Law & Order: Organized Crime tem problemas, mas começou bem
Law & Order: Organized Crime demorou mais do que eu gostaria e deveria para mostrar a que veio. Mas quando engrenou, surpreendeu.
Como responsável pelas resenhas de Law & Order: Special Victims Unit, fiquei incumbido da tarefa de resenhar a nova série da franquia. Nenhuma má vontade, evidentemente. Até porque, como bom capricorniano, meu nome é trabalho e meu sobrenome é multitarefas. Meu temor, como fã de tudo o que foi feito até aqui, era de Law & Order: Organized Crime ‘manchar’ o legado de Law & Order. É sempre importante lembrar de Law & Order: Los Angeles.
A boa notícia é que a primeira temporada funcionou. Por pouco, mas funcionou. Não trouxe o ritmo ou a força que esperava, mas funcionou e não desapontou. O grande responsável, evidentemente, foi Chris Meloni. O ator finalmente “pendurou as chuteiras” das produções independentes (mesmo assim, assistam Feliz! na Netflix) e retornou a fazer o que ele domina: detetive Elliot Stabler.
Em marcha lenta
Um dos maiores problemas da série, pasmem, foi não seguir a fórmula tradicional do gênero. Quando o telespectador se dispõe assistir a uma série de combate a crime organizado, busca-se perseguição, investigação inteligente e reviravoltas surpreendentes. O início do ano inaugural de Organized Crime, contudo, propõe um novelão ao trazer a morte da esposa de Stabler. O problema é que em vez de propor a narrativa como forma de dar início a história, o roteiro investe de forma demasiada na trama.
São episódios e episódios dedicados não só a investigação, como também a um novelão inexplicável, o qual Stabler acaba se envolvendo com uma das suspeitas pelo crime. É uma estratégia preguiçosa e fácil para manter o telespectador interessado. O certo, ou melhor, mais interessante seria usar o crime como pretexto para expandir e não investir no platô. Além disso, a performance de certos atores, como o Dylan McDermott, não ajuda em nada.
Entrando no ritmo
A boa notícia é que assim que o crime é solucionado – e nem tente me fazer dar spoilers -, a primeira temporada engrena. Temos a possibilidade de ver a unidade de combate ao crime organizado “desbaratinando” uma quadrilha que visa superfaturar e desviar recursos de testes para C0VID-19. Foi, de longe, o melhor caso do episódio.
Além disso, ressalto a trama sobre racismo e brutalidade policial. Sei que é uma proposta que faz alguns telespectadores, na sua maioria racistas, revirar os olhos.
Mesmo assim, é fundamental e necessário que séries policiais, ou séries que tragam policiais como protagonistas, usem do seu privilégio e da sua plataforma para tratar dessas questões. Mostra maturidade e consciência social. Além disso, como já vimos em Law & Order: SVU, é sempre importante que se faça uma mea culpa do que foi feito até aqui e trabalhar para que possamos seguir melhor, mais maduros e conscientes.
Sendo assim, fico por aqui! Agradeço a todos que leram até aqui e, tenham certeza, estaremos de volta aqui no Mix de Séries quando a Fall Season retornar em setembro. Falando sobre Law & Order: Organized Crime, assim como Law & Order: SVU.