Crítica: Jornada de Jesse Custer termina em grande estilo com final de Preacher

É sempre bom quando acaba com um final! Crítica do décimo e último episódio da quarta temporada de Preacher, da AMC, intitulado "End of the World".

Imagem: IMDb/Divulgação

Nunca é fácil dizer adeus. Preacher vai fazer falta, mas teve um bom final!

Mesmo sendo uma série bem louca, a mensagem de Preacher é algo que devemos nos lembrar: qualquer deus criado pela imaginação humana é impotente! Achei sensacional a conversa entre o Preacher e Deus. Quem nunca sonhou em estar diante do Criador para perguntar qualquer coisa que quisesse? Outras religiões, vida fora da terra, enfim. Eu, certamente, teria perguntado sobre Stonehenge ou sobre as pirâmides.

Jesse conseguiu o que queria. Ficou com a garota que amava, até tiveram uma filha, chamou Deus “na chincha” e ainda humilhou o Criador. A confirmação de que Jesse estava pleno em seus desejos veio com a libertação de Gênesis. Aquilo me impressionou bastante.

Deus não conseguiu nem mesmo persuadir Jesus a dançar para ele. Achei muito legal como ele fugiu da conversa chata do casal na plateia. Fazê-los checar se Hump estava bem foi sensacional. Mostra mais da sua limitação, mas foi engraçado de assistir.

Reconciliações impossíveis

Além de Cassidy e Jesse, tivemos outras reconciliações notáveis durante esse episódio.

Tulip e Featherstone

Assistir àquele desabafo de Laura para Tulip foi de cortar o coração. Juntando as expressões faciais, o tom de voz e a forma como Julie Ann Emery se comportou na cena foram muito impactantes. Acho que ao ouvir aquela famosa frase “desmotivacional”, Tulip se identificou com a agente e isso fez toda a diferença. As duas podem até não se declararem amigas, mas um passo foi dado ali.

“Droga, Sarah. Você não consegue fazer nada direito!”

O destino de Eugene e do Santo dos Assassinos

Até que enfim vimos a verdadeira face de Eugene. Agora, sim fez todo o sentido o movimento dele até esse episódio. Tudo para mostrar o Arceface com sua característica mais marcante dos quadrinhos: falar cuspindo e babando. Acho que se a série fosse continuar, mostraria a transformação de bom moço para rebelde sem causa! Eugene se reconciliou com sua personalidade. Deixou vir à tona sua insatisfação com as caras de dó que tinha que enfrentar.

Ainda falando sobre reconciliação, a luta entre o Santo, Jesse e os anjos foi um dos ápices do episódio. Depois de deitar todo mundo na porrada e prestes a por um fim na vida de Jesse, o Santo recebe uma proposta irrecusável: reconciliação para concluir sua vingança. Achei incrível a sacada de Jesse de perdoar os pecados do Santo para que ele tocasse o terror nas regiões celestiais e matasse até mesmo Deus.

O cara é mesmo o mais badass da série!

Imagem: IMDb/Divulgação

Podia ser melhor, mas ainda agradou muito!

Dizem que tudo que é bom dura pouco. Eu bem que poderia dizer que Preacher acabou rápido demais, mas não estaria sendo honesto comigo mesmo. Vivemos muito bons momentos enquanto víamos a caçada do Preacher, e, por mais que esse episódio tenha sido bom, achei que algumas cenas podiam ter sido melhores.

Primeiramente, gostaria de deixar claro que achei bem boba a forma como Jesse usou o Gênesis em Deus. Por mim, poderia ter tido um embate, talvez. Com Deus tentando convencer o pastor a colaborar. Tudo aconteceu muito rápido. Eu demorei para entender que aquela Tulip não era a Tulip. Foi uma boa sacada, mas ela bem que poderia ter uma maquiagem para que a diferença não ficasse só no cabelo, não acham?

Herr Starr não teve o que merecia, mas nós tivemos!

Herr Starr também teve um destino bem sem sal. Antes eu o considerava um homem destemido, agora, me parece mais covarde do que destemido. Embora ainda tenha seu ar imponente, a cabeleira ficou estranha e o personagem ficou meio sem sentido por tentar se enquadrar na sociedade. Isso, sem fala no fato de que ele matou a “Flufferman”. Ela merecia um final mais bonito. Terminou a vida frustrada e traída pelo seu maior amor.

Quem diria que esse trio tinha tanto potencial para fazer o bem, se é que há uma definição clara de bem nessa série. No final das contas, Cass viveu sua imortalidade até que seus amigos morressem, só para não sofrer de amor nem perder a amizade de Jesse. Achei que ele ia dar em cima da Lucy, já que era a cara da sua amada. Mas vê-lo queimando no sol foi um final muito melhor do que se poderia imaginar.

“Jesus! Nós três salvamos o mundo!” – Cassidy

Um final para refletir

A teologia diz que a mente humana é incapaz de conceber a perfeição de Deus de modo completo. A série mostrou um Deus atrapalhado, sem controle da sua própria criação e frustrado por não receber de volta o amor que dava. Apesar de admirar todo o enredo da série, o desenvolvimento dos personagens e esse final surpreendente, preciso dizer que prefiro a teologia. Reconheço, no entanto, que teologia nenhuma seria capaz de criar um enredo tão ousado com tanta maestria. Certamente, Preacher vai fazer falta!

Até a próxima!

Mix de Séries     AMC

Sobre o autor
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Albert Moura

Jornalista e seminarista, além de pai de primeira viagem. Casado com a Ana, mas amante das séries. Atualmente acompanha Outcast, Better Call Saul, American Gods, Lucifer, Gotham, o universo Marvel, Arquivo X e mais algumas, além de também ser um eterno fã de Friends. No Mix, escreve sobre Preacher e Lethal Weapon.

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