This Is Us deixou de ser a melhor série da atualidade e ficou sem graça

This Is Us está ficando chata?

Precisamos falar sobre This Is Us…

Se me falassem, há dois anos atrás, que hoje eu estaria escrevendo um texto para criticar a qualidade de This Is Us, certamente eu não acreditaria.

O drama da NBC estreou em 2016 com pompa, revolucionando a forma de se contar uma narrativa e dando vivacidade para o gênero de séries familiares. Logo, conquistou fãs e ficou conhecida por ser a série que “fazia chorar”.

Entretanto, em sua terceira temporada atualmente, a série vem perdendo o fôlego. E, por muitas vezes, tem apresentado episódios chatos, desnecessários, além de mudar características de personagem em um tom “apelativo”. Tudo, claro, para chamar a atenção do espectador. Como This Is Us foi de uma das melhores séries da atualidade para uma das mais chatas?

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ATENÇÃO: ESTE TEXTO CONTÉM SPOILERS DA TERCEIRA TEMPORADA DE THIS IS US

Revelar a morte de Jack foi um problema

This Is Us, no final das contas, nem era sobre isso. Entretanto, com um hype muito grande para descobrir como que um dos protagonistas da série morreu na linha do tempo passada, todos os fãs ficavam questionando incessantemente sobre isso.

A resposta veio em um episódio especial exibido depois da final do Super Bowl nos Estados Unidos. E, talvez, a coisa tenha começa a desandar aí. Não que a série não precisava ter revelado que Jack morreu no hospital por complicações de incêndio, mas é que depois que revelado muito do interesse em desbravar as linhas do tempo acabou diminuindo.

Dessa forma, a série precisou se desdobrar para inserir novos questionamentos, e mais histórias que fizessem o público ficar curioso. A estratégia foi mostrar alguns dos personagens no futuro. E aí, começou um novo questionamento. “Quem é a ‘ela’ citada por um Randall mais velho? Por que Kate não apareceu lá, e Toby estava sem aliança?“. Foram perguntas intrigantes. Mas com o tempo, os roteiristas talvez tenham se perdido na forma de construir a narrativa que levou aquele futuro. A prova disso é que esses “flashs do futuro” foram completamente esquecidos ao longo da terceira temporada. Teriam eles se arrependido de lançarem essa narrativa? De qualquer forma, o estrago já tinha começado a ser feito.

Tentativa de “estragar” personagens, parte 1

Um outro problema, que acabou sendo decorrente da falta de “mistérios interessantes”, foi a tentativa de estragar alguns personagens. Ou, pelo menos, explorar suas características por outra forma.

Jack foi o primeiro. Do nada, inseriram uma história mal contada sobre ele ter “escondido” para a família que o irmão estava vivo. Sim, Jack mentiu. E o que era para ser uma história inovadora, sobre como alguém como Jack pode no final das contas nem ser tão perfeito, acabou sendo uma das histórias mais entediantes da temporada.

Os episódios que mostram o que aconteceu com o irmão de Jack, bem como no presente com os trigêmeos tentando ajudá-lo, não poderiam ser mais desinteressantes. E tudo isso por conta de um roteiro preguiçoso, que apresentava falar superficiais para uma trama que soava mais artificial ainda. No final das contas, perderam uma excelente oportunidade de explorar uma ótima trama, dando a entender que tiveram vontade de estragar Jack só que não tiveram coragem para executá-la de uma forma convincente. Uma pena.

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História de Jack no Vietnã foi um verdadeiro desperdício. Imagem: NBC

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Tentativa de estragar personagens, parte 2

Outro personagem que vem sendo “estragado” é Randall. Ele tem se mostrado uma pessoa completamente diferente da que era. Está implicando com o trabalho de Beth, tudo para colocar suas vontades e desejos em primeiro lugar. Além disso, tem se mostrado extremamente arrogante. Será que ele foi sempre assim, e seu charme impedia o público de enxergar tal questões? Ou seria isso apenas mais um apelo dos roteiristas para chamarem atenção do público com algo que, mais uma vez, poderá soar artificial?

De qualquer forma, fazer um público odiar um dos personagens mais certinhos da série não é uma boa estratégia. Ele poderia continuar sendo o único elo para manter boas histórias na trama, mas ao invés disso está sendo usado para distorcer uma personalidade já construída, a fim de torná-lo um “vilão” para agitar uma história água com açúcar. Que feio roteiristas, que feio.

Dramas, dramas e mais dramas… para Kate, claro!

Algo que me incomoda desde o começo de This Is Us, para falar a verdade, é a forma como os roteiristas exploram de forma sobrecarregada os dramas de Kate. Ela sempre precisa sofrer muito. Chorar muito. E sofrer muito. Ah, já disse que ela é sofredora? Pois é. Não dão uma folga para ela. Quando não é a culpa que ela carrega pela morte do pai, é algum problema no casamento. Quando não é isso, é o problema do peso. E quando não é isso é o problema para engravidar. Ah, não vamos esquecer do nascimento prematuro do bebê. Sério, alguém consegue sair dessas situações com um bom psicológico?

Para completar, o fato de carregarem nos dramas com Kate tem feito os dramas dos outros personagem extremamente superficiais. E isso faz com que o roteiro construa falas e situações extremamente chatas, em situações mais chatas ainda. O episódio da sala de espera, por exemplo, foi tão chato quanto ficar realmente nesse lugar. E o episódio focado em Beth, então? Deu um soninho… E Kevin voltando a beber, logo neste momento em que a história decide convergir para o nascimento prematuro do filho de Kate. Ehr… não.

This Is Us não é mais a mesma

Eu sempre amei This Is Us. Mas ultimamente não tenho assistido mais a série com os mesmos olhos. E os episódios têm começado a se tornar 40 minutos maçantes, que eu fico torcendo logo para acabar. Fico triste com isso, de verdade. Pois era uma série que eu acreditava ser um diferencial para a TV. Porém, virou somente mais uma que começa boa e esfria ao longo do tempo.

Quem diria que ao invés de terminar um texto saudando “vida longa a This Is Us“, eu teria de encerrar dizendo “deem um final digno para ela em breve. Antes que fique mais chata do que está”.

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Sobre o autor

Anderson Narciso

Editor-chefe

Criador do Mix de Séries, atua hoje como redator e editor chefe do portal que está no ar desde 2014. Autor na internet desde 2011, passou pelos portais Tele Séries e Box de Séries, antes de criar o Mix. Formado em História pela UFJF e Mestre em História da Saúde pela Fiocruz/RJ, Anderson Narciso se aventurou no mundo da criação de conteúdo para Internet há 15 anos, onde passou a estudar sobre Google, SEO e outras técnicas de produção para web. É também certificado em Gestão Completa de Redes Sociais pela E-Dialog Comunicação Digital, além de estudar a prática de Growth Hack desde 2018, em que é certificado. Com o crescimento do site, e sua parceria com o portal UOL, passou a atuar na cobertura jornalística, realizando entrevistas nacionais e internacionais, cobertura de eventos para as redes sociais do Mix de Séries, entre outros. Atua como repórter no Rio de Janeiro e São Paulo, e pelo Mix já cobriu eventos como CCXP, Rock in Rio, além de ser convidados para coberturas e entrevistas presenciais nos Estúdios Globo, Netflix, Prime Vídeo, entre outros. No Mix de Séries, com experiência de dez anos, se especializou no nicho de séries e filmes. Hoje, como editor chefe, é o responsável por eleger as pautas diárias do portal, escolhendo os temas mais relevantes que ganham destaque tanto nas notícias quanto nas matérias especiais e críticas. Também atua como mediador entre a equipe, que está espalhada por todo o Brasil. Atuante no portal Mix de Séries diariamente, também atende trabalhos solicitados envolvendo crescimento de redes sociais, produção de textos para internet e web writing voltado para todos os nichos.