5×05 de The Good Doctor trouxe mundo virtual para o hospital
Review do quinto episódio da quinta temporada de The Good Doctor, exibido pelo canal americano ABC, intitulado "Crazytown".
Antes de mais nada, este episódio de The Good Doctor me lembrou um dos plots de Black Mirror, da Netflix. Contextualizando para quem nunca viu, o primeiro episódio da terceira temporada fala sobre “ratings”. Basicamente temos a história de uma garota desesperada pela popularidade online em um mundo onde tudo é feito a partir de notas representadas por estrelas. Do mesmo modo, hoje vivemos em uma realidade de curtidas e seguidores, ainda que algumas plataformas tentem amenizar a situação com os números. O episódio dessa semana de The Good Doctor vem com essa vertente.
A série trouxe autenticidade e, por incrível que pareça, esta semana me vi conversando com alguns amigos sobre isso. Os profissionais da saúde tem uma tendência forte a sentimentos positivos de seus pacientes. Agradecimentos por alívio de dor, de sofrimento ou até mesmo por salvarem suas vidas. O primeiro feedback negativo, desestrutura muitas expectativas e faz com que o profissional repense um pouco no que vem fazendo até então.
Assim foi com Shaun durante os últimos cinco anos e continua sendo. Contudo, sua rede de suporte está um pouco mais escassa. A saída de Claire de sua vida associada a partida de Glassman trouxeram, mesmo que indiretamente, importantes impactos na vida de Shaun. Mesmo que Lea tenha tentado amenizar as coisas omitindo algumas classificações, isso com certeza trará impacto futuro para o casal. Talvez como uma pequena tempestade semanas antes do casamento. Contudo, sabemos que os roteiristas não seriam loucos de mexer ainda mais na certeza de Shaun e Lea como um casal. Portanto, seguimos para os próximos plots…
Idas e vindas em The Good Doctor
Mateo mal chegou e já se despede do St. Bonaventure. Eu sinceramente gostaria de vê-lo mais em cena, contudo, tenho preguiça destas burocracias entre atores e produção. Se é para o bem de todos, que vá sem muito drama.
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Todos aqui sabem bem como me identifiquei com a missão da Guatemala e com os personagens apresentados. Até o ranço inicial de Mateo tinha passado quando o vi se envolvendo com Lim.
Realidade é que ainda aguardo o spin-off e esta deve ser a última vez que falo sobre isso em uma review. Desde que o episódio foi exibido na última temporada, não consigo tirar a emoção da saúde pública nas telas americanas da cabeça. Uma missão humanitária é, sem dúvidas, algo que leva emoção a qualquer pessoa. Se esse é o espírito de Mateo como personagem, que ele siga seus rumos e faça o bem.
No meio de tanta discussão, temos espaço para mais…
The Good Doctor ainda trouxe mais pano para manga com os casos semanais. O feedback de Emily em relação a forma com que Shaun lidou com o caso de seu pai foi bem genuíno. Na realidade, o plot como um todo trouxe boas reflexões. Não são poucos os casos onde os médicos devem trabalhar de alguma forma com as crenças culturais de seu paciente e, ao mesmo tempo, dar-lhe o melhor cuidado possível. Esta é uma batalha não tão simples e a série conseguiu deixar isso bem estruturado durante o episódio.
Por fim, Morgan e Park seguem se alinhando e batendo cabeças. Todavia, desta vez, Morgan teve razão ao dizer que Park nunca chegará tão ao topo quanto ela. A ambição é um detalhe muito peculiar na personalidade de cada pessoa, Morgan sabe bem disso. O mais curioso é que, por outro lado, Park se sente bem em alcançar o máximo que ele se sente confortável. Uma visão bem interessante da dualidade entre ambição e conforto no meio profissional. Parabenizo The Good Doctor por trazer isso nesta altura do campeonato.
Nota: 4,5/5