11×05 de The Walking Dead abordou complexidades ao invés da ação
Review com spoilers do episódio 05 da 11ª temporada de The Walking Dead aborda como a série apostou em complexidades e funcionou!
Mais uma semana dos nossos zumbis caminhantes. E, nesse episódio, The Walking Dead optou pelas relações complexas de seus personagens, em vez da ação. E isso foi muito bacana!
Após focar totalmente no núcleo de Daryl na semana passada (coisa que eu não gostei), The Walking Dead volta a dinâmica que estava apresentando desde o início da temporada e bifurca a sua narrativa em várias frentes. De um lado tivemos Alexandria e do outro os nossos amigos que estão na Commonwealth (e não, gente, eu não vou chamar de Comunidade). E ainda, de forma bem curta, tivemos algumas passagens na trama de Negan e Maggie (que confesso estar repetitiva). Assim sendo, vou dividir essa nossa review dessa forma também.
Commonwealth
Depois de tantos anos de The Walking Dead, ver este mundo, que é extremamente parecido com o mundo antes do apocalipse, é algo mais bizarro do que “normal”. E é essa a minha impressão sobre a Commonwealth, bizarro. É tudo muito certinho, muito limpo e causa uma estranheza na gente que acompanha esse mundo há muito tempo.
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Claro, podemos contar Alexandria, Hilltop e o falecido Reino, que tinha lá seus traços de normalidade, mas aqui as coisas assumem outro nível. Até a circulação de dinheiro existe. Bem, ficamos com aquela pulguinha atrás da orelha, será que é tudo isso mesmo? Ou tudo é bom demais para ser verdade?
A principal função desse plot no episódio de The Walking Dead é começar a ver como as coisas funcionam por lá. Qual a dinâmica daquele mundo e começar a vislumbrar um final para isso tudo, que caminha para ser, obviamente, os nossos personagens residindo nesse local. Ainda assim, eu fico com a impressão que tudo isso seria mais interessante, e até mais deslumbrante, se víssemos a Commonwealth pelos olhos de algum personagem que a gente se importa mais.
Ezekiel, Yumiko e Eugene nunca foram lá os preferidos do público, e eu questiono se a decisão narrativa de escolher eles para essa missão foi a correta. Dos nossos protagonistas, Maggie e Daryl tinham seus próprios arcos para desenvolver… Mas Carol não poderia ser utilizada? Talvez.
Com isso, o roteiro tenta se agarrar aonde pode para fazer essas engrenagens girarem. Yumiko foca no reencontro dela com o irmão…, que foi bem anticlimático. Foi tudo meio frio e as coisas se atropelaram. Talvez seja culpa da edição. Ainda assim, é estranho que ele seja um cirurgião torácico e esteja fazendo bolo. Escolha dele que omitiu a informação? Ou algo naquela cidade que o impeça? A conferir…
Eugene dá início ao seu relacionamento (físico) com Stephannie. Princesa, bem… é a Princesa. E parece que vai fazer par com o Mercer. Já Ezekiel, coitado, nem ali ele tem a oportunidade de se desenvolver. Dessa forma, está solto na narrativa e até o seu câncer foi esquecido. Achei tudo bem mediano por aqui.
Alexandria e o que sobrou de Hilltop em The Walking Dead
Aqui as coisas ficam mais interessantes. Não é de hoje que sabemos dos problemas de Alexandria e a quase destruição da cidade, assim como os desentendimentos de Carol e Aaron. Agora as coisas atingem um outro nível de gravidade e emoção. Com Aaron assumindo uma postura extremamente agressiva, receando pela vida da filha e de tudo aquilo que ele conhece.
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De início eu me questionei se era correto utilizar o personagem dessa maneira, se não seria uma virada muito brusca para com ele. Mas, ao relembrar outras passagens de The Walking Dead, da para perceber que nada na postura dele é gratuita. Pegando a trajetória do Aaron, as perdas que ele teve ao longo do caminho e, principalmente, a trama daquele episódio da temporada passada que ele protagonizou com Gabriel (que eu achei ótimo), é uma postura compreensível.
E do outro lado temos Carol, como a voz da razão. Já estamos a um tempo vendo a personagem tomando consciência dos seus atos e talvez percebendo que o fim não tenha justificado os meios. É inegável que a perda da Henry (uma das coisas mais cruéis que a série já fez) foi algo devastador para a personagem. E devemos considerar que a pauta “maternidade” sempre está ao redor dela.
Mas a sede dela de vingança justifica toda a dor que ela causou? E foi muito bonito ver a personagem assumindo e verbalizando isso, se colocando como exemplo para que o amigo não siga tal caminho. Foi mesmo.
Conclusão
Enfim, depois de uma derrapada, The Walking Dead voltou com tudo essa semana. Eu sinto um foque maior nos seus personagens e isso é muito bom. Se nada mudar radicalmente, é até de forma previsível o final da série. Obviamente aqui, a grande questão a ser descoberta é: quem chegará vivo no final? Tirando Carol e Daryl que, além de ter sua própria série já confirmada, eu não ache que os envolvidos tenham colhão para matá-los…Será? Tudo está em aberto. Essa temporada segue uma delícia de se assistir.
E então, você concorda?
Nota: 4/5