American Horror Stories, quando o ruim vira mediano
O status de American Horror Stories mudou de ruim para mediano. Não que isso seja um elogio. Crítica com spoilers dos episódios 3, 4 e 5.
American Horror Stories contina deixando um gosto amargo na boca. Seria injusto se eu não dissesse que, de certa forma, as coisas melhoraram aqui. Mas, considerando que estamos falando dos dois primeiros episódios pavorosos, tudo ainda precisava melhorar muito para ainda ficar ruim.
O que mais me assusta nisso… é tudo, é pegar uma marca tão importante e tão querida quanto American Horror Story e entregar para que esse tipo de coisa seja feita.
Se vocês repararem nos créditos, grande parte da equipe envolvida (incluidos roteiristas e diretores) são de nomes poucos conhecidos. Ou que estão em seus primeiros trabalhos. Olha, eu acho esse tipo de iniciativa excelente, Ryan Murphy inclusive tem uma iniciativa chamada half. Ele trabalha para entregar, pelo menos, 50% dos episódios das suas obras dirigidos por minorias (mulheres, lgbt+, negros, etc). Isso é estupendo, extremamente atual e bem o tipo de coisa que o Ryan faria.
Mas o papel dele como produtor é, no mínimo, supervisionar as coisas e dar aquele polimento necessário. E olha…, ele não está fazendo isso não! Vamos falar um pouco de cada episódio primeiro.
1×03 – “Drive In“
Acho que aqui a ideia de American Horror Stories era homenagear os cinemas drive-in, assim como todo o cinema dos anos 70/80, mas, assim, não passou da ideia mesmo.
O roteiro dele é tão mal escrito que o episódio inicia com dois jovens se desentendendo a respeito de quando eles devem transar ou não. Passa para a ida deles em um cine drive-in para ver o filme que foi banido pela justiça. Vira uma carnificina e do nada eles viram justiceiros com a doce e insegura garota do início do episódio, se tornando uma sanguinária por vingança, 20 minutos depois. Vocês realmente querem mais que isso?
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Para não dizer que não falei das flores, o que aumenta e muito o nível do episódio é uma atuação com muito esmero do John Carroll Lynch, o já conhecido da franquia, principalmente como o palhaço assassino de Freak Show. Ele faz o cineasta lunático que consegue criar um filme onde as pessoas se tornam assassinas ao assisti-lo. Ademais, ele tem um monólogo no final do episódio que é bem bacana e uma referência ao filme O Exorcista bem respeitosa. De resto, não rola.
1×04 – “The Naught List“
Esse aqui eu vou chamar de “o episódio do Tik Tok”. Primeiro, porque ele parece realmente isso mesmo, é amador, o roteiro parece uma fan fic e a gravação é bizarra. Segundo, porque eu realmente acredito que os produtores queriam que o episódio tivesse essa linguagem mais moderna, jovial e, talvez, trouxessem novos espectadores ao mundo de AHS.
Mas olha… ficou péssimo! Ser moderno e jovial não precisa ser de qualquer jeito. E isso aqui nada passa de um show de bizarrices, homem padrão sem camisa e baixaria.
Coincidentemente ou não, de novo a participação de um ator salva o episódio do completo fracasso: Danny Trejo. Um ator que eu nunca achei que veria como parte da família AHS, aqui, interpreta um Papai Noel (ou quase isso), para lá de estranho.
O barato da coisa é que o personagem dele entra e sai de cena sem muitas explicações, e eu acho isso sensacional. Muito melhor do que tentar criar uma história completamente rasa para algo. Às vezes a nossa imaginação cria momentos melhores do que as pessoas que são pagas para isso.
1×05 – “Ba’al”
Acho que é o primeiro episódio dessa temporada de American Horror Stories que eu posso classificar como “bom”. Ele é estrelado por uma das musas do Ryan Murphy, a Billie Lourd. Essa menina entrou na sétima temporada de American Horror Story e vem participando de todas até então e, por mais que tantos anos já tenham passado, eu ainda reluto em vê-la.
Aqui ela está até “ok”, porque geralmente as atuações dela são tão trabalhadas naquela “cara blasé” que ela faz e me dão raiva. Talvez o destaque dela se deva porque ela divide a cena com outro ator apagado: Ronen Rubestein (misericórdia).
Além disso, temos uma história intrigante e que parece uma uma legítima História de Horror Americana, baseada num mito de um deus antigo. Tudo que eu esperava que essa série contaria. A virada no final para mim foi até forçadinha, mas a última cena compensa, porque não era algo que eu esperava.
American Horror Stories não engatou
Para mim, fã do universo da série original, American Horror Stories continua frustrante. Dessa forma, parece uma série feita às pressas, de baixo orçamento. E, igualmente, que não tem nenhum tipo de esmero. Talvez, por não se passar em ambientes já conhecidos, eu acredito que houve até uma certa melhora nesses últimos 3 episódios. O status da série subiu de ruim para mediana no meu conceito. E, não, isso não é um elogio.
E você, qual a sua opinião?
Nota: 2.5/5