Supernatural: o grande desvio que a série precisou fazer

Supernatural precisou abandonar premissa original que criador tinha idealizado para poder se manter no ar por 15 anos.

Supernatural
Imagem: Divulgação.

“Supernatural” tornou-se um fenômeno ao longo de suas 15 temporadas, mas o caminho até esse sucesso envolveu mudanças significativas em relação à visão original do criador, Eric Kripke.

Inicialmente concebida como uma série focada no formato “monstro da semana”, “Supernatural” deveria seguir os irmãos Sam e Dean Winchester em suas viagens pelos Estados Unidos, adotando uma abordagem mais jornalística e investigativa. No entanto, essa proposta inicial, mais alinhada ao gênero de horror puro, foi alterada para atender às expectativas da Warner, então emissora do programa.

Kripke, um entusiasta do terror, imaginou uma narrativa mais sombria e assustadora, com menos humor e mais ênfase em temas pesados como morte, culpa e ocultismo. Mas a visão da WB para o programa pendeu para um equilíbrio entre humor e horror, com uma abordagem mais amigável ao público familiar.

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Esse ajuste provou ser crucial para o apelo da série, permitindo que “Supernatural” se destacasse com sua mistura única de suspense, ação e momentos leves.

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A ideia original de Kripke, embora intrigante, enfrentava o desafio da sustentabilidade a longo prazo. As séries antológicas como “True Detective” e “Fargo” mostraram que, embora eficazes, elas precisam de contextos auto contidos para funcionar. Ou seja, com cada temporada sendo separada narrativamente das demais.

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“Supernatural”, com sua trama central girando em torno do mistério do assassinato dos pais dos Winchesters, exigia um formato de narrativa contínua para manter o público envolvido e oferecer uma conclusão satisfatória.

Mesmo após a saída de Kripke no final da quinta temporada, a série prosperou sob a liderança de Sera Gamble e outros showrunners, estendendo-se por mais dez temporadas. Esse sucesso adicional é um testemunho da eficácia da estrutura mais serializada e focada na narrativa, em comparação com as origens de “monstro da semana”.

A decisão de aprofundar os personagens e suas relações, ao mesmo tempo que se entrelaçavam histórias envolvendo monstros, resultou em uma TV mais envolvente e garantiu a longevidade de “Supernatural”.

Em resumo, “Supernatural” encontrou seu caminho ao equilibrar elementos de terror, drama, ação e humor. Criando, assim, uma fórmula única que cativou uma base de fãs leal e diversificada. Essa flexibilidade na abordagem de sua premissa permitiu que a série explorasse diversos temas e narrativas, contribuindo para sua memorável trajetória de sucesso na televisão.

Sobre o autor

Matheus Pereira

Coordenação editorial

Matheus Pereira é Jornalista e mora em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Depois de quase seguir carreira na Arquitetura, enveredou para o campo da Comunicação, pelo qual sempre nutriu grande paixão. Escritor assíduo na época dos blogs, Matheus desenvolveu seus textos e conhecimentos em Cinema e TV numa experiência que já soma quase 15 anos. Destes, quase dez são dedicados ao Mix de Séries. No Mix, onde é redator desde 2014, já escreveu inúmeras resenhas, notícias, criou e desenvolveu colunas e aperfeiçoou seus conhecimentos televisivos. Sempre versando pelo senso crítico e pela riqueza da informação, já cobriu eventos, acompanha premiações, as notícias mais quentes e joga luz em nomes e produções que muitas vezes estão fora dos grandes holofotes. Além disso, trabalha há mais de dez anos no campo da comunicação e marketing educacional, sendo assessor de imprensa e publicidade em grandes escolas e instituições de ensino. Assim, se divide entre dois pilares que representam a sua carreira: de um lado, a educação; de outro, as séries de TV e o Cinema.