4×11 de New Amsterdam retorna com vida nova
No décimo primeiro episódio da quarta temporada de New Amsterdam, vemos Max e Sharpe se estabelecendo em Londres.
Após algumas semanas fora do passo, voltamos a acompanhar a quarta temporada de New Amsterdam, que também retornou com episódios inéditos após a pausa de fim de ano.
Primeiramente, entre os episódios 5 e 10, tivemos a concretização de várias mudanças na trama da série, inclusive a saída de Max e Helen, agora vivendo em Londres. O episódio 11, “Falando sobre uma Revolução”, repercute todas as mudanças ocorridas na primeira parte da temporada.
Novos ares, velhos hábitos
Na primeira parte da temporada, acompanhamos os dilemas de Max e Helen quanto à sua mudança para Londres. Certamente, muitos de nós duvidamos que eles fossem, de fato. Mas a viagem aconteceu, e agora temos um segundo núcleo da série em terras britânicas.
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Em uma abertura ao ritmo de The Fratellis, acompanhamos os protagonistas se ambientando na cidade. Luna, embora pouco apareça no episódio, também chegou à nova casa de Goodwin e Sharpe. Enquanto isso, o casal passou a trabalhar para o National Health System, o NHS, um dos mais antigos e respeitados sistemas de saúde do mundo.
E, evidentemente, o caos acompanhou a vida de Max, agora trabalhando como recepcionista no hospital dirigido por Helen. Não fez muito sentido ele esconder das pessoas que atendia o fato de ser médico nos EUA, mas, logo, o ex-diretor de New Amsterdam mostrou sua habilidade para tentar “corrigir sistemas”, como ele mesmo disse.
É curioso porque Max e Helen trabalham agora na realidade que eles buscavam implantar nos EUA, um serviço público de saúde de excelência. Porém, a série precisa de uma trama para a vida londrina do casal, então melhorar o NHS parece a missão mais plausível para eles. Ainda assim, soa um pouco forçada a disputa velho x novo continente, com as pessoas usuárias do hospital pedindo “o estilo americano”. Um bom lembrete de que New Amsterdam, embora crítica, ainda é uma série americana.
Veronica se consolida como antagonista em New Amsterdam
Após alguns episódios de apresentação da personagem em New Amsterdam e de atrito com Max, Veronica de forma efetiva assumiu a direção do hospital. De verdade, imaginava que o processo seria mais drástico, para criar um contraste maior entre seu estilo de gerenciamento e o de Max. Entretanto, a transição gradual e com imposições mais sutis tem servido para tornar a personagem mais plausível.
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É evidente que a nova diretora é a antagonista da temporada, representando os interesses corporativos e desconstruindo tudo feito durante a gestão de Max. Todavia, é interessante observar que ela também enfrenta dificuldades em implantar suas mudanças.
Mostrar esse processo de forma menos tirânica, portanto, ajuda também a mostrar a força dos demais protagonistas da série. Bloom, Frome, Reynolds e, agora, Wilder, após alguns episódios assistindo de forma passiva o que vem acontecendo com o hospital desde a chegada da dra. Fuentes, passaram a elaborar sua resistência.
Foi interessante observar essas pequenas ações que rompem com os planos da nova diretora. Primeiramente, porque mostra que Fuentes não é o olho que tudo vê, mas uma pessoa em posição de poder com limitações. Isso dá brechas para enfrentar a nova filosofia colocada por ela para o hospital.
Em segundo lugar, mostra que os colegas de Max compartilham de seus princípios, como a dra. Wilder destaca em uma cena. Isso permite conectar os personagens, mesmo distantes, e pode ser um dos motes para a trama envolvendo Veronica. Não significa que, sem Max, a diretora terá vida fácil no hospital. Haverá resistência.
Reynolds e sua relação poliamorosa
Floyd Reynolds tem vivido uma trama bastante particular nesta temporada de New Amsterdam, ficando, inclusive, mais afastado dos demais personagens. Nos últimos episódios da primeira parte, sua relação com Lyn Malvo e com Claude Baptiste foi aprofundada, trazendo alguns elementos sobre relações poliamorosas.
O ponto alto, como dava para imaginar, foi a descoberta de que Lyn está grávida, abrindo a trama sobre a paternidade entre seus dois companheiros. No episódio de retorno, portanto, a paternidade é o tema principal, trazendo conflitos entre Reynolds e Baptiste tentando definir quem é o macho alfa na relação.
Embora me pareça uma leitura muito caricata de relações poliamorosas, a trama de Floyd tem o mérito de trazer um tema pouco explorado pelas séries, principalmente com personagens adultos. Também é bem legal como Lyn consegue estabelecer os termos da relação, mesmo tendo lidar com a disputas de ego dos companheiros.
De toda forma, me parece que o personagem tem sido pouco aproveitado na série, sempre com tramas amorosas e pouco integrado ao núcleo duro dos protagonistas. É uma pena, pois há bastante coisa com o que Reynolds pode contribuir para a trama geral da série.
Relacionamento de Bloom em crise e Iggy perdido
Desde o começo da quarta temporada de New Amsterdam, vimos o relacionamento de Lauren e Leyla tomar rumos bastante problemáticos. Principalmente, o favorecimento de Bloom à namorada em sua residência médica ficava cada vez mais complicado, inclusive entre elas duas. Assim, no episódio 10 vimos Leyla mudar de hospital para que possa realizar sua formação sem a interferência de Lauren.
No episódio 4×11, temos breves momentos em que a chefe da emergência se mostra preocupada com seu relacionamento, tentando falar com Leyla pelo telefone. Certamente, a tentativa de resolver esse problema da relação acompanhará a trama de Bloom nesta segunda parte.
Finalmente, precisamos falar sobre Iggy. Esta temporada tem sido de redefinição do personagem, com seu retorno gradual ao trabalho no hospital e ao atendimento clínico. Certamente, o caminho para o retorno demanda tempo e processos pessoais do personagem, mas o terapeuta parece começar a se perder na série.
Em temporadas anteriores, a interação com o dr. Kapour e seus pacientes fazia de Frome uma das melhores coisas em cada episódio de New Amsterdam. Agora, ele alterna episódios com momentos mais emocionantes e outros bem apagados. Certamente, o personagem precisa encontrar um novo caminho para trilhar na série, talvez um novo parceiro de cena como era Vijay Kapour.
Entre Londres e Nova York
Ao que tudo indica, a divisão da série em dois núcleos seguirá por um tempo, com Max e Helen tentando mudar o sistema britânico, cada um ao seu estilo. Em paralelo, deveremos acompanhar as tentativas de resistência à gestão de Veronica Fuentes em Nova York.
Tomara que essa dinâmica traga novos ares para New Amsterdam, e que, em breve, a gente possa ver Max e Helen de volta ao cotidiano com os outros personagens.
Nota: 4/5