Crítica: 1×03 de 9-1-1: Lone Star acredita no potencial de seus personagens

Crítica do terceiro episódio de 911: Lone Star. Série criada por Ryan Murphy, Brad Falchuck e Tim Minear, exibida no canal Fox nos Estados Unidos.

Imagem: Divulgação

Episódio carrega importante lição sobre religiosidade e pós-traumas

Antes de começar essa crítica de 911 Lone Star, lembro que uma vez, vendo um vídeo em um canal no Youtube, me deparei com o seguinte questionamento: o que é mais importante em um seriado? A trama que será desenvolvida no decorrer de seus episódios ou os personagens que vão compor essa história? Não obstante, essa indagação andou comigo durante um longo tempo e é o que sempre me faz analisar os prós e os contras dos conteúdos que costumo consumir. 

É tudo muito diferente, porém, quando falamos de procedurais. Nesse formato, tudo depende de como são dadas as coordenadas dessas duas engrenagens. Aqui, trama e personagens são métricas igualmente importantes, porque o que manterá a qualidade e audiência do programa são os processos de cada episódio e, nesta mesma via, o que será feito com os sujeitos que existem dentro desse emaranhado de plots e sub-plots.  

Vale dizer, então, que em Texas Proud, terceiro episódio de 911: Lone Star, a série entregou qualidade em dose dupla. 

Emergências peculiares ligam tramas e personagens 

Um homem se afoga em uma tonelada de trigo. Profissionais da emergência são acionados. Owen e sua equipe, rapidamente, estão em seus postos para salvar mais uma vida. No meio disso tudo, há muita tensão. Aquele desafio não parece que vai cessar tão rápido, mas cessa. E com ele todos os conflitos do episódio são armados e muito bem desenvolvidos, aliás. 

Ao salvar o rapaz, no entanto, Marjan acaba perdendo seu Hijab, deixando seu cabelo a mostra – o que resulta em mais um vídeo seu divulgado na internet. No mesmo momento, para ajudar a colega, TK desobedece Judd, líder da operação, e os dois acabam se desentendendo. 

Nesta feita, o seriado se envolve em uma discussão muito pertinente sobre o islamismo, o que dá espaço para que Marjan seja mais aprofundada dentro da história. Em uma série de diálogos profundos e de situações para lá de complexas, é possível ver a personagem crescer e trazer um clima ainda mais plural para série. Algo extremamente necessário, dado o contexto de desconhecimento de parte do ocidente sobre religiões que fogem à hegemonia cristã. 

Do outro lado, os traumas parecem ligar, mais uma vez, duas personalidades distintas. Após se desentender com Judd ao se arriscar para salvar Marjan em uma operação, TK acaba revelando sua face temperamental. Ao passo em que Judd, com sua apatia característica, também destaca a pertinência de uma abordagem mais sensível sobre sua psique debilitada e instável. Se o jovem tem muito a aprender e a amadurecer sobre relacionamentos, o “veterano” também pode pegar muitas lições sobre seu comportamento incisivo e grosseiro. É uma via de mão dupla. 

Mistérios e segredos que assombram

Se algumas tramas são bastante pontuais, o que 911: Lone Star tem de mais sólido é o arco de Michelle na procura pela irmã, Iris. Com avanços pequenos, mas significativos, o terceiro episódio deu um gostinho – mais uma vez – do que parece ser o evento mais promissor da temporada. O segredo sobre o que aconteceu à garota mantém uma curiosidade ávida o bastante para nos manter presos ao seriado. Que não seja uma expectativa criada em vão!

Por fim, é possível afirmar que Lone Star chegou ao seu terceiro episódio de forma bastante satisfatória. Com um tratamento bonito e instigante dado aos seus personagens e um avanço substancial em suas tramas e subtramas, a série caminha em trilhas positivas. Os defeitos estão lá, é claro, mas as qualidades parecem não estar muito afim de sucumbir. E que seja assim. 

Vem tempestade no próximo episódio. Preparem-se! 

Confiram o vídeo promocional.

 

 

Sobre o autor
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Lucas Wilker

Estudante de Jornalismo e grande admirador do Ryan Murphy e suas fábulas. Apaixonado pelo universo audiovisual desde que os X-Men o convidaram para adentrar em suas aventuras. Chora facinho com This Is Us e é extremamente afeiçoado aos personagens das séries, dos filmes e dos livros que consome. Eterno aprendiz da escrita.

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