Investindo nos clássicos: Casablanca e mais!
Em meio à enxurrada de novas produções nos cinemas e mais o conteúdo nos streamings e canais de tv, ficamos perdidos sobre o que assistir. Afinal, o que é interessante e divertido ou, simplesmente, bom?
Para isso, existem os clássicos, sugestão segura e fundamental para qualquer evolução (espiritual) cultural. São obras que ultrapassam gerações. Em sua maioria, são atemporais e, mesmo que contextualizadas em uma época, tratam de temas universais. Casablanca é um de seus maiores exemplos.
Lançado em 1942, no meio da Segunda Guerra Mundial e tendo ela como contexto, estamos em Casablanca, Marrocos. Rick (ninguém menos que Humphrey Bogart) é americano e dono de um bar-cassino-café que recebe gente do mundo inteiro. Ali, além das atividades de lazer e distração, ocorrem outras tantas por debaixo dos panos, como a troca de documentos para a fuga aos Estados Unidos. É o início da guerra e o momento de emigração europeia de judeus para qualquer parte mais segura. A cidade, por estar distante e próxima do velho continente, se torna a melhor porta de saída.
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O problema acontece quando Rick, entediado com a vida no Marrocos e estando ali circunstancialmente, busca uma forma de sair. Em meio ao turbilhão de visitantes em seu bar, reencontra Ilsa (de novo, ninguém menos que a magnífica Ingrid Bergman), um grande amor do passado que precisa emigrar para os Estados Unidos, seu noivo é judeu. A única forma de sobrevivência dos três é a América.
Ilsa e Rick ainda se amam depois de todo aquele tempo, mas Victor (Paul Henreid) é importante para a mocinha. Um dilema se instala em meio às perseguições, dramas, estratégias e tramas por que passam os protagonistas.
O filme trata de amor, justiça, sobrevivência e sacrifícios. Não há saída feliz para ninguém, há decisões difíceis a tomar, cada uma com grandes consequências à espreita. A narrativa se desenrola sob tensão até o final, com grandes diálogos e nem preciso mencionar as atuações do maior par romântico da história do cinema. Este é um dos maiores filmes do cinema americano, senão do mundo.
Como ele, outro imperdível, também sobre amor e mais recente é Closer – Perto demais. Julia Roberts, Natalie Portman, Jude Law e Clive Owen entrecruzam suas histórias de amor com um roteiro que os faz, alternadamente, serem ‘vítimas’ e ‘algozes’ em seus relacionamentos. Como em Casablanca, parte da história é como um jogo. Com atuações magistrais, é de doer o coração dos sensíveis e quase apertar os daqueles que se dizem mais tranquilos. Imperdível.
É interessante perceber que, como estes já citados, boa parte dos grandes filmes tem como cenário cassinos e jogos, de forma geral. Talvez seja pelo fato deste pano de fundo servir como alegoria para as ações dos protagonistas ou ser simplesmente parte da narrativa, talvez por servir como uma sequência fácil de ação e diálogos entre os personagens, o fato é que funciona.
Especialmente no cinema americano, que parece ter uma predileção pela temática. Não são poucos os filmes e até livros que tratam indiretamente do tema e difícil é deixar passar algum, como Onze Homens e Um segredo, de 1960 com Frank Sinatra, Dean Martin e Sammy Davis Jr, lançado em dvd em 2011. O filme, também clássico, se converteu em uma franquia com a refilmagem do primeiro em 2001, com elenco estelar: George Clooney, Julia Roberts, Andy Garcia e Brad Pitt garantiram o sucesso de bilheteria e outros dois filmes na sequência. Outro exemplo é o inglês, Cassino Royale, de 1967. O filme é baseado no livro homônimo de Ian Fleming, o criador do James Bond que escreveu além deste, outros treze livros com o personagem. O filme também ganhou remake nos anos 2000.
Casablanca segue na Netflix, vale preparar a pipoca e ganhar esse tempo, ao invés de ficar naquela busca interminável dentro do serviço de streaming. Com certeza esta é uma das melhores opções de seu cardápio audiovisual, além de ser uma aula de cinema, em todo e qualquer sentido.