Mentiu? The Crown mudou fatos reais na 6ª temporada
A sexta temporada de The Crown tem momentos importantes da família real, mas a série dramatizou alguns fatos.
Netflix trouxe de volta “The Crown” em sua sexta temporada, que estreou a primeira parte em 16 de novembro, prometendo mudanças significativas na história real em que se baseia. Criada por Peter Morgan, a série tem acompanhado a vida da Rainha Elizabeth II e da família real desde o início de seu reinado até a morte da Princesa Diana em 1997.
Embora seja elogiada por sua precisão na cobertura de eventos importantes, “The Crown” também é criticada por sua adaptação ficcionalizada e especulação sobre os dramas e romances por trás das cortinas de seus personagens históricos.
Nesta temporada, os primeiros quatro episódios focam nos últimos dias da Princesa Diana e nas reações familiares e globais à sua morte chocante. A série detalha sua vida pessoal até esse momento, forçando “The Crown” a ser mais especulativa do que no passado, à medida que dramatiza seus últimos momentos com a família e entes queridos.
Um aspecto crucial na preparação para a morte de Diana é seu relacionamento florescente com Dodi Al-Fayed. Na série, eles são unidos por Mohamed Al-Fayed, pai de Dodi, que almeja ver seu filho casar-se com Diana para aumentar sua reputação no Ocidente. Mohamed aparece como um manipulador, unindo-os em um iate apesar do casamento planejado de Dodi com a modelo americana Kelly Fisher.
Além disso, Mohamed estaria envolvido na contratação de Mario Brenna para fotografar Diana e Dodi. Na realidade, não há evidências que sustentem a afirmação de que Mohamed Al-Fayed orquestrou o relacionamento deles ou contratou Brenna.
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Em “The Crown“, Dodi é mostrado cumprindo os desejos de seu pai e propondo casamento a Diana em um hotel em Paris antes de suas mortes. Ela recusa, afirmando não estar pronta para outro casamento. Apesar da proposta ser rejeitada, Mohamed Al-Fayed acredita que eles estavam noivos. Contudo, não há evidências definitivas de que a proposta aconteceu. A conversa privada no hotel é totalmente ficcional.
A relação de Dodi Al-Fayed com seu pai também surge de forma bem dramática na série. A dinâmica de um filho lutando para impressionar um pai bem-sucedido é um clichê narrativo, mas a realidade dessa dinâmica não é apoiada por evidências.
Mario Brenna, o fotógrafo que tirou fotos de Diana e Dodi no iate, aparece como se tivesse a mando de Mohamed Al-Fayed. No entanto, Brenna desmentiu essa ideia, classificando-a como “absurda e completamente inventada”.
No que se refere a Charles e Diana, a série apresenta um breve diálogo sobre a coparentalidade após o divórcio. Mas essa é uma cena totalmente ficcional sem registros que a confirmem.
Igualmente, uma cena rara entre Elizabeth e Philip discutindo o tratamento de Diana como membro da família real tem seus problemas. Isso porque, ela contradiz informações reais de que a Rainha queria que Diana recebesse um tratamento real após sua morte. E finalmente, o episódio que mostra William lutando com o luto pela morte de sua mãe, é uma dramatização sem base na realidade.
“The Crown” misturou realidade e ficção, capturando a essência da família real, mas com uma liberdade criativa que às vezes se afasta dos fatos históricos.