma. Mesmo que seja em mínimos detalhes.

Por exemplo, a série expressa a violência de forma bem mais explícita. Claro, nada extremamente pesado. Mas há uma amostra maior. O mesmo pode-se dizer das cenas de nudez. Elas estavam ali, mais explícitas. Entretanto, nada gratuito. Tudo fluiu naturalmente, como acontecia em outras temporadas, porém havia uma liberdade criativa que chamou atenção. Até o cancelamento pela FOX foi subentendido em uma das piadas.

Além disso, vale destacar que essa é a temporada mais “emocional” para Lucifer. Ela explora, sem medo, os sentimentos mais profundos de muitos personagens, como o luto de Dan, a paixão de Maze por Eva – com direito a uma linda cena do demônio cantando “Wonderwall“, entre outras. Bem como, a difícil decisão de Lucifer em aceitar quem ele é. Sem dúvidas, essa característica é uma dos grandes acertos da trama.

De qualquer forma, mesmo com essa liberdade maior na Netflix, os roteiristas não quiseram se afastar do espírito que a série criou ao longo de seus três primeiros anos. Certamente, um passo certo para continuar agradando a fã base que lhe salvou do limbo.

Desfecho

A reta final entrega uma trama envolvente, que praticamente coloca em foco todos os personagens. Anteriormente, esse era o momento que sempre voltava-se para Lucifer e Decker. Mas a quarta temporada foi justa, sabendo colocar praticamente todos os personagens como força para engrenagem rodar.

O último episódio é um deleite para os fãs. Tramas são concluídas, destinos traçados, e Lucifer finalmente ganha um desfecho para sua passagem pela Terra. Foi uma espécie de artifício encontrado pelos produtores para o caso da série ser cancelada novamente. Assim, Lucifer ganhou um desfecho satisfatório, para aquela que em minha opinião é a melhor temporada da série. Nem sempre, mais é melhor. E essa temporada é o sinônimo perfeito para isso.

Obrigado Netflix por estes 10 episódios. E claro, não vamos reclamar se recebermos mais…

Leia também: Confira resumo para assistir a 4ª temporada de Lucifer na Netflix

 

Sobre o autor

Anderson Narciso

Editor-chefe

Criador do Mix de Séries, atua hoje como redator e editor chefe do portal que está no ar desde 2014. Autor na internet desde 2011, passou pelos portais Tele Séries e Box de Séries, antes de criar o Mix. Formado em História pela UFJF e Mestre em História da Saúde pela Fiocruz/RJ, Anderson Narciso se aventurou no mundo da criação de conteúdo para Internet há 15 anos, onde passou a estudar sobre Google, SEO e outras técnicas de produção para web. É também certificado em Gestão Completa de Redes Sociais pela E-Dialog Comunicação Digital, além de estudar a prática de Growth Hack desde 2018, em que é certificado. Com o crescimento do site, e sua parceria com o portal UOL, passou a atuar na cobertura jornalística, realizando entrevistas nacionais e internacionais, cobertura de eventos para as redes sociais do Mix de Séries, entre outros. Atua como repórter no Rio de Janeiro e São Paulo, e pelo Mix já cobriu eventos como CCXP, Rock in Rio, além de ser convidados para coberturas e entrevistas presenciais nos Estúdios Globo, Netflix, Prime Vídeo, entre outros. No Mix de Séries, com experiência de dez anos, se especializou no nicho de séries e filmes. Hoje, como editor chefe, é o responsável por eleger as pautas diárias do portal, escolhendo os temas mais relevantes que ganham destaque tanto nas notícias quanto nas matérias especiais e críticas. Também atua como mediador entre a equipe, que está espalhada por todo o Brasil. Atuante no portal Mix de Séries diariamente, também atende trabalhos solicitados envolvendo crescimento de redes sociais, produção de textos para internet e web writing voltado para todos os nichos.