Os 10 melhores episódios das séries de TV em 2018

Chegou a hora de escolhermos os melhores do ano e, para começar, aqui estão os melhores episódios de 2018.

Imagem: Prime Video/HBO/NBC/Netflix/Hulu/ABC
Imagem: Prime Video/HBO/NBC/Netflix/Hulu/ABC

Quais foram os melhores episódios de séries em 2018?

O sol vai se pondo no horizonte, as séries entram em hiato, o ritmo diminui e o ano caminha para seu fim. É chegada a hora de fazermos um balanço sobre o que houve de melhor em 2018. Começando nossos especiais de fim de ano, trazemos uma seleção especial com os 10 melhores episódios de séries do últimos doze meses.

São tantos programas, capítulos e histórias que muitos acabaram de fora. Então não se decepcione e nem fique chateado se seu episódio ou série favoritos não entraram na lista. Além disso, vale apontar que a lista está em ordem alfabética.

Confira.

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Imagem: FX

The Americans
Episódio: START, S06E10

START marca o fim da série de espiões russos infiltrados nos EUA. The Americans nunca foi uma série com grandes reviravoltas, perseguições e tiroteios. Assim, seu último episódio preservou toda a essência da série, focando nas consequências acumuladas ao longo de 6 anos. A descoberta, o confronto, a decisão que precisa ser tomada, o sentimento que não precisa mais ser guardado, a última refeição, a despedida, estava tudo ali, todas as peças do quebra cabeças foram se encaixando ao som de With or Without You do U2, e até mesmo aquilo que parecia ser um ponto fraco na trajetória da série, ganhou importância e significado. O fim da Guerra Fria marca o fim de uma amizade, o fim de uma família, o fim de uma história, o fim de uma missão, o fim do american way of life. Mas também marca um novo começo.

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Imagem: FX

Atlanta
Episódio: Barbershop, S02E05

O conceito de um episódio filler é clássico: trata-se de enchimento. É uma história praticamente independente, que funciona à parte das outras, e não interfere na mitologia central da série e sequer avança a trama. Atlanta, um dos programas mais fantásticos do ano, é uma coleção invejável de fillers. Comédia de situação, o show explora situações isoladas que funcionam perfeitamente em seus universos únicos e ainda nos ajudam a conhecer um pouco mais dos personagens mostrados. Em 2018, muitos apontam Teddy Perkins como o melhor capítulo de Atlanta, mas é Barbershop que funciona como uma aula de humor, sendo uma bárbara comédia de erros, onde uma situação leva a outra numa crescente inspirada de absurdos. O roteiro é primoroso e segue uma premissa simples: Paper Boi quer um corte de cabelo e vai à barbearia, mas o barbeiro está muito ocupado para atendê-lo. A partir daí, como sempre, Atlanta faz milagre.

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Imagem: Hulu

Castle Rock
Episódio: The Queen, S01E07

Nas profundezas dos mistérios de Castle Rock estão os seres humanos e suas relações interpessoais. E é por isso que a antologia se mostrou como uma das melhores adaptações de Stephen King os últimos anos. Os roteiristas entendem o grande segredo: o importante no universo de King são as pessoas, sendo o sobrenatural apenas um detalhe. Tanto que as melhores adaptações são aquelas focadas no fator humano, enquanto as piores são as que dão muito espaço às criaturas e fantasmas. Castle Rock explora as raízes do mal e a influência do lugar sobre as pessoas. Um dos melhores resultados deste estudo é o episódio The Queen, focado inteiramente na personagem de Sissy Spacek. A eterna Carrie, a estranha, vive um dos pontos altos de sua carreira através de uma atuação emocionante e precisa, que eleva toda a série ao panteão das grandes obras com o nome de Stephen King.

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Imagem: NBC

The Good Place
Episódio: Janet(s), S03E09

2018 foi um ano de fortes emoções e intensos momentos em The Good Place. A última season finale, exibida no começo desse ano, mostrou o quanto a série ainda tem a nos surpreender. Com Eleanor, Chidi, Tahani e Jason tendo voltado a vida, essa era a última hipótese que passou na minha cabeça. O foco da primeira parte dessa terceira temporada foi exatamente esse, com seu ápice chegando no último episódio de 2018. Na tentativa de mantê-los seguros, Michael e Janet colocaram o quarteto na dimensão em que vive a personagem de D’Arcy Carden. Falando na atriz, esse foi seu grande momento em toda a série. O motivo? Todos eles se transformaram em Janet, e vimos então ela interpretando cada um deles de forma magistral. Isso não é surpresa, convenhamos, já que a atriz demonstrou outras vezes tal versatilidade, ao incorporar a maravilhosa bad Janet. Aliás, conhecemos também nesse episódio a medium Janet. O porquê de Janet(s) estar entre os melhores episódios de 2018 é o desenrolar da história. É nítida a evolução dos personagens, inclusive de Michael e Janet, desde o piloto. No final o mesmo serviu como um divisor de águas, que pareceu mais uma season finale do que fall finale. Eleanor e Chidi finalmente descobrindo que são almas gêmeas, além de possivelmente terem enfim alcançado o verdadeiro lugar bom. Sem falar que Ted Danson, como sempre, deu um show.

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Imagem: Hulu

The Handmaid’s Tale
Episódio: Holly, S02E11

Apesar das críticas, a segunda temporada de The Handmaid’s Tale seguiu o alto nível da estreia e entregou uma porção de episódios memoráveis. Dentre eles, o sufocante Holly. Depois de ficar para trás, sozinha e grávida, na casa de campo dos Waterford, June precisa lutar pela sua sobrevivência. Prestes a dar a luz, a Aia sabe que não pode aproveitar a chance e fugir. Ela então decide ficar na casa e encarar o que viesse pela frente. E o que veio foi um bebê. Sozinha, June se despe e se aproxima do fogo que queima na lareira. O frio é intenso e não há auxílio algum. O contraponto é forte: enquanto os partos de Gilead são feito com diversas testemunhas e ajudantes, o difícil parto de June não tem amparo ou olhos curiosos. Estão ali apenas ela, a criança e o frio. E Elisabeth Moss entrega uma de suas melhores performances numa sequência enervante de um episódio certeiro.

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Imagem: Netflix

The Haunting of Hill House
Episódio: Two Storms, S01E06

Composto por cinco longos planos-sequência, o sexto episódio de The Haunting of Hill House talvez seja o melhor desta lista. Tecnicamente irrepreensível, o capítulo atinge resultados que nem o cinema ousou vislumbrar em 2018. Ousado, triste e aterrador, Two Storms é o clímax antecipado de uma série milimetricamente planejada e executada. Depois de acompanharmos cinco capítulos dedicados a cada um dos irmãos da família, a sexta parte vem para unir a família e as tramas em um só momento e espaço. Dois espaços, na verdade, pois toda ação se desenrola em um velório e na Hill House. A câmera do diretor Mike Flanagan passeia literalmente pelo tempo e espaço, desvendando as personalidades dos personagens e os segredos da casa da colina. O resultado é um episódio impecável que enche os olhos com a qualidade técnica, a mente com a qualidade narrativa e o coração com tocante sensibilidade. The Haunting of Hill House é outra obra irreparável que sabe que o melhor está no ser humano, estejam eles vivos ou mortos.

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Imagem: ABC

How to Get Away With Murder
Episódio: Lahey V. Commonwealth of Pennsylvania, S04E13

Esse episódio de How To Get Away With Murder é marcante. E não por ter sediado o crossover com Scandal, outra série criada e produzida por Shonda Rhimes. Mas sim, por ter proporcionado à protagonista Viola Davis um de seus maiores momentos na série. É nele que a história que vinha sendo desenvolvida na temporada alcançou seu ápice. Annalise Keating vinha lutando para que uma ação coletiva fosse aceita na Suprema Corte, afim de dar uma nova chance para presos negros e pobres que foram negligenciados ao longo dos anos. E através de seu discurso, mostrando como a sociedade era e continua discriminatória, Viola Davis deu um show de interpretação. Ela simplesmente engoliu a participação especial de Kerry Washington, mostrando que a trama era de Annalise e mais ninguém. O seu alívio, após conseguir fazer o discurso, refletia o alívio do público, depois de pensar que a personagem de Davis não conseguiria fazer. E a torcida, ao final, ficou emocionada. Foi graças a ele que partimos para o final de temporada, ansiosos, a fim de descobrir os rumos dessa tão importante trama da série.

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Imagem: Amazon Prime Video

The Marvelous Mrs. Maisel
Episódio: Look, she made a hat, S02E07

Na comédia, timming é tudo. O tempo do humor, da fala, da gag visual ou física, é primordial. E The Marvelous Mrs. Maisel entende isso em todos os aspectos. Do roteiro, com cada fala e reviravolta bem amarrada, até a câmera, que se movimenta e corta nos momentos exatos, Maisel é um sucesso porque entende o gênero no qual se insere. Ainda assim, não é refém das convenções do gênero. Em Look, she made a hat, acompanhamos a aproximação entre Midge e Benjamin, seu novo affair. Entre um passeio e outro do casal, a dupla vai parar em um bar repleto de artistas bêbados. E é lá que eles encontram Declan, um pinto alcoólatra brilhantemente interpretado por Rufus Sewell, um dos atores interessantes mais subestimados da indústria. O encontro, além de render as melhores risadas da temporada, ainda levanta importantes debates sobre a natureza e o destino da arte. É comédia indo além, com timming no humor e no discurso.

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Imagem: NBC

This is Us
Episódio: Super Bowl Sunday, S02E14

Um dos eventos mais aguardados de 2018 nos Estados Unidos não foi o jogo do Super Bowl em si, mas a atração exibida depois da final do campeonato. Tratava-se de This Is Us, e o tão esperado episódio que mostrou a morte de Jack Pearson (Milo Ventimiglia). Além de ter o cuidado de juntar as histórias, convergindo paralelamente com a temática do jogo do Super Bowl, tivemos esclarecimentos sobre a tragédia que tirou a vida de um dos personagens mais amados da série. Foi emocionante ao extremo, principalmente ao vermos que Jack não morrera no incêndio em si, mas sim de uma consequência do acontecimento. Ao ter inalado muita fumaça, acabou tendo uma parada cardio respiratória no hospital. Foi a partir desse episódio, assim, que a trama pode se desenvolver ainda mais, trazendo histórias que decorreram do falecimento de Jack. A evolução da série e da trama, depois deste episódio, fora extremamente notável. Além de ser a maior audiência da série, este é um episódio que criou um evento marcante na história da TV, conseguindo um lugar cativo nessa lista.

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Imagem: HBO

Westworld
Episódio: Akane no mai, S02E05

O público de Westworld ficou confabulando, desde o final da primeira temporada, sobre a possibilidade de outros parques, dentro do Westworld. Essa teoria, quase certa anteriormente, foi comprovada na segunda temporada.
E foi no episódio Akane No Mai que tivemos o maior vislumbre do Shogun World, o parque temático do Japão Medieval. O episódio foi incrivelmente bem desenvolvido, técnica e artisticamente falando. Ele foi, em grande parte, falado em japonês, o que deu um toque a mais para que ficasse marcante. Além disso, marcou a metade da temporada, impulsionando arcos centrais. Os paralelos da história previamente contada, no Westworld, com o Shogun World, foi incrível. Foi neste episódio também que Maeve atingiu um dos seus alcances mais altos, em relação aos seus “poderes”, frente aos outros anfitriões. Um divisor de águas, fazendo nos envolver e torcer ainda mais pelos caminhos que Westworld resolveu traçar na sua segunda temporada. Sem dúvidas, um dos melhores episódios do ano.

 

Textos:

Anderson Narciso: How to Get Away With Murder, This Is Us e Westworld

Eduardo Nogueira: The Good Place

João Victhor: The Americans

Matheus Pereira: Atlanta, Castle Rock, The Handmaid’s Tale, The Haunting of Hill House e The Marvelous Mrs. Maisel

Artes: Matheus Pereira

Sobre o autor

Matheus Pereira

Coordenação editorial

Matheus Pereira é Jornalista e mora em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Depois de quase seguir carreira na Arquitetura, enveredou para o campo da Comunicação, pelo qual sempre nutriu grande paixão. Escritor assíduo na época dos blogs, Matheus desenvolveu seus textos e conhecimentos em Cinema e TV numa experiência que já soma quase 15 anos. Destes, quase dez são dedicados ao Mix de Séries. No Mix, onde é redator desde 2014, já escreveu inúmeras resenhas, notícias, criou e desenvolveu colunas e aperfeiçoou seus conhecimentos televisivos. Sempre versando pelo senso crítico e pela riqueza da informação, já cobriu eventos, acompanha premiações, as notícias mais quentes e joga luz em nomes e produções que muitas vezes estão fora dos grandes holofotes. Além disso, trabalha há mais de dez anos no campo da comunicação e marketing educacional, sendo assessor de imprensa e publicidade em grandes escolas e instituições de ensino. Assim, se divide entre dois pilares que representam a sua carreira: de um lado, a educação; de outro, as séries de TV e o Cinema.