Crítica: 22×03 de Law & Order: SVU foi instigante
Com apoio da pandemia da COVID-19, Law & Order: SVU apresenta episódio instigante apesar de erros persistentes.
Quando Law & Order: SVU encontra Cold Case
Law & Order: SVU exibiu um episódio bem instigante nesta semana. É comum que, ao término de cada episódio, a NBC exiba um teaser do próximo no intuito de ficarmos ligados para que virá em seguida.
A proposta de Remember Me in Quarantine era sedutora: uma ninfomaníaca que, torturada pela solidão do isolamento rígido da cidade de Nova York, recebia homens todos os dias em sua casa. O mistério, claro, começava a partir do momento que o telespectador descobria que ela estava morta e, provavelmente, congelada num freezer.
Parece delicioso, não é mesmo? Ainda mais quando vemos a série usando elementos do mundo real, no caso o distanciamento social, para introduzir e desenvolver seu caso da semana. O problema é que, novamente, Law & Order: SVU se perde no próprio tempo e espaço. Tudo isso, em busca de uma história curiosa, mas com ferramentas e elementos desgastados. Em Remember Me in Quarantine, a polícia de uma cidade italiana entra em contato com a unidade de vítimas especiais, pois Maria, uma estudante de intercâmbio, está desaparecida.
A partir daí, o telespectador já deve saber o que acontece: a investigação começa e a equipe da Sargento Benson (Mariska Hargitay) não descansará enquanto não entender o que aconteceu. Estamos aqui para isso, não é mesmo? Sem dúvidas!
O problema é que o roteiro não inovou muito além de trazer a realidade da pandemia para dentro da história. Ninfomaníaca que termina assassinada? Já vimos isso. Vítima cujo cadáver é deixado num freezer? Feito e refeito. Dessa forma, Remember Me in Quarantine é um episódio divertido. Porém, não tem nada de inovador.
É realidade que você quer?
Uma das novidades desta temporada de televisão é que grande parte das séries, desde This Is Us até The Good Doctor, introduziria a pandemia da COVID-19 nas suas histórias. Perdas, contaminações, restrições… E, claro, máscaras e distanciamento social.
Assim, sabendo desse compromisso, fiquei bastante surpreso ao perceber que, durante o interrogatório de Lexi (Jordan Lane Price), tanto Amanda (Kelli Geddish) quanto Benson estavam bastante próximas da suspeita. Porém, sem usar máscara, contrário às orientações do próprio departamento ou qualquer outro especialista em saúde pública. Sendo assim, é preciso lembrar que, quando assumimos uma responsabilidade, devemos honrá-la. E isso também vale para quem vos escreve.
Além disso, outra situação que me chamou atenção foi o fato do único traficante do episódio ser negro. É verdade que seria mais um erro vindo de uma série policial com roteiristas que comungam de visões problemáticas. Contudo, essa é a mesma série que, há DOIS episódios atrás se comprometeu em consertar essas situações.
Fez uma ótima mea culpa. E estava pronta para, a partir dali, dar o exemplo e melhorar a forma na qual a comunidade negra é retratada na televisão. Pode parecer culpa branca exalando de um jornalista branco, mas garanto ao leitor que minha observação vem de anos não só consumindo entretenimento, mas também estudando-o para melhor compreender seu papel na sociedade.
Obs.: Retornaremos em 2021, mais precisamente em 03 de janeiro. Por isso, eu gostaria de aproveitar a oportunidade para desejar a todos os leitores um excelente Natal e que o novo ano possa trazer renovação e a certeza de dias melhores! Lembrem-se que tudo de ruim na vida é para melhorar.
E então, o que você achou do episódio? Deixe nos comentários.