Crítica: A Mulher do Viajante no Tempo é boa, mas nada além disso

Com Rose Leslie e Theo James, A Mulher do Viajante no Tempo tem história interessante, mas condução atrapalha desempenho.

A Mulher do Viajante no Tempo

Confesso que nunca li o livro The Time Traveler’s Wife, de Audrey Niffenegger, então talvez por isso não fiquei tão empolgado quando a HBO anunciou que faria uma minissérie com base na história. No Brasil, com o título A Mulher do Viajante no Tempo, a série está disponível no catálogo do HBO Max e é gostosinha de acompanhar. Só que é uma série “nada demais”.

Com duas estrelas que compartilham uma ótima química em tela, Theo James e Rose Leslie carregaram a trama de seis episódios nas costas, diante de um roteiro que escorrega entre o agradável e o entediante.

Quem foi com muita sede ao pote, não gostou da série logo de cara – principalmente os fãs dos livros. Mas quem se manteve até o fim encontrou em A Mulher do Viajante no Tempo um título confortante.

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De volta para… qualquer lugar do tempo

A Mulher do Viajante no Tempo
Imagem: Divulgação.

Em A Mulher do Viajante no Tempo, Henry DeTamble (Theo James) é o viajante que dá título a série. E como é de se esperar, ele tem uma espécie de poder de viajar no tempo. Mas ele se limita a apenas sua vida – ou alguns anos dela. Além disso, Henry não pode controlar quando viaja, e pode desaparecer a qualquer minuto, podendo ficar as vezes segundos fora, ou às vezes meses.

Outro detalhe é que ele sempre viaja nu, precisando muitas vezes roubar roupas para sobreviver. Clare Abshire (Rose Leslie) é a esposa no título e não tem poderes, então, ela vê Henry como um homem mais velho em seu passado e como um homem mais jovem em sua vida atual. 

Ela conhece algumas partes da história de Henry, mas não sabe como seu próprio futuro se desenrolará. A amizade e/ou vínculo romântico entre eles é o que impulsiona a história versus explorar outros mundos ou alterar a história.

Leia também: A Mulher do Viajante no Tempo: história, elenco e tudo sobre

É um plot interessante, sem dúvidas. Mas acredito que a série tem uma engrenagem lenta ao trabalhar nele.

A Mulher do Viajante no Tempo mais entedia do que agrada

Imagem: Divulgação.

Durante os seis episódios, a série vai abordando a vida de Henry e Clare juntos, embora eles estejam separados às vezes por anos ou décadas. Mas uma coisa é certa: eles vão se casar e ficar juntos no final. Só que nesse meio tempo muita coisa vai acontecendo, com Henry praticamente acompanhando tudo de fora.

Quando se trata de abordar viagens no tempo, uma trama precisa saber trabalhar esse elemento, que por vezes pode ser um trunfo, ou então, um buraco que a história vai se afundar. A série da HBO fica no meio termo, porque ao mesmo tempo que o fardo de Henry traz densidade para a trama, em outros momentos acaba tornando-se obsoleta e vazia, sem qualquer apelo.

Também nunca entendemos se podemos compreender a história a partir da perspectiva de Henry ou de Clare, ou de ambos, uma vez que o roteiro vai e volta, sem definir de fato em quem o espectador precisa se espelhar.

Com isso, muitos podem achar a história de A Mulher do Viajante no Tempo entediante. Mas é porque de fato ela é.

Série engrena no final…, mas acaba vazia

Dos seis episódios, o quatro e o cinco são sem dúvidas os melhores. E, quando você chega ao final, acaba ficando com um sentimento de que quer descobrir mais sobre eles. E o motivo disso é que A Mulher do Viajante no Tempo não tem bem um final concreto. Um dilema no último episódio acaba sendo inserido, mas vemos o casamento deles, e algumas reviravoltas que fazem sentido.

Só que a sensação de ciclo fechado não acontece aqui. Por isso, a série vai dividir os espectadores. Alguns vão gostar, outros não.

Embora confusa, A Mulher do Viajante no Tempo se esforça para ajudar o espectador a limitar os marcos temporais. Além das informações da idade, há também um intenso trabalho de maquiagem, figurino entre outros, que explicam em que linha temporal a história está. Mas, no meio do caminho, os espectadores que gostam de tramas lineares podem descobrir que a série da HBO não é para eles.

Como dito, tanto James quanto Leslie estão bons em seus papéis, mas sofrem com um roteiro que se perde no que quer fazer. Então, no fim das contas, essa foi uma série que não disse a que veio e nem vai deixar sua marca na TV. O que é uma pena!

Nota: 2.5/5

Sobre o autor

Anderson Narciso

Editor-chefe

Criador do Mix de Séries, atua hoje como redator e editor chefe do portal que está no ar desde 2014. Autor na internet desde 2011, passou pelos portais Tele Séries e Box de Séries, antes de criar o Mix. Formado em História pela UFJF e Mestre em História da Saúde pela Fiocruz/RJ, Anderson Narciso se aventurou no mundo da criação de conteúdo para Internet há 15 anos, onde passou a estudar sobre Google, SEO e outras técnicas de produção para web. É também certificado em Gestão Completa de Redes Sociais pela E-Dialog Comunicação Digital, além de estudar a prática de Growth Hack desde 2018, em que é certificado. Com o crescimento do site, e sua parceria com o portal UOL, passou a atuar na cobertura jornalística, realizando entrevistas nacionais e internacionais, cobertura de eventos para as redes sociais do Mix de Séries, entre outros. Atua como repórter no Rio de Janeiro e São Paulo, e pelo Mix já cobriu eventos como CCXP, Rock in Rio, além de ser convidados para coberturas e entrevistas presenciais nos Estúdios Globo, Netflix, Prime Vídeo, entre outros. No Mix de Séries, com experiência de dez anos, se especializou no nicho de séries e filmes. Hoje, como editor chefe, é o responsável por eleger as pautas diárias do portal, escolhendo os temas mais relevantes que ganham destaque tanto nas notícias quanto nas matérias especiais e críticas. Também atua como mediador entre a equipe, que está espalhada por todo o Brasil. Atuante no portal Mix de Séries diariamente, também atende trabalhos solicitados envolvendo crescimento de redes sociais, produção de textos para internet e web writing voltado para todos os nichos.