Crítica: 5ª temporada de Supergirl mostra-se a mais fraca da série
Crítica da quinta temporada de Supergirl, exibida nos Estados Unidos pela The CW e no Brasil pelo Warner Channel. Crítica com spoilers.
Supergirl e as premissas de sua 5ª temporada
Quando a quinta temporada de Supergirl estreou na The CW, as expectativas em cima dela eram grandes, uma vez que fatores como 100º episódio e o crossover faria desse um ano inesquecível para a série. Pois bem, infelizmente, não foi tudo jeito como se esperava.
Até achei interessante a abordagem da tecnologia nos primeiros episódios, em que pensei comigo que seria algo bacana a explorar. Na temporada passada o tema político soou tão real, que jurava que a história se repetira novamente.
Entretanto me enganei de um tanto que nem sei dizer. Pra começar que de cara eu tinha odiado aquela Andrea Rojas, a nova CEO da CatCo. Apostei alto que ela pudesse ser a grande vilã da vez, ou até mesmo uma nova Cat Grant, mas no final ela não serviu pra nenhuma das suas funções.
Lena x Kara
Em contrapartida, uma das coisas que mais esperei foi como seriam as coisas entre Lena e Kara, após a cientista descobrir que sua única amiga é a Supergirl. Confesso que não esperava outra coisa por parte dela, e fiquei muito receoso de caso a revolta dela durasse algo de no máximo dois episódios e depois voltando a serem amigas.
Felizmente, não foi o que aconteceu, mas me deu raiva daquela narrativa da Kara fazer de tudo para ter o perdão da amiga. Primeiramente que ela errou, mesmo tendo a melhor das intenções, de esconder a verdade. Portanto, em partes não julgo a irmã de Lex por alguns de seus atos, porque em outras a personagem deu umas exageradas oras desnecessárias.
Com toda essa revolta, a parte boa foi a conexão da personagem com o vilão da temporada, o Leviatã. E cá entre nós, que chatice isso também, né? Mas isso comentarei mais pra frente.
Efeitos pós crise
A Crise nas Infinitas Terras foi o evento mais aguardado dentro do Arrowverso, que inclusive falei um pouco disso aqui. Como citado na review da última parte, o Multiverso passou por uma reestruturação, que visa também facilitar as adaptações da DC na TV e no cinema.
Em Supergirl, as coisas saíram um tanto quanto chocantes. Fazendo parte da mesma Terra de Flash e Batwoman, por exemplo, as consequências disso não poderiam ser piores. Como assim Lex Luthor visto como salvador da pátria? Eu achei inadmissível um dos maiores vilões da DC Comics sendo visto como um “mocinho”. É claro que nada do que foi mostrado convenceu, uma vez que ele foi a grande pedra no sapato dentro do crossover.
Felizmente – ou infelizmente – foi mostrado no pior episódio da temporada, como ele foi reverenciado como salvador da pátria. Falando nisso, a crise afetou o Multiverso de uma forma, a ponto que o Arco da Lapa, na nova realidade, fica em São Paulo. O auge!
100º episódio e a volta de rostos familiares
Logo após o término da crise, tivemos um leve momento em que um dos melhores personagens da série retornou. Winn não era mais o mesmo, no entanto seu retorno deu aquele ar nostálgico, no meio de uma temporada confusa.
No 100º episódio da série, além dele outros rostos retornaram, como de Mon-El. It’s a Super Life até que foi bom, mas esperava um pouco mais. Fiquei iludido até o último instante com uma remota possibilidade de Calista Flockhart retornar como Cat Grant, o que acabou não acontecendo. No final das contas foi tudo ao redor de Lena, com Kara estudando diversas oportunidades em ter revelado a verdade antes.
Pelo menos esse episódio serviu também como um divisor de águas na vida da Kara. Parece que ela finalmente acordou pra Jesus Cristo, e parou de ir atrás de Lena que nem quando se vai atrás daquele crush que nunca te corresponde. A humilhação tour teve uma trégua, aleluia!
Desenvolvimentos dos demais personagens
No meio dessa bagunça toda, tais episódios fillers tiveram mais destaques e grandiosidades do que a trama central. Antes de mais nada, como assim não enalteci a saída de James da história? Espero que não volte nunca mais, mas em contrapartida sua irmã maravilhosa permaneça para sempre.
Uma adição que achei interessante foi de William, o jornalista que a princípio mostrava-se a arrogância em forma de gente, foi um acerto e tanto no elenco. Uma coisa sua que me incomodou foi o fato de ensaiarem um possível romance entre ele e Kara, pra no final mal terem saído do lugar. Acredito, sim, na química deles, mas senti o personagem muito avulso principalmente na reta final.
Nia teve seus altos e baixos, mas com um destaque à parte. Gostei muito do episódio em que a série tratou sobre a transfobia, que pra mim foi um dos melhores dessa temporada. Foi um suspiro justo e sensato a ela, que ao meu ver é uma das melhores personagens do squad.
No entanto dos personagens secundários Alex foi a mais merecida aqui. A irmã de Kara teve um episódio só pra ela, depois de também ter se mostrado tão avulsa em boa parte desse quinto ano. Após a morte do pai, a agente simplesmente se apegou a uma realidade alternativa, em que ela era a Supergirl. Esse episódio me fez mostrar a sua importância pra série, assim como abrir seus olhos para o bem maior. Qual resultado? O nascimento de uma nova vigilante na reta final. Já estou mais que ansioso em ver Alex chutando vários traseiros futuramente.
Lena x Kara x Lex
Quando a trama dos leviatãs estava finalmente ganhando força, nos deparamos com a crise das infinitas Terras. Com o acontecimento, Lex retornou à série. Por mais que falem, eu gosto sim dessa versão do vilão, no entanto seu retorno foi precoce.
A “boa” imagem do personagem, somado com o plot central e os rumos que Lena vinha tomando, tornou tudo uma grande bola de neve. Eu acho que Lex poderia ser colocado de escanteio por um tempo, voltando apenas na season finale, para assim os leviatãs serem explorados de forma mais branda.
No final das contas, ficou um círculo vicioso, o qual me vi em um episódio de Tom & Jerry, quando aparecia o cachorro Spike. Um atrás do outro, num círculo de ódio sem fim.
Ainda pra ajudar, na season finale forçada – por conta da epidemia da COVID-19 -, quiseram meter o louco de colocar Andrea no meio desse rolo todo. Gente, que bagunça! Aí do nada Lena finalmente acorda pra Jesus, Kara tonta a perdoa, e juntas decidem parar Lex e os leviatãs. Foi muita previsibilidade em uma temporada só.
O que vem pela frente?
Supergirl chega ao fim com os leviatãs aparentemente derrotados, mas agora deixando mais que subtendido que Lex pode ser o grande vilão da próxima temporada. Só que vale lembrar que a série não deve voltar antes de março de 2021, muito principalmente por conta da gravidez de Melissa Benoist.
Por conta disso, Superman & Lois estreará antes, em janeiro, sendo assim há grandes chances do big bad aparecer na atração de seu principal nêmesis. Como será o desdobramento disso ainda é uma incógnita, mas com certeza espero que o sexto ano da série seja no mínimo melhor que essa quinta.