Crítica: The Father é um presente para quem admira grandes atuações

Filme The Father, indicado ao Oscar 2021, é um grande presente para quem admira atuações impactantes. Detalhamos na crítica.

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Imagem: Divulgação

The Father é forte concorrente nas categorias de atuação

Todos nós que gostamos de cinema e admiramos boas obras vez ou outra nos deparamos com a questão “o que faz de um filme grandioso?”.

Seria de tremenda simplicidade definir a grandeza de um filme baseado em orçamentos homéricos, cenários gigantescos e elenco com salários milionários. The Father, concorrente ao Oscar e adaptação da peça francesa Le Père, não tem nenhum dos requisitos anteriormente citados e é, nos melhores sentidos da expressão, um filme grandioso.

A história

Na trama do longa estrelado pelos super talentosos Anthony Hopkins e Olivia Coalman, Anne (Coalman) cuida do seu pai, Anthony (Hopkins), que luta para se manter consciente no meio de muita confusão interna e dúvidas sobre o que é real ou não à seu redor.

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O filme, dirigido por Florian Zeller – também criador da peça original -, deliberadamente usa da linguagem cinematográfica para confundir o público junto com seu protagonista.

Até poucos minutos antes do fim, ainda nos questionamos junto ao senhor confuso sobre o que está acontecendo com a sua vida.

Anthony Hopkins e Olivia Coalman com o diretor Florian Zeller

Dos palcos para o cinema

Adaptar uma história do teatro para as telas de cinema nem sempre é uma tarefa fácil, ás vezes levando até ao bizarro como foi o caso de Cats. Aqui, a linguagem mais focado nos diálogos e narrativa muito concentrada em um cenário (que se adapta para mudar do cômodo, como acontece nos palcos) ajuda a costurar a aflição e frustração que aqueles personagens sentem.

Diferentes de filmes como Para Sempre Alice, a questão mental do personagem central não é vista de fora e sentida na reação dos seus entes próximos. Em vez disso, olhamos sempre do ponto de vista de Anthony, que não entende quanto tempo se passou, em que dias aconteceram os eventos passados e o que está acontecendo no presente momento.

Um dos sentimentos mais complexos do repertorio humano e certamente um dos mais difíceis de ser interpretado é quase o terceiro protagonista de Meu Pai: a frustração. É importante entender que os dois personagens, pai e filha, se sentem frustrados com a situação. O pai se vê cada vez mais perdido e sem controle da própria vida. Enquanto isso, a filha sente cada vez mais uma distância do pai e uma constante necessidade de cuidado.

E as atuações?

Ao longo das cenas, Olivia Coalman certamente não foi tão expansiva como sua Rainha Anne, que lhe deu o Oscar em A Favorita. Tão pouco está introspectiva e pouco reveladora como sua Rainha Elizabeth, em The Crown. Talvez não tão chamativa para mais um Oscar, a atuação de Coalman é real e crua. A atriz apresenta uma personagem cansada e que muitas vezes não sabe mais como reagir a tantas situações. Nisso, o brilho é todo seu.

Anthony Hopkins e Olivia Coalman em “Meu Pai”

Sem muitas surpresas, o maior destaque precisa ir para Anthony Hopkins. Carregando o mesmo nome e idade do seu personagem, o ator mostrou com realidade gritante os desafios daquele simpático personagem que vive uma bonita e difícil relação com sua filha. Indicado ao Oscar de Melhor Ator, é um concorrente muito justo para uma competição justa.

Dessa forma, The Fahter é um filme simples, rápido, com um pequeno elenco, muitos diálogos e diversas emoções. É, no mais belo sentido, um grande filme. É para assistir, aproveitar e pensar um pouco. Podemos até pensar demais. Mas, no fim, tá tudo bem!

Oscar 2021

  • Indicações: Melhor Filme, Melhor Ator (Anthony Hopkins).

E lembrando, que a Globo – e o Globoplay – transmitirão o Oscar 2021, no dia 25 de abril. Enquanto no Globoplay, a festa estará completa, na Rede Globo, o Oscar começará depois do BBB.

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Sobre o autor

Guilherme Bezerra

Pernambucano estudante de jornalismo. Apaixonado por séries desde sempre, aprendeu inglês maratonando How I Met Your Mother. Viajou por mundos e pelo tempo com o Doutor e nunca consegue dispensar uma maratona de Friends. Não vale esquecer a primeira maratona de séries com A Grande Família!