Felicity: relembre a série que marcou adolescentes dos anos 1990
A coluna Memórias em Série relembra hoje a série Felicity, que foi fenômeno na década de 1990. No Brasil, a produção foi exibida pelo SBT.
Uma lição de vida com Felicity
Assim como muita gente, quem me iniciou nesse mundo louco de séries foi o SBT, e Felicity é mais uma que conheci nas madrugadas deliciosas do canal. Mas ela já chegou a ser exibida nas tardes de sábado, então grande parte dos espectadores que acompanhavam essas produções devem se lembrar.
Relembrando Felicity
Primeira criação do famoso JJ Abrams – sim, o mesmo cara que criou Alias e Lost -, a série pode ser rotulada inicialmente de “mulherzinha”, mas basta se despir dos preconceitos para perceber logo que na verdade Felicity é para todos os públicos. Foram quatro temporadas, de 1998 até 2002, que colocaram na tela os dilemas de qualquer pessoa, de qualquer idade. Como não se identificar com a protagonista, não é mesmo?
A história da personagem título começa na sua formatura do ensino médio, quando a mega nerd Felicity pede para sua paixão de adolescência Ben assinar seu livro. Ele não está nem aí pra ela, mas é um fofo e escreve uma mensagem bonitinha… PRONTO, esse foi o estopim para a impulsiva Felicity largar seu futuro em Palo Alto e correr atrás de Ben em Nova York.
Aliás, essa característica impulsiva de Felicity determinará muitas mudanças em sua vida. Como quando ela decide largar a Medicina para fazer Artes, ou quando ela corta seu cabelo bem curtinho (antes de Camila nos fazer chorar na novela, Felicity já tinha nos levado às lágrimas ao destruir seu lindo cabelo).
[spacer height=”10px”]
Bom, é lógico que inicialmente dá tudo errado com Ben, afinal ele nem sabia que a stalker nutria algum sentimento por ele, só que já era tarde para voltar atrás, e Felicity resolve viver a tal nova vida que escolheu.
É assim que aparecerem os maravilhosos coadjuvantes da série: Julie, a amiga com quem Felicity “divide” Ben; Meghan, a gótica biruta e apaixonante que é colega de quarto de Felicity; Sean, o queridão que é amigo de Ben e depois casa com Meghan, formando um dos melhores casais de todos os tempos; Javier, o boss e best friend forever; a divertida Elena; e o fofíssimo Noel, com quem ela vive um lindo amor, e com quem shipparei Felicity eternamente. Sim, eu era team NoeLicity! <3
Quem vai ficar com Felicity?
Aliás, a série foi pioneira em fazer com que o público se dividisse, ao torcer para que a protagonista ficasse com um rapaz ou com outro. Embora ambos tivessem suas qualidades, o público “brigava” na torcida para ver com quem Felicity terminaria a série.
Aliás, o romance de Felicity e Ben transportou para a vida real quando, na época, Keri Russell e Scott Speedman assumiram um namoro que durou até a série acabar. Ao contrário do casal na vida real, na série, eles encontraram seu final feliz.
Uma série a frente de seu tempo
Na época, eu era só uma adolescente, cheia de dúvidas e curiosidades, e assim como todo mundo que assistia a série, queria ter a vida acadêmica que Felicity teve, cheia de “aventuras.” OK, o tempo passou e percebi que não eram lá tantas aventuras na vida dela assim. Eram mais dilemas, encruzilhadas e muito drama. Era nada mais do que o relato da vida, dura como ela é.
Durante sua trajetória, a série não hesitou em falar de questões importantes com racismo, cotas, homossexualidade, desigualdade social, violência contra mulher, entre outros tantos assuntos que jamais teriam um grande espaço na TV durante os anos 1990. Felicity foi uma série a frente de seu tempo em muitas questões.
Cada temporada da série equivalia a um ano da vida da protagonista. E durante esse tempo todo tivemos alguns episódios inesquecíveis. Como o episódio todo em preto e branco, ou então os últimos episódios da quarta temporada, quando JJ Abrams dá um preview de Lost fazendo Felicity voltar no tempo e escolher entre Ben e Noel.
Vale ressaltar que, ao assisti-la nos dias de hoje, você encontra algumas coisas datadas como gravar mensagens por fita K7, e reproduzi-las em um gravador (Felicity tinha uma amiga, Sally, com quem ela trocava essas gravações). De qualquer forma, tais cenas causam uma grande nostalgia, principalmente para quem viveu essa época.
[spacer height=”10px”]
Com uma trama mais do envolvente, Felicity nos transportava para a tela, mostrando as dúvidas, os erros e o crescimento da protagonista. E que saudade de uma série que nos envolva da mesma forma com que essa!
Infelizmente, ela não está disponível em nenhum streaming brasileiro. Mas poderia, não é mesmo?
Relembre a nostálgica abertura da série.