Riverdale preparou terreno para centésimo episódio
Review dos quatro primeiros episódios da sexta temporada de Riverdale, exibido originalmente pela emissora norte-americana CW.
A sexta temporada de Riverdale com certeza veio repleta de surpresas em seus quatro primeiros episódios. Começando pelo nome temporário da série, que agora é introduzida como “Rivervale”. A repaginação de um mundo paralelo trouxe frescor a uma série que vinha de tentativas sequenciais de renovação. Por mais que a recepção tenha sido positiva, já é sabido que a série caminha para seu fim. Portanto, nada mais digno do que encerrar com alguns dos principais fan service’s.
Os episódios iniciais são, ao mesmo tempo, introdutórios e reveladores. Muito do que é discutido em Rivervale já vem sendo premissa nas últimas temporadas. Principalmente no que tange a personagem Cheryl Blossom. Já não é de hoje que bato sempre na mesma tecla. Uma atuação com grandes possibilidades de ser explorada, mas com poucas oportunidades. Parece que finalmente decidiram me calar quanto a esse ponto. Finalmente adicionaram um propósito à personagem. Arrisco dizer que passaria mais algumas boas semanas na nova cidade. O que a repaginação trouxe pode deixar saudades quando voltarmos para o fim da quinta temporada.
Mas o que motivou essa mudança em Riverdale?
Essa na verdade é uma pergunta que ainda procuro analisar por aqui. Temos Jughead a todo momento como narrador e personagem. Provavelmente, tudo que estamos vendo até aqui faça parte de sua próxima produção literária. Quem sabe até de um delírio por efeito de álcool ou drogas. Na realidade, a pegada sobrenatural da série sempre se fez presente. Todavia, o trabalho executado em Rivervale traz a premissa da magia e do mistério desde o começo.
Já no primeiro episódio temos o misticismo associado a questões de prosperidade. Tal fato que culminou na morte de Archie Andrews logo no começo. Provavelmente tudo premeditado para que K.J. Apa (Archie) pudesse curtir um pouco mais do filho recém-nascido. É exatamente nesse ponto que vemos como não existe protagonismo na série. Os plots conseguiram se desenrolar perfeitamente durante os quatro primeiros episódios. Por esse lado, voltamos no sentimento de querer um pouco mais de Rivervale nas telas.
As principais semelhanças das duas realidades…
Bom, sabemos que um dos plots recém desenvolvidos está no relacionamento de Fangs e Toni. Depois da grande separação entre os casais LGBTQIA+ da série, a união improvável dos personagens secundários trouxe uma boa química. O baby Anthony também é um grande responsável por enfatizar essa relação. A presença de “La Llorona” é um grande momento para analisar as mensagens que a série busca trazer. Neste caso, temos uma ligação forte de Toni com a maternidade e o conceito de proteção.
A personagem trouxe consigo um amadurecimento após todo o processo de salto temporal visto no último ano. Seu sacrifício para que seu filho pudesse viver traz esse ideal de instinto protetor à personagem. Tal característica, para quem já acompanha a série desde o começo, é bem forte desde seus primórdios por aqui, quando começou a tomar frente das serpentes. O desenvolvimento apresentado só proporcionou uma melhor adaptação dessa virtude.
Pequenos detalhes que fazem diferença
Assim como o segundo episódio traz uma mensagem de instinto protetor, o terceiro segue com uma abordagem de ambição. Neste momento, temos a brilhante adição de Lou Cypher. Eu confesso que demorei alguns segundos para entender a analogia do nome com Lucifer. Todavia, brilhantemente eu me identifiquei com o vilão. Arrisco a dizer que viveria tranquilamente com ele em uma temporada toda de Riverdale. Ainda que tenha a pegada sobrenatural, a sagacidade do personagem trouxe um diferencial. O plot de Veronica e Reggie foi, com toda certeza, um dos mais impactados pela presença.
Já em Riverdale acompanhávamos essa crescente. Por algumas vezes, me arrisquei a dizer que Reggie se tornaria o novo Hiram Lodge e, provavelmente, uma pedra no sapato de Veronica. Essa relação de amor e ódio nos negócios veio como um turbilhão passageiro e provavelmente deve ser aproveitada. Principalmente nos detalhes do ciúme de Reggie em relação a Archie. Assim como a relação de Fangs e Toni, esse plot deve servir de base para o seguimento de Riverdale no decorrer deste ano.
As diversas facetas do amor de Cheryl
Finalizando essa primeira saga, retornamos a Thornhill em um dos episódios mais bem produzidos da série até aqui. Não somente pela ilustre presença de Sabrina Spellman (O Mundo Sombrio de Sabrina) no final, mas também pela excelente apresentação das ancestrais Blossom. Dos pontos mais curiosos, me atino a escolha dos pares românticos de Abigail Blossom. Acredito que todo o envolvimento com Thomasina há 100 anos atrás foi premeditado para que pudessem colocar uma ideia de destino para Cheryl e Toni.
Entretanto, o trabalho de roteiro no empoderamento feminino de Poppy Blossom me chamou mais atenção. Não somente por uma pegada histórica mais recente, mas também por debates que ainda são considerados tabus por muitos hoje em dia. Madelaine Petsch apresenta diversidade em sua atuação e trabalha perfeitamente as diferentes personalidades. Ainda que em Riverdale as coisas não fluam da mesma forma, sigo confiante de que haverá um direcionamento para Cheryl. Afinal, a personagem tem um protagonismo muito interessante para a série.
O que esperar na próxima semana?
Por fim, temos O Paradoxo Jughead, que promete finalizar este grande evento. Além de ser o centésimo episódio da série, o episódio traz de volta alguns dos personagens que marcaram os últimos anos. A dualidade entre Rivervale e Riverdale finalmente se choca e as consequências disso só saberemos em março, com o retorno da série. Enquanto não temos mais novidades, segue abaixo a promo do especial e aguardo vocês na próxima semana.