Netflix: empresa supera expectativas no mercado e chama competição de ‘barulho’
Com o fechamento do mercado nesta quarta-feira (16), a Netflix divulgou os tão aguardados resultados do terceiro trimestre de 2019.
Como a Gigante do Streaming se saiu comercialmente nos últimos meses?
Com o fechamento do mercado nesta quarta-feira (16), a Netflix divulgou os tão aguardados resultados do terceiro trimestre de 2019.
Tal período carrega consigo uma certa particularidade uma vez que muitos analistas do mercado acreditam que será a última oportunidade da empresa surpreender antes da guerra dos streamings começar com a chegada da Apple TV+ e a Disney+. As informações são do The Wall Streety Journal, CNBC e Business Report.
Será que a empresa entregou? Sim e não. O lucro dos últimos três meses foi de 5.24 bilhões, contra os 5.25 bilhões que o mercado esperava. Contudo, a melhor parte veio com o crescimento de assinantes. Nos Estados Unidos, a Netflix adicionou 517 mil novos assinantes, contra 802 mil que estimava-se. Contudo, internacionalmente o resultado foi maior do que se esperava. Enquanto se aguardavam 6.05 milhões, a Netflix adicionou 6.26 milhões.
Tais resultados são muito melhores do que a empresa entregou no trimestre anterior. Vamos lembrar que foi registrado uma perda de 130 mil assinantes, enquanto foram adicionados apenas 2.83 milhões internacionalmente. Além disso, os dados anunciados também superaram o mesmo período de 2018. No terceiro trimestre daquele ano, foram 1.09 milhão de novos assinantes nos Estados Unidos e 5.87 milhões no mercado global.
E a competição?
Embora as ações da empresa tenham crescido após a divulgação dos ganhos (quase 10%), o fato da Netflix ter entregado um resultado inferior ao esperado reforça a tese de que os tempos dourados passaram. Com o crescimento da oferta, a companhia estará muito mais suscetível a perder assinantes. Mesmo assim, em carta aos acionistas, a empresa classificou a futura competição como ‘barulho’.
“Muitos estão focados na ‘guerra dos streaming’, mas nós estamos competindo com outras plataformas (Amazon, YouTube, Hulu), assim como a televisão linear há mais de uma década,” disse o comunicado. “Os futuros rivais como Disney+, Apple TV+, HBO Max e Peacock representam um aumento da competição, mas todos somos pequenos comparados com a TV tradicional. Embora os novos competidores tenham grandes títulos (especialmente catálogos), nenhum deles têm variedade, diversidade e a qualidade da programação original que apresentamos para o mundo,” concluiu.
Vale lembrar que os resultados reference-se ao período que trouxe lançamentos como: Orange Is The New Black, Queer Eye, Mindhunter, Stranger Things, The Politician, GLOW American Factory, 13 Reasons Why, Elite e Criminal. Já nos próximos três meses, incluí-se: The Crown, O Irlandês, El Camino: A Breaking Bad Movie, Insatiable, The Laundromat, Dolemite Is My Name, The Kominsky Method, The King e Alto Mar.
Indicadores ruins
Em meados de setembro, a Netflix anunciou um acordo de meio bilhão de dólares com a Sony TV para adquirir os direitos de Seinfeld a partir de 2021. O problema é que, por mais compreensível que a ideia tenha sido, o mercado torceu o nariz. Na sexta-feira (20/09), as ações da empresa caíram 5.5% em razão de um mercado cada vez mais competitivo com Disney+, Apple TV+ e HBO Max no horizonte.
Um dos fatores que contribuiu para queda no dia foi uma análise da Evercore ISI, companhia de investimentos sediada em Londres. De acordo com relatório da empresa, o crescimento espetacular mundo a fora poderia ter atingido seu pico. Downloads internacionais do aplicativo do serviço de streaming vem caindo desde julho, sendo que em setembro seu crescimento na Apple App Store e Google Play Store foi de apenas 21%.
“Nós acreditamos que há um risco do número prometido de assinantes internacionais para o terceiro trimestre não ser atendido,” disse o relatório naquele momento. Eles não foram os anúncios a prever desastre nos novos números da Netflix. Na última semana, tanto a Goldman Sachs e UBS diminuíram suas projeções para empresa. De acordo com relatório da Goldman, a expectativa é que a companhia reportasse um crescimento modesto de novos assinantes, levemente abaixo do esperado.
Como resolver o problema?
De acordo com análise da agência de investimentos Needham & Co, a melhor forma da Netflix voltar a crescer é baixar seu preço. Nos Estados Unidos, uma assinatura varia entre nove a dezesseis dólares mensais, superior ao preço proposto pela Disney (sete dólares) e a Apple (cinco dólares). O preço ideal, segundo relatório, deveria ser seis dólares com a redução subsidiada pela introdução de propaganda. Mudança que a Netflix não apenas hesita em fazer, como rechaça completamente.