Dicas: 5 séries que estrearam em abril e que você precisa assistir

O mês de abril foi o mais calmo da TV em 2019. O número de estreias foi consideravelmente menor e desta vez temos cinco dicas que merecem ser conhecidas. 

O mês de abril foi o mais calmo da TV em 2019. O número de estreias foi consideravelmente menor e, diferente de março, quando recomendamos sete séries, desta vez temos cinco dicas que merecem ser conhecidas.

 

Imagem: Netflix/divulgação

1 – Black Summer (Netflix)

Nota: 92
Status: indefinido

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O mestre Stephen King resumiu bem: quando pensávamos que não havia mais nada de novo ou interessante no subgênero dos zumbis, Black Summer chega provando que ainda é possível fazer coisas bacanas com os mortos-vivos. Não que a série da Netflix traga inovações, mas a abordagem é certeira: não há perda de tempo e, por isso, os personagens enfrentam as ameaças sem enrolação. Ninguém fica em apenas um lugar por muito tempo, e os roteiristas e diretores tratam de criar novos problemas e sequências de ação a cada momento. Sob o ponto de vista técnico, Black Summer é uma das maiores surpresas do ano: o trabalho de câmera é preciso (os planos-sequência são impecáveis), a edição dá o ritmo ideal e o tempo de duração dos capítulos varia conforme a necessidade da história: há episódios de 40 minutos e outros de 20. Vale – e muito – a maratona.

Imagem: FX/divulgação

 

2 – Fosse/Verdon (FX)

Nota: 86
Status: série limitada

O grande barato de Fosse/Verdon é a inspiração que desperta no espectador. Focada na parceria histórica entre Bob Fosse e Gwen Verdon, a minissérie explora alguns dos anos dourados dos musicais de Hollywood. O primeiro episódio, por exemplo, é quase inteiramente voltado ao processo de produção do clássico Cabaret, que garantiu um Oscar de Melhor Direção a Fosse. Grande parte do sucesso do show vem, claro, das atuações centrais de Sam Rockwell e Michelle Williams. Rockwell (que venceu um Oscar recentemente por Três Anúncios para um Crime) interpreta um tipo diferente do seu habitual; Bob Fosse, ainda que excêntrico, possui uma camada misteriosa que o ator explora com comedimento e inteligência. Já Williams não aceita o papel de “companheira coadjuvante” e carrega o programa ao lado de seu parceiro de cena.

Imagem: Netflix/divulgação

 

3 – Our Planet (Netflix)

Nota: 82
Status: indefinido

Não demoraria até a Netflix investir pesado nos documentários sobre animais e natureza, bem ao estilo clássico do Discovery Channel. Our Planet bebe na fonte de programas como Planet Earth, da BBC, e traz um espetáculo visual ancorado em uma potente e emotiva narração. O resultado toca no coração do público, que não só enche os olhos com as imagens incríveis captadas pela equipe, como também instiga o debate e a autoavaliação. Afinal, qual o nosso papel neste planeta? O que podemos fazer para melhor a situação? Há salvação para nós e o nosso planeta? Our Planet é esperançoso, mas também dá um choque de realidade no público, que dificilmente sairá incólume desta produção.

Imagem: BBC One/divulgação

 

4 – Ghosts (BBC One)

Nota: 80
Status: indefinido

Quando as séries de sempre estiverem decepcionando, dê uma olhada para os programas britânicos: é bem provável que tenha algo novo e bacana para conferir. Ghosts é uma comédia com o humor tipicamente inglês. Na trama, um grupo de fantasmas habita uma enorme mansão. Os espíritos são de várias épocas – há um primata, um combatente da 1ª Guerra, uma possível bruxa, etc. -, o que já garante situações hilárias. A dinâmica do grupo muda quando a velha residente falece e um casal jovem herda a casa. O texto é simples, mas cheio de tiradas espertas. As gags visuais funcionam e os personagens são carismáticos. No fim, acaba sendo uma das comédias mais legais dos últimos meses.

Imagem: Cinemax/divulgação

 

5 – Warrior (Cinemax)

Nota: 76
Status: indefinido

O Cinemax se especializou em séries de ação. Banshee Quarry são pequenas jóias subestimadas, enquanto o drama The Knick é uma das melhoras coisas que a televisão produziu na última década. Assim, o canal que produz menos séries que a concorrência, geralmente acaba acertando em seus novos projetos. Warrior é um drama de ação focado em gangues chinesas que tomam as ruas americanas quando o país ainda engatinhava em sua civilidade. Baseada em escritos de Bruce Lee, Warrior não é um drama digno de prêmios e artigos especulatórios. Trata-se de um bom entretenimento com personagens suficientemente interessantes e boas sequências de ação. Como a maioria das séries do canal, tem tudo para crescer com o tempo e conquistar um público fiel.

Além disso, completo. Todavia, palavras. Entretanto, necessárias. Bem como, verdes. Todavia, brancas. Além disso,

Já que você está por aqui, confira outras estreias do mês de abril:

The Twilight Zone (67): a releitura da série clássica tem seus momentos, mas no geral é um remake desnecessário e decepcionante.

Unspeakable (74): série canadense que explora o assustador caso de epidemia de HIV no país depois de transfusões de sangue contaminado. Bom drama com bom elenco.

Quicksand (68): série sueca original da Netflix sobre um tiroteio em uma escola. Programa pesado, para estômagos fortes, tem alguns acertos, mas falta sutileza no desenvolvimento das tramas e personagens.

The Code (46): drama dispensável que mescla tribunal com cenário militar e não traz nada de novo para nenhum dos gêneros que tenta explorar.

Special (74): um jovem gay com paralisia cerebral tenta vencer as adversidades da vida com bom humor e disposição. Comédia simpática e rápida que vale uma conferida.

No Good Nick (48): comédia sobre jovem que se passa por órfã e é adotada pela família que, claro, é alvo de seu plano maligno. Parece programa da Nickelodeon.

Bless This Mess (53): a turbulenta produção (que chegou a mudar de canal) poderia resultar em um piloto ainda mais problemático do que já é. De todos os males, não chega a ser uma tragédia tão grande.

Gentleman Jack (70): minissérie de época focada em uma personagem lésbica que desbrava o duro mundo inglês de 1800. Tem bons diálogos e ótimas atuações. Produção correta com a marca da HBO.

Chambers (72): série de horror da Netflix com premissa interessante, mas que não vai muito longe nas ideias. Tem bons momentos e entretém.

The Red Line (70): drama atual que acerta em algumas abordagens e traz personagens interessantes. Alguns clichês tiram o brilho, mas ainda vale uma conferida.

In the Dark (52): jovem cega decide investigar a misteriosa morte de um amigo. Acaba se envolvendo em camadas misteriosas da cidades enquanto faz aliança com um simpático cachorro. Não vale o tempo investido.

Além disso, completo. Todavia, palavras. Entretanto, necessárias. Bem como, verdes. Todavia, brancas. Além disso,

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Sobre o autor

Matheus Pereira

Coordenação editorial

Matheus Pereira é Jornalista e mora em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Depois de quase seguir carreira na Arquitetura, enveredou para o campo da Comunicação, pelo qual sempre nutriu grande paixão. Escritor assíduo na época dos blogs, Matheus desenvolveu seus textos e conhecimentos em Cinema e TV numa experiência que já soma quase 15 anos. Destes, quase dez são dedicados ao Mix de Séries. No Mix, onde é redator desde 2014, já escreveu inúmeras resenhas, notícias, criou e desenvolveu colunas e aperfeiçoou seus conhecimentos televisivos. Sempre versando pelo senso crítico e pela riqueza da informação, já cobriu eventos, acompanha premiações, as notícias mais quentes e joga luz em nomes e produções que muitas vezes estão fora dos grandes holofotes. Além disso, trabalha há mais de dez anos no campo da comunicação e marketing educacional, sendo assessor de imprensa e publicidade em grandes escolas e instituições de ensino. Assim, se divide entre dois pilares que representam a sua carreira: de um lado, a educação; de outro, as séries de TV e o Cinema.