11×03 de The Walking Dead foi forte e tenso | Review
Crítica com spoilers do terceiro episódio da décima primeira temporada de The Walking Dead, exibido no Brasil pelo Star+.
Mais uma semana da nossa série de Caminhantes mortos favorita! E como The Walking Dead continua impecável nessa sua última temporada! Um verdadeiro presente para os fãs.
Como vem fazendo, muito bem, desde que esse décimo primeiro ano começou, o episódio dividiu sua narrativa em duas frentes. Mas, pela primeira vez, o núcleo de Eugene com a Commonwelth não é uma delas. Dessa vez, acompanhamos o grupo de Daryl, Maggie e Negan, intercalando com os acontecimentos de Alexandria, liderados por Carol. Assim sendo, e para evitar idas e vindas, vamos fazer assim também aqui na review.
Alexandria, Carol e culpa
Fiquei até surpreso pela personagem não ter aparecido no episódio passado, mas parece que isso vai acontecer bastante nessa última temporada com todos os personagens. Carol é, sem dúvida, a personagem mais trágica de TWD. As perdas que ela sofreu ao longo da série, os traumas que foi acumulando àqueles que já tinha, são bem pesados e conhecidos dentro da mitologia da série.
E é interessante ver a diferença quando comparamos a personagem da série com a sua contraparte dos quadrinhos, que deixa bastante a desejar. Como não poderia deixar de ser, vamos aos poucos acompanhando Carol a lidar com a culpa que sente. Pela destruição de Hilltop, pela “morte” de Connie e por tudo que ela fez e causou, motivada pelo desejo de vingança contra Alfa.
É essa culpa que vem movendo a personagem atualmente, que causa também as suas ações nesse episódio. Ela quer, obsessivamente, resgatar os cavalos para Alexandria, que está praticamente destruída e ela se culpa disso. E isso a coloca em colisão com Aaron, que prefere concentrar os esforços para a reconstrução do muro da cidade. O interessante aqui é que os dois não “antagonizam por antagonizar”. Há uma convicção de ambos os lados e, principalmente, há uma compreensão de um pela posição do outro. E é muito bom ver a série tomando decisões pela sua narrativa, e não para jogar para a audiência.
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E tudo isso termina nos levando a belíssima cena de captura dos cavalos, após a personagem quase desistir de tentar pegá-los. Carol, junto a Magna, Kelly e Rosita (outra personagem que eu tenho muito carinho, mas que está solta na trama), resgatam os bichinhos e retornaram como heroínas para Alexandria. Há muito lirismo na cena, principalmente na parte em que Kelly manda as demais soltar as cordas que elas tentavam laçar os cavalos. Dizendo que os animais não estavam fugindo, que eles queriam voltar para a casa. Num paralelo com a própria Carol, que também deseja voltar para a casa.
Mas que casa seria essa? Depois de tantas perdas e tantas escolhas controversas… No fim, ela ainda precisar sacrificar o animal para que todos possam ter o que comer. Isso também foi bem significativo, na sequência mais forte do episódio.
Maggie, Negan e ambiguidade
Se a força ficou no núcleo da Carol, a tensão sem dúvidas ficou com Maggie, Negan e cia. Aliás, tensão e ação, já que a necessidade de desenvolver tramas dos outros lados, faz toda a ação focar (de forma devida, acrescento) neste grupo de busca. E, mais uma vez, temos aqui um belo exemplo de que um roteiro bem escrito faz toda a diferença.
Não há como falar em Maggie e Negan sem faíscas e nem antagonismos. Mas eu fico feliz que nada disso esteja sendo feito de forma gratuita ou imatura. Aliás, maturidade é o que mais está havendo nessa última temporada da série.
Superficialmente, dá para entender que a série vem fazendo uma série de acontecimentos para mostrar que Negan sempre está certo e Maggie errada, certo? Errado. Eu realmente acho que, no fim de tudo, não vai existir um perdão para os dois. Mas acredito que Maggie vai chegar a entender Negan e a compreender que houve mudanças no personagem, houve uma evolução. Até porque o destino da personagem, para quem leu os quadrinhos, já está muito claro e eu não vou dar spoilers aqui. Exceto se os escritores se desviarem bastante da história, algo que eu acho que não vai acontecer neste tema.
Já Negan… Olha, eu realmente não vejo condições e nem acho que ele termine a série vivo. Então, acredito que nessa primeira leva de episódios a situação dele e de Maggie já deve ganhar contornos definitivos.
E sobre os vilões de The Walking Dead?
Sem comentários, por enquanto. Tudo ainda está muito em volto de mistérios. Pelo cara que interagiu e foi morto por Gabriel (numa demonstração forte de sangue frio do padre) e pela promo do próximo episódio, temos aqui um grupo que usa a religião como pretexto para a violência. Rezo (haha) que todo esse plot siga a maturidade e coesão atual da série e não seja apenas um grupo super violento para chocar e dizer que teve vilões nessa ultima temporada.
Conclusão
The Walking Dead mantém o nível nesse excelente terceiro episódio. A série não está perdendo tempo em avançar as suas tramas e nem em se livrar dos seus figurantes em excesso. Houve muito progresso na evolução dos personagens, o que é muito bacana de se ver também. Se o nível continuar, podemos estar diante de uma das melhores temporadas da série.
Até a semana que vem! 😉
Nota: 4.5/5