Crítica: Três Metros Acima do Céu, série da Netflix, não traz nada de novo

Crítica da série Três Metros Acima do Céu (Summertime), da Netflix. Série original que estreou na plataforma nesta quarta, dia 29.

Tres Metros Acima do Ceu
Imagem: Divulgação.

Três Metros Acima do Céu faz você querer ficar vários metros longe da televisão

Três Metros Acima do Céu estreou na Netflix, e preciso dizer… que decepção! Uma série que se vendeu como “uma história de amor moderno” em nada acrescenta no gênero e, ainda, utiliza de artifícios super antigos para tentar conquistar o espectador.

Inspirado no livro Summertime, de Federico Moccia, a história já era conhecida por uma adaptação cinematográfica. Mas aqui, nada funciona, e ouso dizer que a trama da Netflix chegou a manchar o legado que o título carregava.

Uma trama vazia

Três Metros Acima do Céu acompanha a história de Summer (Rebecca Coco Edogamhe), uma jovem de 17 anos que parece estar assumindo as responsabilidades do mundo inteiro sobre seus ombros. No entanto, aparentemente dedicada e motivada, ela jurou fazer a diferença, crescer e sair de sua cidade natal, garantindo que não acabará como seus pais. Durante um verão na Itália, ela conhece Alessandro, com quem estabelece uma química quase que instantânea – mesmo que eles venham de mundo distintos. E mesmo que exista milhares de pessoas na mesma cidade, eles sempre acabam se encontrando. Afinal, estamos falando de um romance.

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Mas eis o primeiro ponto: ao invés de inovar, a série se prende a clichês extremamente piegas. Tudo é muito estereotipado, e quando você acha que a trama pode engrenar, ela desanda. Para se ter uma ideia, a temporada possui oito episódios, e apenas no quinto que o casal protagonista começa ter um avanço. E acreditem, se vocês esperam um desfecho feliz… já aviso para desistirem.

Outro ponto importante é que os backgrounds dos protagonistas são totalmente sem apelos. Ale, por exemplo, é um motociclista que sofreu um acidente e, desde então, passa por uma pressão do pai para que ele volte a correr. Só que o corredor fica neste loop, capaz de se recuperar, e criando discussões completamente forçadas, apenas para tentar trazer mais carga ao personagem.

Aliás, é só depois que Summer descobre deste problema do rapaz que ela passa a se interessar por ele. Seria ela uma fetichista de problemáticos? Enfim… Há química entre eles, mas a série explora de forma errônea esta história. Ao invés de investir num aprofundamento do romance, ela prefere tentar aprofundar os personagens isoladamente, e falha com ambas tentativas.

Coadjuvantes

Talvez, a única coisa que salva em Três Metros Acima do Céu seja a coadjuvante Sofia (Amanda Campana), a melhor amiga de Summer. Ela tem uma personalidade interessante, sabe o que quer, e se atém a seu estilo do começo ao fim. Infelizmente, ela desperdiça parte de seu tempo trocando cenas com Dario (Andrea Lattanzi), que é um outro personagem completamente sem graça.

Infelizmente, os pais mostrados na série também não são interessantes. Desde o pai de Ale, que é incessantemente chato e forçado com a questão das corridas, até a mãe de Summer que é completamente perdida na vida mas se vê no direito de cobrar das filhas um posicionamento correto.

Dispensável

Se eu pudesse dar um conselho para você, é: corra! A série é completamente dispensável, ao passo de que ela se torna repetitiva. Três Metros Acima do Céu usa tantos aspectos já utilizados em filmes e séries de romance que soa redundante a cada nova cena. Que dirá, a cada episódio. E isso é uma pena. Porque quando julgamos pelo primeiro episódio, nós vemos certo potencial. Temos uma locação linda, atores que se esforçam para ter química e uma história que tem tudo para ser interessante. Mas ao longo dos episódios, vemos que eles passam longe disso.

Com oito episódios de quarenta minutos, Três Metros Acima do Céu torna-se uma série longa, que parece nadar, nadar e nadar… para morrer na praia. Ao final da jornada, você deseja ter seu tempo devolvido, porque simplesmente assistiu uma trama arrastada que não dá em lugar algum.

Já podemos pular para próxima maratona…

Confira um trailer abaixo.

https://www.youtube.com/watch?v=j9DJxVy9xX4

 

 

 

Sobre o autor

Anderson Narciso

Editor-chefe

Criador do Mix de Séries, atua hoje como redator e editor chefe do portal que está no ar desde 2014. Autor na internet desde 2011, passou pelos portais Tele Séries e Box de Séries, antes de criar o Mix. Formado em História pela UFJF e Mestre em História da Saúde pela Fiocruz/RJ, Anderson Narciso se aventurou no mundo da criação de conteúdo para Internet há 15 anos, onde passou a estudar sobre Google, SEO e outras técnicas de produção para web. É também certificado em Gestão Completa de Redes Sociais pela E-Dialog Comunicação Digital, além de estudar a prática de Growth Hack desde 2018, em que é certificado. Com o crescimento do site, e sua parceria com o portal UOL, passou a atuar na cobertura jornalística, realizando entrevistas nacionais e internacionais, cobertura de eventos para as redes sociais do Mix de Séries, entre outros. Atua como repórter no Rio de Janeiro e São Paulo, e pelo Mix já cobriu eventos como CCXP, Rock in Rio, além de ser convidados para coberturas e entrevistas presenciais nos Estúdios Globo, Netflix, Prime Vídeo, entre outros. No Mix de Séries, com experiência de dez anos, se especializou no nicho de séries e filmes. Hoje, como editor chefe, é o responsável por eleger as pautas diárias do portal, escolhendo os temas mais relevantes que ganham destaque tanto nas notícias quanto nas matérias especiais e críticas. Também atua como mediador entre a equipe, que está espalhada por todo o Brasil. Atuante no portal Mix de Séries diariamente, também atende trabalhos solicitados envolvendo crescimento de redes sociais, produção de textos para internet e web writing voltado para todos os nichos.