Crítica: 4ª temporada de Chicago Med cresce com histórias mas desgasta casais
Crítica da segunda parte da quarta temporada de Chicago Med.
Chicago Med ficou presa em uma dualidade na sua 4ª temporada
Chicago Med encerrou mais um ano com um saldo misto. Ela cresceu e evoluiu sua trama, dando mais agilidade para os casos, mas ao mesmo tempo viu-se em um desgaste desnecessário com as tramas pessoais dos personagens. Ao final da corrida, a torcida por uma temporada melhor se sobressai ao da saudade que ficaremos.
Emergência!
A quarta temporada foi um exato primor em relação aos casos apresentados em seus 22 episódios. Tudo funcionou de forma mais ágil, ao passo de que não dava para ficar entediado com um caso ou outro. E isso é algo bem comum em séries médicas que tendem a trabalhar vários casos por episódio. Nem sempre todos agradam.
Mas este ano, Chicago Med acertou em cheio. Tivemos muitos momentos interessantes, acarretando em pacientes que se destacaram e histórias envolventes. De uma grávida que virou incubadora a um grande acidente que aconteceu na porta do hospital. De casos polêmicos envolvendo eutanásia, passando por pequenos momentos que trataram de assuntos importantes como a ansiedade e depressão. Chicago Med está de parabéns neste quesito e, sem dúvidas, é uma das melhores séries médicas a apresentar casos de forma correta e coerente.
Sem vez para o amor…
Se por um lado os casos médicos foram ótimos, a trama pessoal dos médicos foi bem chata. E isso acabou deixando a série um tanto “arrastada”. Sabe quando sentimos vontade de “adiantar um episódio”, por simplesmente estar achando as coisas chatas? Pois bem, isso sempre acontecia com tais enredos.
Não sei o que houve na sala dos roteiristas, mas eles simplesmente resolveram fazer um inferno astral na vida de todos os personagens. Todos mesmo. Pouquíssimos saíram ilesos. E, para completar, tais problemas vinham sempre na forma de um conflito amoroso. Ou seja, ninguém nessa temporada foi feliz.
Relações desgastadas
Natalie e Will tiveram problemas para se casar, e Will acabou envolvido com a polícia, se infiltrando para ajudarem a prender um grande traficante da cidade que era seu paciente. Deixou a amada no altar, surtou, e acabou-a perdendo. Ela também não facilitou as coisas, impondo determinados comportamentos para o médico que, na situação que ele passou, seria impossível acatar. O resultado? Terminaram. E não bastasse, passaram a temporada inteira com picuinhas, farpas, bem como aquela leve tensão.
O mesmo pode-se dizer de April e Ethan, que já ganharam o título de casal “mais chato” da série. Eles não conseguiram acertar os ponteiros de forma alguma. E não sei porque, mas transformaram a April naquela personagem chatinha, que implica com tudo. Logo ela, que era uma das melhores enfermeiras da série. Além disso, eles se envolveram com problemas pessoais de pessoas próximas, como a irmã do Dr. Choi – que também só trouxe transtornos para eles. No final das contas, saldo negativo para eles também.
Já Charles e Carol tiveram um equilíbrio. Eles se reencontraram, após anos, e tentaram acertar as coisas. Mas aqui, havia um fator muito importante que atrapalhou a evolução desse relacionamento. Ela estava com um câncer bastante avançado, que até reagiu a um tratamento experimental. Entretanto, acabou por voltar a crescer. Isso sem dúvidas interferiu no modo de Carol agir, bem como se afastar na tentativa de Charles acertar tudo entre eles.
Uma estrada para o Dr. Rhodes
Deixei para falar de mais um casal da série nesse tópico final. Estou me referindo a Rhodes e Bekker, que possuem uma situação um pouco diferente. Mas que, da mesma forma que os outros, acabou desgastada. As desconfianças entre os personagens foi bem explorada, e as motivações entre eles foram totalmente justificáveis. Aliás, essa trama foi uma das poucas pessoas que me chamou atenção.
A história, ainda, foi bem diferente porque envolveu o pai de Rhodes. Bekker, a certo ponto, cedeu a alguma chantagem do “papai Rhodes”, para que Connor conseguisse sua sala de emergência híbrida. E aqui, ao meu ver, Bekker sempre tentou fazer de tudo para agradar ao amado. Esse, talvez, tenha sido seu erro. Ela não pode se submeter a tudo para querer agradar alguém, tem de haver um limite. Bekker, inclusive, chegou a se envolver em situações de riscos, como quando ela ficou exposta ao sangue contaminado com HIV – e tudo, por culpa de Connor.
O conflito entre eles foi só crescendo, até que virou algo bem pessoal. Já na reta final, o pai de Connor apareceu no hospital, com um problema grave do coração. E eles, que sempre tiveram uma relação extremamente conturbada, ensaiaram uma aproximação. No penúltimo episódio, ele infelizmente vem a falecer e isso mexe muito com o Dr. Rhodes.
Bekker e Connor: sem qualquer chance de darem certo
Porém, no último episódio, Bekker dá seu passo final em relação a Connor: ela diz que agora eles não tem mais nenhum problema em seus caminhos, uma vez que o pai do Dr. Rhodes está morto.
Entretanto, ele diz que não há mínima chance deles ficarem juntos. Foi então que Bekker jogou um “você é um bastardo ingrato”, para ele. E mentes explodiram! Isso porque, instantes antes, Connor descobriu que seu pai foi assassinado dentro do hospital. Ele recebeu uma overdose de insulina que o matou. Isso porque ele nem era diabético. Será possível que Bekker o matou? O pior ainda: será que vamos mesmo ficar sem respostas sobre essa trama? Afinal, tanto Rhodes quanto Bekker estão de partida de Chicago Med, tendo sido anunciado que nenhum dos dois retornaria para a quinta temporada. Ficarei extremamente chateado se a história de um dos melhores médicos da série terminar daquele jeito, com pontas extremamente soltas.
Final eletrizante
Preciso destacar que os instantes finais da quarta temporada de Chicago Med foram eletrizantes. Dr. Charles e Carol resolveram dar uma chance para o amor, e se casaram novamente. Já April e Ethan, também ensaiaram um ajuste. Entretanto, há uma grande revelação: April está atrasada, e possivelmente grávida de Ethan, e ela não perdeu tempo para jogar a informação para o rapaz. De qualquer forma, ele parece ter reagido bem.
Uma das grandes surpresas do final foi em relação a Maggie, que descobriu estar com câncer de mama. E ela descobriu de uma forma extremamente dolorosa: uma paciente, que recebeu seu rim em um transplante, também contraiu a metástase de seu câncer. Agora me pergunto: teria os médicos não visto isso? Como pode?
E a cena final, de fato, foi de tirar o fôlego: um dos filhos da família a qual Will ajudou a incriminar conseguiu sair da prisão. Ele foi aconselhado a até mesmo deixar a cidade, mas ele resolveu ficar – tudo por Natalie. E a médica descobre a situação. Na tentativa de ir falar com ele, no entanto, ela acaba por se envolver em um acidente. Um carro acerta em cheio o veículo no qual Will e Natalie estavam, e o estado da médica não termina bem. Ela tinha muito sangue na cabeça e ficou inconsciente. O que será que vai acontecer?
Chicago Med encerra sua quarta temporada com boas perspectivas para o futuro. Entretanto, precisa rever urgente a forma de tratar as histórias pessoais de seus médicos. Pois somente casos bons não vão segurar a série. Já já a ansiedade bate e ficaremos contando os minutos para os novos episódios – que estreiam provavelmente em setembro.
Até lá!