Crítica: Intolerância e preconceito marcam o 4×02 de Supergirl
Review do segundo episódio da quarta temporada de Supergirl, da The CW, intitulado "Fallout".
Supergirl mostrando a nossa realidade?
Quando assisti a premiere de Supergirl na semana passada, primeiramente achei muito estranho certas semelhanças com as coisas que vêm acontecendo. Por um momento, pensei: “acho que é toda a turbulência das eleições daqui”. Entretanto, não se trata de uma paranoia minha, a série está sendo bem realista.
O que eu achava que seria apenas um plot temporário, envolvendo os irmãos Graves, está se tornando mais sério que eu esperava. O ódio e a intolerância que a dupla de vilões vêm espalhando, muito tem lembrado o que estamos passando por aqui. O pior nem é isso, lá na Terra do Tio Sam, inclusive, as coisas também não andam as mil maravilhas assim. Se os roteiristas queriam atingir o governo Trump, pois bem, conseguiram!
Me decepcionei com o lance da presidente, na minha opinião, deveriam ter explorado mais sobre isso. Lynda Carter merecia mais espaço, pelo menos nesse episódio. A facilidade de terem derrubado a líder da maior potência mundial foi algo extremamente brochante. Sério, cadê as aulinhas de Scandal, minha gente? Queria tiro, porrada e bomba!
Com isso da presidente se renunciando, seria um momento certo para Cat Grant reaparecer, não acham? CW vocês estão muito lentos, francamente. Deveriam ter feito uma baita proposta, para que Calista Flockhart pudesse fazer uma participação aqui. Com essa renúncia, o que será de uma das melhores personagens da série. Simplesmente vão ignorar sua existência e esquecê-la no churrasco.
Uma intolerância real e que dá medo!
Como se não bastasse um ódio cego e doentio por alienígenas, outra bandeira foi abordada. Nia, que pra mim já está sendo uma ótima adição, enfim contou sobre sua história. Francamente esperava que isso acontece um pouco mais pra frente, e com talvez Kara sendo a pessoa. Até que não me incomodei com o fato de ter sido James, não sei qual está sendo o milagre, mas ainda não peguei ranço dele nessa temporada.
O engraçado de tal revelação da nova personagem calhou perfeitamente com a recente decisão de Trump, em excluir o reconhecimento dos transexuais. Eu tenho certeza que isso será explorado ainda mais profundamente, ainda mais que essa temporada está se mostrando que será bem política.
A cena de Brainy prestes a ser brutalmente violentado em uma pizzaria, por não ser humano, me deu embrulho no estômago. A abordagem foi genial, mas, infelizmente, foi bem realista. Uma metáfora mais que perfeita, trabalhada nas entrelinhas. O diferente assusta, não importa as circunstâncias.
Outra coisa que me assustou foi a forma como o vilão da temporada foi apresentado, mais um ponto bem realista. O Agente da Liberdade se mostra um rapaz cruel, preconceituoso, e que dissemina seu pensamento opressor às pessoas. Sinceramente, não sei como J’onn conseguiu aguentar ficar um minuto ali naquela reunião, recheada de muito ódio e preconceito.
Acorda, Lena!
Uma coisa que me irritou, pra variar, foi Lena. Meu Deus, ela é tão inteligente pra tantas coisas, e numa coisa tão óbvia supera o quesito tapada. Kara deu canja várias vezes, no momento em que Mercy chegou em seu ápice do episódio. O momento que a vilã pegou uma das armaduras de Lex, logo pensei que ela pudesse soltar algo com kryptonita, entregando o segredo da nossa protagonista. Só quero ver por quanto mais tempo Lena vai bancar a trouxiane, já está ficando chato.
Amo Alex, isso é fato, mas ela está deixando a desejar no comando do DEO. Os irmãos Graves conseguiram convencer um de seus recrutas, Jensen, de forma muito fácil e inocente. Não me faça torcer pela volta de J’onn por lá, quero girl power exalando nessa série.
PS: Brainy e Nia, uma amizade que já quero que explorem mais, e defenderei até o fim!
PS 2: Será que devemos confiar no novo presidente dos Estados Unidos? Senti firmeza nele, mas vamos esperar um pouco.