Crítica: Episódio 3×10 de The Good Doctor trouxe fantasmas do passado
Review do décimo episódio da terceira temporada de The Good Doctor, da ABC, intitulado "Friends and Family". Episódio foi exibido nos EUA.
Uma atuação além do tempo
Que Freddie Highmore é um excelente ator, isso não temos dúvidas! Seus inúmeros papéis na dramaturgia já nos mostram isso. Mesmo aqui, em The Good Doctor, percebemos como ele se esforça e mostra incríveis resultados ao interpretar Shaun.
Essa semana, a coisa foi a um limite totalmente inesperado. Muitas vezes, enquanto escrevo as reviews da série, por comodismo ou por rotina, acabo me esquecendo que a história vai além dos quarenta e poucos minutos. Todo o passado do personagem deve ser levado em conta quando abordamos suas decisões e aprendizados. O episódio dessa semana serviu como uma excelente memória desta necessidade.
Já sabia que não seria fácil esse grande retorno com seu pai, contudo, algumas decisões me deixaram curiosos. Primeiro, obviamente, Glassman o acompanharia na viagem. Além de ter exercido a função de pai para Shaun nos últimos anos, o médico mantém boa relação com o rapaz, mesmo que relativamente estremecida nos últimos tempos. Agora, a escolha de Lea me chamou a atenção. Não que eu esperasse que Carly fosse convidada, principalmente após os detalhes da última semana, mas acreditei na possibilidade de Claire estar junto a eles nesse momento. Venhamos e convenhamos, nossa residente é uma excelente fonte de equilíbrio ao rapaz.
Uma decisão foi tomada e veio com lembranças
Não tem nem uma semana que disse que Shaun deveria prosseguir seu caminho sozinho e ainda mantenho meu pensamento. Entretanto, confesso que fiquei balançado com aquele abraço entre ele e Lea no final. Impossível viver a série e não shippar os dois. Seus maiores aprendizados sempre se deram por formas não convencionais e, na maioria das vezes, Lea foi a grande responsável por eles. Acredito que a viagem fez com que a amizade de ambos se solidificasse e espero que permaneçam assim nas próximas semanas. Ainda tô arrepiado com a forma que a garota conteve toda a explosão que havia em nosso protagonista.
A visão do telespectador sobre o que é apresentado conta muito e acho que os acontecimentos entre Shaun e seu pai vão muito nessa vertente. Sim, o pai errou com o garoto. De uma forma que poucos de nós somos capazes de perceber. Muito escuto da paternidade e pouco conheço da mesma, mas sei que o primeiro passo dessa jornada é o amor incondicional. A mãe errou com o rapaz. Errou por amar demais os filhos e não saber o que fazer. Por deixar partir e ficar do lado de marido algoz.
Um momento bastante delicado
Shaun errou? Talvez. Errou por se permitir demais. Por viver experiências tantas em sua vida e esquecer dos seus problemas. Por suprimir o que lhe incomoda e sempre voltar a sofrer com isso. Independente dos erros, o perdão pode ser um excelente caminho. Não sei bem até onde as palavras do pai de Shaun eram realidade ou delírio.
Além disso, não sei bem o impacto daquele flashback do rio em suas ações e decisões. Muitas vezes, tomamos atitudes como válvula de escape e acabamos entrando em mundos perigosos – bebida, drogas, vícios. A moderação perde o sentido e começamos a transferir nossas dores e inseguranças para os outros.
A série só retorna em janeiro, contudo, temos uma excelente promo a nossa espera. As consequências deste episódio virão a tona, entretanto, tenho minhas dúvidas do que realmente irá acontecer. Enfim, aguardo vocês mês que vem. Um grande abraço e até lá!