Crítica: 22×04 de Law & Order: SVU destacou a volta de Barba
Após semanas de pausa, Law & Order: SVU retorna comemorando o final de 2020 e voltando a trazer discussões relevantes e importantes.
Ano Novo. Lições antigas em Law & Order: SVU
Se já algo que une você, eu e os roteiristas de Law & Order: SVU é que 2020 já foi tarde. É necessário, contudo, entender que muito mais do que um saco de pancadas, o ano que passou deve ser de aprendizado. No que se refere à série, acredito que a inferência é que boas intenções nem sempre resultam em bons episódios, como foi o caso de Remember Me in Quarantine.
Avaliando pelo retorno, é possível afirmar que o roteiro soube fazer alguns reparos. No entanto, ainda precisam tapar alguns buracos e corrigirem situações. Uma das gratas novidades foi o retorno da boa vontade em discutir assuntos importantes. Basta saber se é uma tendência ou um repique.
Sightless in a Savage Land começa com a maioria dos personagens fazendo planos para a virada do ano. Noah (Ryan Buggle) e Olivia (Mariska Hargitay) passarão em casa. Fin (Ice-T) tem planos um tanto memoráveis com o mozão, Phoebe Baker (Jennifer Esposito, em participação especial). Enquanto Kat também planeja o reveillón com alguém importante.
Buscando o fundo do poço
O problema é que, antes mesmo de 2021 começar, os detetives são convocados para unidade, haja vista que há um Amber Alert ativo. O alerta surgiu em 1996 para significar que uma criança foi raptada. Dada a importância da data, a prefeitura e o comando central pressionam para uma resolução rápida do ocorrido. Por isso a urgência na convocação em plena véspera de Ano Novo.
Ao mesmo tempo que encontram Nydia Davis (Vanessa Carrasco), o público descobre sobre o estupro. E tudo piora daí em diante. O autor do crime é seu pai temporário, AJ (Bhavesh Patel), que também confessa ter adicionado abortivos numa das suas bebidas. Em seguida, o pai biológico de Nydia – que também serviu nas forças armadas – mata AJ.
Analisando de uma forma bastante objetiva, pode-se concluir que é, de fato, uma proposta bastante interessante. Principalmente quando a defesa do ex-soldado será feita por um velho conhecido. Ninguém menos que Rafael Barba (Raúl Esparza). Sabemos que há uma rixa entre o ex e o atual promotor Carisi (Peter Scanavino). O que deixa o desenvolvimento dessa problemática ainda mais interessante.
Enfim, o retorno dos embates jurídicos
É indiscutível que a melhor parte do episódio vem do embate entre Carisi e Barba no tribunal. O telespectador sabe que há uma falsa escolha em toda aquela situação. Por mais hediondo e violento que o crime seja, o sistema penal é quem será responsável por julgar e condenar o criminoso. Mais ninguém.
Pelo menos é o que nos separa da civilização ao caos social. Podemos, e devemos, falar sobre racismo estrutural e da dificuldade de acesso à justiça. Sabe-se, contudo, que o exercício arbitrário das próprias razões, na linguagem jurídica, é crime em qualquer país sério.
O que torna o embate tão interessante é a forma bem sucedida que o diretor extrai o melhor dos seus atores. Scanavino e Esparza se entregam de uma forma visceral ao momento. Prendendo a atenção do telespectador do início ao fim do confronto e deixando-nos sem fôlego à espera de uma decisão. É empolgante e um alívio para aqueles que, assim como eu, são apaixonados por essas sequências.
Em suma, acredito que tivemos um bom retorno. Law & Order: SVU está longe dos seus tempos áureos e da sua melhor forma. Mesmo assim, acredito que a série está no caminho certo. A postura, assim como o comprometimento, estão lá. Basta que o desenvolvimento esteja à altura das pretensões e da ousadia.
E então, o que achou do episódio? Deixe aqui no Mix de Séries o seu comentário.
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