Os bastidores de S.W.A.T.: curiosidades por trás das câmeras

Um dos maiores clássicos da TV, S.W.A.T. pode não ser a série mais conhecida, até porque foi lançada em 1975. Mas nossa coluna mostra que o contrário.

S.W.A.T.
S.W.A.T.
Imagem: ABC/Divulgação

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Em 02 de novembro de 2017, a CBS lançava sua nova aposta para as noites de quinta-feira: S.W.A.T.. Nossa intenção, confesso, era de fazer uma coluna homenageando esse primeiro ano bem sucedido do drama que recentemente entrou na sua segunda temporada. O problema? Não achamos muito conteúdo, sendo que os poucos que encontramos não eram tão relevantes ou tinham a proposta de deixar-los mais inteligentes.

Sabendo disso, fomos um pouquinho mais além. Por que não entramos no túnel do tempo e lembramos da série original? Exibido em 1975 pela ABC, o drama chegou no Brasil como S.W.A.T. — Comando Tático Especial. Teve apenas uma temporada em virtude de mal feitos criativos, mas involuntariamente lançou tendência. Curiosamente continua nas nossas televisões ainda hoje e trouxe uma nova forma de fazer séries policiais.

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São por esses e outros motivos que a série é o tema do Bastidores desta semana. Será que tem muita curiosidade que a gente não sabe?

A vida como ela é

Alex McNeil escreveu na sua obra, Total Television, que S.W.A.T. foi uma “das séries mais violentas da década”. E não, essa não é uma hipérbole. Os primeiros episódios focaram em tópicos um tanto pesados. Como terrorismo, crime organizado e assassinato de policiais.

Curiosamente, temas que continuam no nosso diálogo. Além disso, o roteiro não se acanhou de buscar a verossimilhança no uso de cocaína e heroína, algo extremamente raro na TV à época. O que chama atenção é que por mais relevantes que os temas sejam, as pessoas não gostaram.

Existiu, inclusive, um movimento para que a produção fosse retirada do ar justamente em virtude da violência.

Legendário

Quando você pensa nos clássicos da televisão, provavelmente não lembra de violência. Charlie’s Angels, Dynasty Beverly Hills 90210, por exemplo saíram da mente de Aaron Spelling (aquele Aaron Spelling). Curiosamente, ele foi o responsável pela criação de S.W.A.T..

Spelling foi conhecido por ser um dos “mais prolíficos produtores”, segundo o próprio The Guinness Book of World Records. Ele morreu em 2006 após produzir conteúdo para os telespectadores por meio século. Jerry Bruckheimer e Greg Berlanti sonham com o posto. Quem sabe um dia, não é mesmo?

Flashback

Clássicos tendem a ser refeitos repetidas vezes para novas gerações. Vejam os contos de fadas, por exemplo, são revistados rapidamente (O Quebra Nozes está em exibição nos cinemas, gente). Com S.W.A.T. não foi diferente. A série deu origem a um longa metragem em 2003, cuja ideia era de ser o mais próximo possível da proposta original do drama.

Com direção de Clark Johnson (Sentinela) e David Ayer (Esquadrão Suicida), o filme foi bem nas bilheterias. Arrecadou 116 milhões de dólares no mercado doméstico e outros 90 milhões ao redor do mundo. O elenco foi composto de Colin Farrell, Samuel L. Jackson, Michelle Rodriguez; LL Cool J, Jeremy Renner, Olivier Martinez e Colin Egglesfield.

Money, Money, Money

Mesmo que não seja o programa ideal para crianças, seja nos anos setenta ou em 2018, a série foi um achado para ABC. Isso porque os protagonistas tinham um apelo enorme com o mercado.

Sabendo disso, Spelling e a emissora criaram um grande número de produtos licenciados. Eram figuras de ação, lancheiras, jogos de tabuleiro, quebra-cabeças e até mesmo carros ao melhor estilo de S.W.A.T.

Com isso, esse fenômeno nunca parou já que por mais mal sucedida que uma série seja na audiência, a Disney sempre encontra uma forma de fazer dinheiro. Nashville, para quem não lembra, vendia músicas no iTunes de forma impressionante.

Vamos com calma

Os telespectadores que sintonizaram em The Rookies, na ABC em fevereiro de 1975, ficaram surpresos em ver um episódio de duas horas focando num personagem que eles nunca viram antes. O tenente Dan “Hondo” Harrelson (Steve Forrest). Mas calma, tudo fez sentido na semana seguinte. Isso porque no episódio subsequente, Harrelson era protagonista do seu próprio spin-off que sucedia The Rookies às segundas-feiras.

Rapidinhas

– O tema musical da série, Theme from S.W.A.T., de Rhythm Heritage ficou em primeiro lugar na lista Billboard Top 100 em fevereiro de 1976.

– A série foi introduzida com um episódio de duas horas: Os Novatos (1972) e Os Novatos: S.W.A.T. (1975).

– Burt Reynold recomendou seu amigo, Robert Urich, para o produtor Aaron Spelling (aquele Aaron Spelling) para a série. Reynolds e Urich ambos estudaram na Universidade Estadual da Flórida. Mesmo que a série tenha durado apenas duas temporada, Spelling lembrou Urich quando estava escalando Vega$ (1978).

Em suma, 

São por esses aprendizados que eu particularmente adoro escrever sobre séries antigas. Fala-se que para entender a sociedade brasileira, precisa-se ver quais são os temas que as novelas estão tratando. Nos Estados Unidos não é diferente. S.W.A.T trazia aquela imagem clássica da era pré-Ronald Reagan onde as mudanças começavam a acontecer e mudar o rosto de um país em transformação.

Na próxima coluna vamos trazer um olhar sobre Revenge, então eu espero você aqui em 14 de novembro. Até a próxima!

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Sobre o autor

Bernardo Vieira

Redação

Bernardo Vieira é um jornalista que reside em São José, Santa Catarina. Bacharel em direito pela Universidade do Sul de Santa Catarina, jornalista e empreendedor digital, é redator no Mix de Séries desde janeiro de 2016. Responsável por cobrir matérias de audiência e spoilers, ele também cuida da editoria de premiações e participa da pauta de notícias diariamente, onde atualiza os leitores do portal com as mais recentes informações sobre o mundo das séries. Ao longo dos anos, se especializou em cobertura de televisão, cinema, celebridades e influenciadores digitais. Destaques para o trabalho na cobertura da temporada de prêmios, apresentação de Upfronts, notícias do momento, assim como na produção de análises sobre bilheteria e audiência, seja dos Estados Unidos ou no Brasil. No Mix de Séries, além disso, é crítico dos mais recentes lançamentos de diversos streamings. Além de redator no Mix de Séries, é fundador de agência de comunicação digital, a Vieira Comunicação, cuido da carreira de diversos criadores de conteúdo e influenciadores digitais. Trabalha com assessoria de imprensa, geração de lead, gerenciamento de crise, gestão de carreira e gestão de redes sociais.