The Last of Us: 2º episódio tem ação, tensão e o melhor dos jogos

Segundo episódio de The Last of Us continua sua caminhada de sucesso com muita ação, tensão e um forte aceno aos jogos.

The Last of Us
Imagem: Divulgação.

É curioso como as coisas acontecem na TV. Quando redigi as primeiras críticas de The Last of Us a série ainda não havia estreado. Apesar de ter adorado a série, era impossível saber o que o público acharia. Naquele momento, o novo programa da HBO poderia tanto ser um sucesso quanto um retumbante fracasso.

Nunca sabemos para qual lado as coisas vão, principalmente em uma indústria tão volátil como a do audiovisual.

Uma semana depois estamos de volta e The Last of Us é um sucesso absoluto! Aclamada pela crítica e público, a série é uma das maiores estreias do canal e já está nas primeiras posições do ranking de séries mais populares e com maiores notas do IMDb.

O programa é tão bom que conseguiu convencer até mesmo os haters. Eles tiveram que se calar ou entrar na onda e elogiar a série.

Série acerta ao levar com respeito e seriedade

Um dos grandes motivos para tamanha aclamação é a seriedade com a qual Craig Mazin e Neil Druckman, os criadores, encaram o projeto. Esta não é uma aventura escapista com várias mortes de zumbis. Este é um drama, um road movie (o melhor: road series) potente em que a riqueza de detalhes cria um mosaico poderoso de personagens e narrativas.

No piloto, por exemplo, o roteiro colocou Sarah, a filha de Joel, como protagonista absoluta apenas para descartá-la antes da metade do episódio.

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Nesta perspectiva, Mazin e Druckman brincam com a forma, o estilo e as expectativas do público. Apenas com isso já temos um produto bem mais robusto do que qualquer outra adaptação de games recente.

Diferente de muitas produções do gênero, por exemplo, The Last of Us decide mostrar as origens da ameaça quase que sem restrições. Isso dá um peso à história, pois conseguimos entender as dimensões do perigo.

Desta forma, ao vermos uma especialista profundamente assustada e sem respostas, visualizamos o tamanho do problema em que os personagens estão inseridos. The Walking Dead, por exemplo, tentou criar suspense ao esconder as explicações e origens do problema. Nesta esteira, falhou, pois não estabeleceu urgência ou contexto.

The Last of Us se sai muito melhor por fazer exatamente o oposto: explicitar as causas e criar tensão e suspense a partir daí. Afinal, saber mais sobre uma pandemia ou doença pode ser mais assustador do que não saber detalhe algum.

Pascal e Ramsey seguem brilhando como Joel e Ellie

Além disso, The Last of Us busca sempre uma aproximação com a realidade. Seja em detalhes do cenário (uma foto de George W. Bush na parede da escola no primeiro episódio) ou diálogos, a série sempre busca um realismo cru. A jornada de Joel e Ellie, então, ganha contornos ainda mais perigosos.

Esta nova realidade, então, criou pessoas diferentes, sejam elas nascidas antes ou depois do outbreak. Joel, por exemplo, é um morto-vivo, um sujeito que, tirando a violência transbordante, é completamente vazio.

Já Ellie é uma garota quase que diametralmente oposta a Sarah. Enquanto a filha de Joel era doce e sociável, Ellie é áspera e com pouco tato. Assim, Joel, que está transformado, precisa entender e se relacionar com um tipo de jovem que nunca conheceu.

Estes choques é o que tornam a relação da dupla tão rica, algo que é evidenciado com talento inquestionável de Pedro Pascal e Bella Ramsey.

Episódio 2 é deleite para fãs de jogos e da boa ação

Neste 2º episódio, então, chamado “Infected”, The Last of Us dá uma ideia do que são os infectados. Neste sentido, a série não decepcionará os fãs dos jogos ou aqueles espectadores sedentos por ação. Assim, o segundo capítulo é o “puro suco” dos videogames, e não deixa de ser notável que o diretor desta parte seja justamente Neil Druckman, criador dos jogos originais.

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Toda a sequência no prédio, por exemplo, é um grande aceno ao jogo e ao próprio formato dos games. Note a movimentação da câmera ou o posicionamento dos personagens. Ao brincar com o que está em primeiro plano e o que está em segundo, Druckman resgata alguns dos melhores pontos dos jogos.

No videogame, por exemplo, muitas vezes sabemos onde está o inimigo, mas nada podemos fazer antes de um conflito direto.

O diretor ainda brinca habilmente com o que está no extracampo, alavancando a tensão com isso. Aqui, portanto, vale apontar o excepcional trabalho de som da série. O som, aliás, já era elemento importantíssimo de Chernobyl, outra série de Mazin. Aqui, os ruídos criam uma sensação de perigo quase palpável, tornando os infectados ainda mais assustadores.

No caso dos estaladores, tipo de infectados visto agora, o som é primordial, já que sua característica principal é o barulho que emite com a garganta.

O perigo está em todos os detalhes – até no som!

Com um desfecho emotivo que prova, mais uma vez, o desprendimento da série para com seus personagens, o 2º episódio funciona notavelmente bem por quase soar como um filme, uma história isolada de sobrevivência.

Mais do que no piloto, portanto, o novo capítulo explora as características deste universo. Vemos mais das ruas e prédios destruídos, do perigoso fungo, dos infectados e de vários outros detalhes que compõem o mundo caótico de The Last of Us. É, em todos os aspectos, uma extensão e detalhamento do que espiamos no episódio anterior.

Estabelecendo ainda importantes pontos sobre os infectados e a doença (o fungo está, de alguma forma, conectando todos em uma rede sinistra), The Last of Us dá outro importante passo em uma adaptação que é, desde já, um sucesso.

E ainda nem chegamos no capítulo da semana que vem que, acreditem, é uma obra-prima para a qual ninguém está preparado!

Sobre o autor
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Matheus Pereira

Jornalista, curioso e viciado em cultura. Escreve há quase 10 anos no Mix e Six Feet Under é sua série favorita.

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