Crítica: Aruanas, série do Globoplay, entrega a melhor atração da plataforma
Review da primeira temporada de Aruanas, do Globoplay.
Aruanas aposta no melhor da TV brasileira
Fãs de um bom thriller vão amar Aruanas a nova série do Globoplay. Repleta de reviravoltas e intrigas, Aruanas é um prato cheio para quem curte um ótimo seriado como House of Cards e How to Get Away with Murder.
Com um elenco impecável, atuações dignas de premiações um roteiro ágil, Aruanas mostra um outro lado da Amazônia ao colocar quatro personagens femininas fortes e ativistas, que farão de tudo para preservar o meio ambiente.
É impossível não assistir ao seriado sem se envolver com as tramas. Nesse sentido, Aruanas sabe ousar e inovar num cenário em que estamos acostumados com o comodismo. Então, não repare se o seriado provocar muita dor na ferida de seus telespectadores. Por mais que a ONG esteja lutando pelo meio ambiente, são os dramas individuais das protagonistas quem roubam as cenas.
Dilemas
É na fictícia cidade do Cari que as criadoras da ONG Aruana e amigas Luíza, Natalie e Verônica, com a ajuda da estagiária Clara, lutarão pela Amazônia, pelos índios, pela população local e pela biodiversidade. Porém, são seus dramas pessoais que agitam o seriado. Mas quem são essas guerreiras?
Luíza é uma mulher da linha de frente das lutas, num dos países que mais mata ativistas do mundo. Uma líder nata. Como é a única mãe da turma, seu filho sofre com sua ausência e ela acaba sofrendo as consequências por defender seus ideais.
Já Natalie é uma jornalista conhecida em nível nacional. Ela usa sua profissão para divulgar abusos e crimes ambientais. E carrega com ela o peso de ter perdido um filho num estágio avançado de gravidez. Bem como um relacionamento ruim com Amir, o amante da sua melhor amiga Verônica.
Falando em Verônica, a advogada se faz destemida quando o assunto é a ONG. Mas quando se trata de questões amorosas, ela se perde por completo. Ao se envolver com o marido de sua amiga, Verônica se mostra outra pessoa diferente da que vemos na luta pelas injustiças.
E Clara, a estagiária da ONG, acabou de sair de um relacionamento abusivo e tenta se reerguer e se descobrir, ao passo que fica cada vez mais próxima da causa da ONG.
Se não bastassem enfrentar seus problemas pessoais, as garotas terão que enfrentar os vilões do meio ambiente. Olga – uma lobista que tenta influenciar a extinção de uma reserva na Amazônia em favor do empresário Miguel – é a típica cobra com carinha de santa. E Miguel representa bem o ambicioso empresário brasileiro.
No amor e na guerra vale tudo?
Aruanas pode ser repleta de clichês hollywoodianos e típicos de novelas brasileiras, porém é nítido que ela chegou para causar. É impossível não devorar o seriado para saber o que acontece com as protagonistas. Ao mesmo tempo que você torce por elas, você se questiona sobre alguns assuntos. Dentre eles, a preservação do meio ambiente e o atual cenário da política brasileira.
É claro que o assunto política virou algo habitual nas conversar de hoje em dia e em Aruanas isso não seria diferente. Por mais que o seriado mostre os podres de Brasília, a política acaba se tornando mera figurante na história. Mesmo assim, a série sabe muito bem tocar no assunto, sem precisar defender algum lado. Aruanas defende a vida e o meio ambiente!
O que importa mesmo é a luta que Luíza, Natalie, Verônica e Clara enfrentarão enquanto seus problemas pessoais surgirem com tudo. Portanto, a causa delas pode até ser nobre. Porém, é nítido que cada uma delas precisa se achar no meio desta luta. Às vezes, é necessário jogar com as armas que você tem, o que realmente acontece com os ativistas.
Bom, uma coisa é certa: nem sempre no amor e na guerra vale tudo. E é bem isso o que Aruanas tenta nos mostrar, ao colocar essas garotas lutando pelo impossível, enquanto suas vidas pessoais vão decaindo. Com muita tensão do começo ao fim, a guerra para preservar a cidade de Cari tem tudo para agradar os fãs de um ótimo thriller. Reviravoltas não faltam nos 10 episódios da primeira temporada de Aruanas!