Crítica: Final de The Big Bang Theory é marcado por lágrimas, sorrisos e muito amor

Crítica do series finale de The Big Bang Theory, com os episódios intitulados "The Change Constant" e "The Stockholm Syndrome".

Legenda: CBS/Divulgação.

The Big Bang Theory dá adeus!

Depois de 12 anos e 279 episódios, The Big Bang Theory encerra seu ciclo na TV com um final de encher o coração dos fãs da série. Para essa última review, comentarei sobre cada um dos personagens individualmente.

Raj

O personagem que, no começo, mal conseguia interagir com mulheres passou por várias decepções amorosas ao longo da série. Foram várias as vezes em que o personagem tentou algo sério com alguém. Dentre elas tivemos Emily, Claire, Lucy e, até mesmo, outra Emily para, enfim, chegarmos na que parecia ser a definitiva: Anu. Mas, como o episódio anterior mostrou, nem mesmo ela era a certa.

Ao terminar sozinho, a série opta por deixar seu futuro em aberto no campo sentimental. A cena do Nobel mostrou que ele ainda não desistiu de encontrar sua alma gêmea, mas parece que não deve ser a caçadora de vampiros. Mesmo assim, nada impede que o personagem se aceite no futuro e entenda que ficar sozinho também é bom.

Além disso, a série deixa um gancho para um, ainda que improvável, spinoff focado no personagem. Quem sabe não acompanhemos as aventuras do solteirão favorito da Caltech? Por mais que o criador da série, Chuck Lorre, tenha dito que um novo derivado da série seria bem difícil, fica aqui meu apoio.

Howard

Howard teve uma vida bastante movimentada ao longo da série. Começou como um solteirão em busca do amor, depois casou, teve dois filhos e ainda foi astronauta. Quando lembramos daquele personagem que ainda vivia com sua mãe no começo da série, foi um avanço e tanto.

Ao longo dos anos, embora nunca tenha deixado seu jeito malandro de ser e se comportar, Howard aprendeu a ser mais responsável. Responsabilidade essa que aumenta quando se trata de sua família. Essas duas características ficaram evidentes no episódio. O lado malandro apareceu quando ele se passa como melhor amigo de Sheldon para conseguir a entrevista. Já o lado responsável foi mostrado na cena do avião quando ele fica inquieto por causa dos filhos.

Por falar nos filhos, que surpresa legal vermos Halley e Michael nesse episódio. Finalmente foi possível ver o rosto das crianças, já que apenas conhecíamos suas vozes (ou gritos). Embora nunca tenhamos conseguido ver sua mãe na série, foi um toque bonito colocar seus filhos.

Bernadette

A personagem que surgiu na terceira temporada como amiga e colega de trabalho de Penny também evoluiu bastante ao longo dos anos. Embora seu jeito agressivo e mandão continue presente, ela aprendeu a lidar melhor com as pessoas que ama.

Quando lembramos daquele primeiro encontro desastroso entre ela e Howard, é incrível pensarmos como os dois evoluíram como casal. Muito desse desenvolvimento se dá pelas contribuições de Bernadette na vida de Howard. Além disso, de possível interesse amoroso de um dos protagonista, ela se tornou dona de sua própria história.

Nesses anos, acompanhamos ela ir crescendo em sua profissão. De garçonete a um dos grandes nomes em seu ramo, Bernadette nunca parou. Além disso, mostrou que é possível lidar com a relação trabalho e família. Embora não tenha sido fácil, a personagem achou uma forma de fazer tudo funcionar.

Leonard

Mais um do quinteto original que termina bem diferente do que começou. Leonard começou como um jovem adulto com bastantes problemas maternos que afetavam, e muito, a sua confiança. Ao longo dos anos, o personagem foi aprendendo a confiar mais em sua capacidade e a ir atrás de seus sonhos.

Com a situação com sua mãe finalmente resolvida, o personagem está pronto para ser livre. O perdão concedido à sua mãe foi tão importante que o ajudou as últimas amarras que faltavam: Sheldon. Mesmo que seu amigo já tivesse se mudado há certo tempo, ele ainda se sentia intimidado por sua existência. Não mais. Leonard se mostrou muito mais decidido e dono de si nesse final.

E agora, mais do que nunca, essa mudança de comportamento é fundamental. Não há duvidas de que Leonard será um grande pai. É algo cujo personagem vem sonhando há muito tempo. E sua experiência familiar o ajuda a saber o que não deve ser feito como pai. Ele sabe o quão maléfico pode ser um relacionamento abusivo e, com certeza, não deixará que isso aconteça com seu filho ou filha.

Penny

Aquela que começou como a vizinha do apartamento da frente mostrou logo que não seria uma coadjuvante. Seja pela boa aceitação da personagem ou pelo carisma de Kaley Cuoco, Penny logo transformou o quarteto em um quinteto.

Ainda que nem tudo tenha sido flores na vida da personagem, ela mostrou uma evolução muito grande do primeiro episódio até o final. De aspirante a atriz a uma executiva bem sucedida, Penny sempre foi a mais fácil de se identificar. Afinal, de todos os sete protagonistas, ela era a única que não ostentava um título de mestrado ou doutorado. E isso nunca foi problema. Ela sempre encontrou uma maneira de ter sua história contada na série.

Seu final talvez tenha sido o mais surpreendente entre os personagens. Embora ser mãe não fizesse parte dos seus planos iniciais, a personagem parece ter aceitado bem e naturalmente a sua gravidez. Por mais que possa parecer uma decisão polêmica da série, vejo mais como um amadurecimento do relacionamento entre ela e Leonard. Não foi algo imposto por Leonard, que já havia respeitado a vontade de Penny anteriormente. Ainda que a gravidez tenha sido acidental, a decisão de mantê-la parece ter sido da personagem mesmo.

Amy

Assim como Bernadette, Amy também surgiu como interesse amoroso de um dos protagonistas e cresceu ao longo da série. Desde aquele encontro armado no final da terceira personagem, até a sua total transformação visual no final da série, Amy evoluiu bastante.

Ao longo dos anos vimos a personagem se desprender do criticismo de sua mãe e se entender melhor. Amy, que sempre foi muito boa como cientista, tinha pouco ou quase nenhuma habilidade social. Muito mais do que encontrar seu parceiro para a vida, Amy fez parte, pela primeira vez, de um grupo de amigos. O trio formado por Penny, Amy e Bernadette proporcionou vários dos momentos mais divertidos da série. Quem nunca riu com uma noite de garotas?

Além disso, o final da personagem teve um papel social muito importante. Ao vencer o Nobel, ela se torna um exemplo à todas as garotas que um dia sonham em ser cientistas e são desencorajadas pelos outros. Imaginar que aquela Amy da terceira temporada se tornaria um farol para futuras gerações era algo improvável mas que se mostrou como um dos finais mais bonitos para a personagem.

Sheldon

Para encerrar, falemos do final daquele que se tornou um ícone da cultura nerd e que ficará marcado como um dos grandes personagens da TV americana. Seja pelo bom texto criado pela série ou pela atuação fantástica de Jim Parsons (vencedor de 4 Emmys pelo personagem), Sheldon Cooper entrou para a história.

O personagem que lembrava mais um robô do que um humano no começo da série, fez um dos discursos mais emocionantes que eu já vi na ficção. Ao finalmente reconhecer o papel fundamental de seus amigos em sua vida, Sheldon mostrou todo o amadurecimento do personagem. Foram 12 anos aprendendo a se comportar socialmente, a entender o funcionamento de um sarcasmo e até o que se deve ou não se deve dizer aos outros.

O discurso foi mais importante até do que o próprio prêmio em si. Embora o Nobel tenha sido o reconhecimento de uma das mais brilhantes mentes da ficção, o maior prêmio que o personagem poderia receber era a amizade. Mesmo dando inúmeras razões para seus amigos desistirem dele, ele sempre foi amado por seus amigos. Talvez porque eles soubessem de suas limitações sociais ou porque, intimamente, acreditava que ele melhoraria no futuro. Não sabemos. O que sabemos é que por mais maluco que isso seja, Sheldon foi o responsável por esse grupo existir e agora contribuiu para que eles continuem juntos.

O Elevador

Não poderia falar desse episódio sem mencionar um personagem bastante importante ao longo desses 12 anos: o elevador. Demorou mais de uma década para que o elevador fosse enfim consertado. A decisão de fazer isso apenas no episódio final foi boa por dois motivos. Primeiro, que nos proporcionou uma grata surpresa e segundo que nos proporcionou, ao longo da série, divertidos diálogos nas escadas do prédio.

Embora sem o fôlego inicial, The Big Bang Theory termina no topo e com uma legião de fãs ao redor do mundo. Algo bastante difícil para uma série tão longa. Agradeço a todos que acompanharam as reviews da série ao longo dos anos aqui no Mix de Séries.

Para futuras informações, fiquem ligado no site. Ainda temos Young Sheldon para nos deliciar. Bazinga!

Sobre o autor
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Matheus Ronconi

Paulista, nerd, viciado em séries e fã do Rei Leão e do Homem-Aranha. No Mix escrevo sobre The Big Bang Theory e Star Trek: Discovery.

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