Critica: Aves de Rapina agrada os fãs com poderoso time feminino

Crítica do filme Aves de Rapina: E a Emancipação Fantabulosa de Uma Arlequina, da DC Comics, lançado no dia 06 de abril de 2020.

Critica Aves de Rapina
Imagem: Divulgação.

Diversão, loucura e muito ‘girl power‘ em Aves de Rapina

Iniciando os lançamentos de 2020 da DC, chega aos cinemas Aves de Rapina: E a Emancipação Fantabulosa de Uma Arlequina. O filme apesar de reconhecer seu vínculo com Esquadrão Suicida, prova que é totalmente independente e não pretende se apoiar no famigerado filme de 2016.

Um breve resumo em forma de animação e narrado pela anti-heroína conta tudo que o público precisa saber sobre a trajetória de Harley Quinn e o que a faz desejar sua emancipação fantabulosa.

O Coringa rompeu com Arlequina e ela não sabe lidar muito bem com rejeição. Depois de muitos tropeços, choro e depressão ela decide virar a página, e cortar os laços com seu “pudim”. Arle-doida-quina promove uma separação explosiva logo nos momentos iniciais do filme. Porém, com o Coringa fora de cena, ela perde sua proteção e alguns privilégios em Gotham City. Não demora muito para que ela vire alvo de vários criminosos, em especial o novo chefe do crime Máscara Negra (Ewan McGregor) e o assassino em série Victor Zsasaz (Chris Messina).

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Logo, Arlequina parte em uma missão para proteger a jovem ladra Cassanda Cain (Ella Jay Basco) que roubou o diamante do vilão Máscara Negra e acaba cruzando com outras mulheres, cada uma em sua missão pessoal. São mulheres extremamente diferentes, seja no humor, seja no estilo. Mas, quando elas formam um time, o resultado é incrível. É claro que o fio condutor é a personagem de Margot Robbie. Todo o filme é sobre a jornada emocional, descobertas e transformações de Arlequina.

Aves de Rapina é pura diversão, cheio de pirotecnias e acidez

A decisão de conduzir o filme no melhor estilo Deadpool foi assertiva porque possibilita que a personagem (que narra a história do inicio ao fim) consiga conectar todas as histórias, assim como todas as personagens. O que torna a reunião do improvável grupo de mulheres orgânica e divertida. Arlequina quebra a quarta parede, xinga e faz comentários sem filtro a todo tempo, seja lutando ou apenas apresentando suas parceiras ao publico.

Apesar de o filme ser puro entretenimento e divertir o espectador do inicio ao fim, há de se apontar alguns problemas. Sim, Aves de Rapina não é um filme perfeito. No entanto, está longe do desastre de Esquadrão Suicida. Sua forma despretensiosa e sem levar nada a sério permite que o filme funcione. Além disso, o roteiro de Christina Hodson (do vindouro The Flash) parece não ter pressa em reunir as personagens principais.

Renee Montoya (Rosie Perez), é a policial cansada do machismo e corrupção, Canário Negro (Jurnee Smollet-Bell) tem uma vida difícil e trabalha como cantora na boate do vilão e a Caçadora (Mary Elizabeth Winstead) tem a infância marcada por uma tragédia e busca vingança. Embora a conexão das personagens com Arlequina funcione, essa demora tende a incomodar, assim como o excesso de flashbacks e voice-over. Dessa forma, o resultado de montagem do filme não é tão eficiente.

É no terceiro ato que se dá (finalmente) a reunião dessas mulheres poderosas que encontram um objetivo em comum para lutarem juntas. As sequências de luta são incríveis e praticamente cartunescas. Cheias de cor, brilho e muitos exageros. A Warner de forma sábia decidiu fazer algumas refilmagens e contratou o diretor Chad Stahelski (da franquia John Wick) para comandar as cenas de ação. Então, espere por muitas cenas de luta insanas, sangrentas, divertidas e com performances enérgicas. Mary Elizabeth Winstead está simplesmente incrível como Caçadora!

Considerações finais

Aves de Rapina se junta aos últimos lançamentos da DC nos cinemas como um filme divertido e que vai agradar grande parte do público. Não há pretensão alguma senão entreter e dar espaço e voz para grandes personagens femininas contarem suas próprias histórias. Margot Robbie é uma atriz em ascensão e rouba a atenção no filme. Nota-se o quanto ela está se divertindo em cada cena. Além de atuar, ela é uma das produtoras do filme. O restante do elenco é competente e mostra um bom desempenho. A trilha sonora dá o tom que o filme precisa.

O estigma de interesse amoroso ou ajudante não existe mais. É justamente assim que esse filme se propõe a apresentar as mulheres: trazendo uma  representatividade sobre empoderamento feminino em diferentes formas. Além disso, elas são personagens independentes que não precisam de mais nada, se não suas habilidades e união. Definitivamente, Aves de Rapina consolida Arlequina no universo da DC como uma das melhores personagens.

O filme segue a linha recente da DC de não apresentar cena pós-créditos, mas ao final dos créditos temos apenas um áudio de Arlequina sugerindo contar um segredo do Batman, mas o mensagem é interrompida.

Além disso, completo. Todavia, palavras. No entanto, necessárias. Bem como,

Sobre o autor
Yuri Moraes

Yuri Moraes

Redação

Yuri Moraes é formado em Direito e Marketing Digital e atualmente cursa Produção Cultural. Morador do Rio de Janeiro, sempre foi um grande apaixonado por conteúdo audiovisual e o universo da cultura pop. Um cinéfilo declarado, um seriador nato. Formado em teatro, descobriu sua paixão pela escrita e desde então vem estudando e se capacitando como escritor. Redator do Mix de Séries desde 2016, se desenvolveu como profissional da área e já colaborou com diversos textos em formato de críticas, reviews semanais e notícias. Através de seus textos busca sempre apresentar uma análise pessoal, técnica e sincera das produções que assiste, sem deixar o bom humor de lado. Sempre atualizado nos assuntos do momento, faz cobertura de diversos eventos representando o site. Outra paixão que caminha lado a lado é produção de eventos. Colecionando em seu currículo experiências em grandes eventos, possui verdadeira paixão em fazer parte do processo de construção e execução de eventos culturais. Com isso, equilibra seu trabalho de departamento pessoal com o ofício de escritor e produtor cultural.