Deception é de fato uma “decepção”, e um afago para os fãs órfãs de Castle

Review do primeiro episódio da primeira temporada de Depcetion da ABC.

Deception Forced Perspective-2
Imagem: ABC/Divulgação
Deception Forced Perspective-2
Imagem: ABC/Divulgação

Quem gosta de mágica?

Quando Castle terminou de forma repentina em 2016, muitos fãs ficaram tristes, principalmente pela maneira na qual a ABC escolheu fazer o anúncio. O problema para a emissora é que após anos se dedicando a produzir comédias familiares, o departamento de drama não se preocupou em descobrir (ou revelar) a “nova Castle”.

Deception Pilot
Imagem: ABC/Divulgação

A mesma lambança aconteceu assim que Lost e Desperate Housewives chegaram ao fim no final da década passada, da mesma forma com o cancelamento errôneo de Body of Proof. Entretanto, sabe-se que nunca é tarde demais, não é mesmo? Exatamente por isso que estamos aqui para falar de Deception.

Um dos grandes nomes da mágica do mundo, Cameron Black, é desmascarado quando se descobre que na verdade ele não faz seus grandes truques sozinho. Após o escárnio e ver sua fama escorrer pelos dedos, Black continua em busca do responsável por injustamente incriminar seu irmão, Jonathan Black. Em virtude de uma busca desprovida de perspectiva faz com que ele cruze com os caminhos da agente do FBI, Illfenesh Hadera, cujo alvo, pasmem, tem relação com o irmão de Cameron.

A estrutura narrativa que o roteiro utiliza em seguida é a mesma de Castle e/ou de Forever. A diretora do FBI hesita em abrir as portas da agência para o tipo exótico; a agente está disposta a qualquer negócio para prender o bandido; o herói de qualidades únicas quer provar sua capacidade para a heroína e se possível salvar o dia.

E a fórmula se repete…

Para provar ao telespectador que mesmo clichê, a história é única, abre-se espaço para frases de efeito, truques bobos de mágica e metáforas toscas. A situação piora quando a série mostra suas qualidades técnicas, ou a falta delas. Os efeitos visuais são ridiculamente amadores, a direção das cenas de ação foi cômica e o jogo de câmeras na sequência de perseguição mostrou-se um tanto enfadonho e nada criativo.

O que mais me preocupa é o fato de que os mesmos erros se repetem no segundo episódio. O vilão é diferente, evidentemente, mas os elementos ultrapassados se repetem. Tudo para atingir o objetivo louvável de tentar impressionar o telespectador e fazê-lo voltar na próxima semana. O problema é a forma promíscua na qual os roteiristas querem cativar quem assiste.

Infelizmente os atores também não ajudam. Jack Cutmore-Scott estava ótimo em Cooper Barrett’s Guide to Surviving Life, na verdade era a única qualidade que a comédia tinha. Seu problema em Deception é a vontade em ser alguém que ele não consegue ser. Nathan Fillion tinha qualidades únicas para fazer com que Castle fosse deliciosa até seu Series Finale. Assim como Ioan Gruffudd, que carregava um charme inglês irresistível em Forever.

Ele precisa encontrar sua própria forma de deixar o personagem interessante e não uma mera cópia dos seus antecessores. O mesmo pode-se dizer de Illfenesh. Uma atriz jovem e com pouquíssimo preparo para ser protagonista de um drama de horário nobre. Como a agente Kay Daniels ela está completamente esquecível.

Adoro Greg Berlanti e acredito que ele é um dos melhores, mais criativos e ecléticos produtores do momento. Mais até do que Ryan Murphy.

O problema é que nem ele acerta sempre…

Sobre o autor
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Bernardo Vieira

Meu nome é Bernardo Vieira, sou catarinense e tenho 25 anos. Sou bacharel em direito, jornalista e empreendedor digital. Escrevo no Mix de Séries desde janeiro de 2016.Sou responsável pelas colunas de audiência e Spoiler Alert, além de cuidar da editoria de premiações e participar da pauta de notícias. Quer saber mais? Me pague um café e vamos conversar.

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