Crítica: Última temporada de The Good Place dá desfecho digno à série
Confira a nossa review falando sobre a quarta e última temporada da série de comédia The Good Place, produzida pela NBC e distribuída pela Netflix.
The Good Place e sua temporada final
Em setembro, estreou no canal NBC, com distribuição um dia depois na Netflix, aa quarta temporada de The Good Place. A comédia estrelada por Ted Danson e Kristen Bell foi muito aguardada dessa vez, justamente pelo fato de ser o último ano da mesma.
Com Eleanor assumindo o papel de arquiteta do novo “lugar bom” e Chidi tendo suas memórias apagadas, era o momento de lidar com as consequências disso. Quando o terceiro ano da série chegou ao fim, confesso que fiquei muito mal pelo rumo que as coisas tomaram, no entanto satisfeito em ver a evolução de nossa protagonista.
Por conta disso, fiquei bem ansioso para ver o desenrolar de tudo, porém a premiere foi bem ok. Dividida em duas partes, o lance dos novos humanos me incomodou por demais. Primeiramente que isso me preocupou também, uma vez que teria chance desse novo quarteto juntar-se de mala e cuia ao nosso grupo original. Felizmente isso não aconteceu.
A gestão de Eleanor
Como novos moradores e um Chidi totalmente diferente, Eleanor enfrentou um dos momentos maiores desafios de sua vida pós morte. Claro que isso rendeu momentos pra lá de divertidos, mas ao mesmo tempo senti a personagem bem perdida em vários momentos.
Um dos obstáculos que a nova arquiteta teve que lidar foi com a turma do “lugar ruim”. O time de vilões estiveram bem afiados nessa temporada, além de mais divertidos que nunca. Shawn esteve mais determinado que nunca em sabotar Michael, criando uma cópia maligna do personagem, gerando a desconfiança do nosso quarteto, juntamente com Janet. Esse plot em específico deu início no quarto episódio, intitulado “Tinker, Tailor, Demon, Spy.
O desenvolvimento dos personagens
Tem como nosso grupo ter evoluído mais nessa temporada final? Claro que sim! Como dito no início da review, me deu orgulho de ver uma Eleanor menos egoísta. Tahani, por sua vez, mostrou um amadurecimento único. Quem acompanhava minhas reviews lá no começo da série sabe como era meu ranço pela personagem, entretanto essa foi minha redenção para com ela.
Jason não perdeu sua essência, do elemento mais cômico da gangue, contudo seu amadurecimento também foi evidente. Já Janet conseguiu ser cada vez mais maravilhosa, ainda mais com milhares de versões suas apresentadas nesse quarto ano, que foram apenas alguns dos melhores momentos da temporada conclusiva.
Chidi, apesar de ter sido mais uma vez “reiniciado”, também mostrou grande evolução. Esse novo recomeço dele lhe trouxe mais confiança, rendendo bons frutos ao personagem, no momento em que suas memórias retornaram na fall finale.
Entretanto, nenhuma evolução foi mais significativa que de Michael. É nítida sua constante evolução desde a segunda temporada, saindo de grande vilão da série, como a melhor pessoa em The Good Place. Confesso que me frustrei quando desconfiaram dele, quando sua cópia maligna surgiu para confundir aos demais. Estão se perguntado, “mas Edu, qual o motivo da sua frustração?”, e a resposta é simples. Michael ter fingido uma redenção por duas temporadas e mostrando-se ainda ser aquele malvadão lá no início de tudo seria um dos maiores plot twists da série, mas por outro lado ainda bem que não aconteceu.
Não podemos esquecer de dar crédito também a Shawn, Janet má e até mesmo a embuste da Vicky.
Uma missão difícil
Tudo que foi visto na primeira parte dessa temporada final de The Good Place nada mais foi que um novo experimento, como forma de convencer a juíza deles não serem eliminados. No entanto, a personagem de Maya Rudolph estava mais ácida que nunca, e por isso sendo necessária a volta do antigo Chidi.
Durante um arco de três episódios, as coisas ficaram bastante tensas, com a possibilidade dela destruir a Terra, recriando-a do zero. Sinceramente? Não seria o pior dos mundos, pois do jeito como as coisas andam na vida real, essa seria a alternativa mais que sucinta. Uma tacada simplesmente genial por parte de Michael Schur, com uma crítica mais que inteligente, entre diversas outras tiradas, é claro.
Para tentar convencê-la de não fazer isso, todos se uniram, com a finalidade de desenvolver um novo sistema de vida após a morte. Isso teria que trazer benefícios tanto ao lugar bom, quanto ao lugar ruim.
O último adeus
No penúltimo episódio, o quarteto finalmente conheceu o verdadeiro lugar bom, que a princípio tinha seus defeitos. Por um momento pensei que fosse mais uma cilada que eles caíram, ainda mais com o surgimento de Patty – interpretada de forma magistral por Lisa Kudrow. A personagem tinha um “Q” de Phoebe, e isso pra mim foi maravilhoso.
Mal ou bem, essa foi a maior e decisiva missão de Michael, que assumiu o comando do lugar. Por conta disso, as coisas finalmente se alinharam para todos, que aparentemente tiveram seus finais felizes. O episódio “Patty” soou perfeitamente como um series finale, mas o dito cujo mesmo derrubou quaisquer estruturas.
O desfecho da história foi recheado de muita emoção, uma vez que, após finalmente terem encontrado a paz no lugar bom, suas missões estavam enfim concluídas. Jason, Tahani, Chidi e Eleanor estavam prontos para atravessarem um portal que os levaria para um outro plano. O que tinha nele? Foi algo que ficou em aberto, porém subentendido o suficiente.
De todas as despedidas, a de Eleanor foi a mais comovente, assim como de Michael. Ambos eram os personagens mais errados, porém os mais humanos de toda a série. Com todos os seus defeitos, foram através de seus erros, que tornaram-se pessoas melhores.
Michael, por sua vez, finalmente teve a experiência de ser humano de verdade, sendo enviado à Terra para uma vida normal. Para mim esse foi um desfecho brilhante.
The Good Place carregou nos últimos quatro anos o título de uma das maiores comédias da TV americana. Ela acabou tornando-se uma das minhas séries favoritas da vida, e doeu vê-la chegando ao fim. No entanto foi um final incrível, sabendo o momento certo de acabar. Após Parks And Recreation, Michael Schur soube fazer outra obra prima de forma magistral.
Enfim, uma série que não precisou apelar para fazer humor, com sacadas inteligentíssimas, além de várias críticas, feitas de forma completamente cômicas. Muito obrigado por tudo, The Good Place. Que honra ter escrito sobre essa série!